domingo, 30 de março de 2008

quinta-feira, 27 de março de 2008

Balanço do blog até à data

Gostava de partilhar aqui os comentários e conversas que tenho tido acerca do que aqui escrevi desde que iniciei este blog.
Mais do que encarar estes comentários como uma critica ou sugestão… permitem-me “ver” as coisas pelos olhos dos outros e por isso os aprecio tanto.
Não sou escritora… não tenho pretensões a isso, nem é o meu objectivo.
Não concebi ou pensei neste espaço como um sítio para me lançar na escrita ou para debates profundos, mas mais como um espaço em que possa “desabafar”, escrever sobre o que sinto, o que vejo – por isso vivo numa nuvem!

Já me “criticaram” a forma de escrever – eu gosto das coisas certinhas, alinhadas, tentar dar ordem os pensamentos e às coisas… e pelos vistos não devo ser assim… dizem…
Já me “criticaram” o tom negativo (ou triste) em que ele estava a cair ("nem parece teu... sempre a rir...")
Já me disseram que aprendem muito sobre mim nele
Já me disseram que gostam de o ler…
Já me disseram tanta coisa, …

A verdade é que, para mim, é um espaço onde posso falar do que sinto… e se por fora tenho de ser aquela pessoa “forte” com que todos contam ou conhecem, por dentro a maior parte das vezes não é assim.
Muitas vezes sinto-me como os palhaços no circo, que fazem rir os outros mesmo que estejam a chorar por dentro. Isto não quer dizer que esteja sempre a chorar ou mesmo todo o tempo triste. Ou que queira "enganar" as pessoas sobre aquilo que sou...
Mas aprende-se com o passar dos anos a ocultar cada vez melhor o que realmente nos vai no coração e na alma quando estamos mais em baixo ou "destroçados"... e um dia... somos tão bons nisso que já nem sabemos o que é mesmo real ou não .... ainda estou longe disso... descansem! Sou má a ocultar o que se passa... e quem me conhece sabe bem ler por trás do sorriso ou da voz alegre.
A verdade é que sempre tive tendência para evitar que os outros se preocupem comigo, ou de os sobrecarregar com tristezas ou problemas pessoais.
A vida não é feita de tristezas e sempre consegui resolver as minhas – melhor ou pior, mas resolvendo. Aproveito os amigos para me animar… mas os problemas devem ser resolvidos sem os sobrecarregar a eles.
E este é o espaço onde posso falar do que sinto, senti, penso… por isso algumas vezes será alegre… neste momento é mais triste, pois há muita coisa a acontecer ao mesmo tempo e por mais que tente… as palavras saem do coração… e esse como puderam ver… ainda está com bocados espalhados por todo o lado.

Por isso… gostem ou não… bem ou mal escrito… tudo seguido ou organizado… este é o espaço onde estarão os meus pensamentos, sentimentos, opiniões e sensações sobre os mais diversos assuntos.
Espero que ajude quem o ler a perceber-me um pouco melhor, mas acima de tudo serve-me para lavar a alma (sempre me disseram que escrever ajuda… e é verdade).

Uma das verdades universais que me costumam atribuir (aqueles clichés tão conhecidos por todos) é que… quem parece muito forte por fora, muitas vezes é quem mais precisa de ajuda ou é mais fraco por dentro.
Feliz ou infelizmente, não penso que seja o caso… nem sou muito forte por fora (é só lerem os sinais), nem sou muito fraca por dentro. Sou humana. Sou perfeccionista e exigente em demasia (principalmente e acima de tudo comigo mesma). Dou atenção a coisas sem importância. Vivo apaixonadamente tudo o que faço e em que me envolvo… e por viver numa nuvem sempre terei estes defeitos… é aceitar ou sair…
Mas sou e sempre fui assim… e prefiro mil vezes cair da nuvem as vezes que forem precisas e voltar a subir… que não fazer e não arriscar.

Só tenho uma vida…não a vou desperdiçar com tristezas (mas vou sempre permitir-me tempo para curar mágoas)
Dizem que um coração partido, quando se cura, fica mais forte.
Eu já não preciso que o meu seja mais forte. Com as vezes que foi partido já é quase titânio…. Mas vou continuar a parti-lo... e a ficar mais forte.
Vou continuar a desiludir-me com as pessoas em quem confiava.
Vou continuar a desiludir-me de não encontrar um trabalho à minha medida… ou um ambiente à minha medida.
Vou continuar a dizer asneiras, cometer gaffes, dar erros, escrever como quiser e quando quiser…
Vou continuar a cometer as mesmas asneiras duas vezes ou mais... por acreditar que as coisas mudaram.
Vou continuar a igorar os meus instintos mais profundos e a preferir acreditar nas pessoas (sim... um dia destes volto a acreditar no Pai Natal e no Coelhinho da Páscoa)
Vou continuar a ter mau feitio e a dar respostas tortas quando estou cansada e não dormi (há que falar da realidade...)
Mas antes de me desiludir e cair da minha nuvem… vou viver na ilusão que tudo está bem e como deve ser. Vou continuar a acreditar na pessoas… e prefiro viver esses momentos de “ilusão” em felicidade, que em tristeza por não arriscar ou pensar que depois vou sofrer.
E vou continuar a tentar fazer felizes os que me rodeiam... mesmo que isso me custe o ter de andar de boa cara e coração partido :-)

Por isso… gostem ou não… triste ou alegre… este é o espaço onde colocarei sentimentos e pensamentos ... da forma como saírem dos dedos e do coração.

Obrigada a todos por me ajudarem a melhorar como pessoa e aqui no blog.

TERMINOU! Esquecer? Perceber? Aprender?

Está tudo acabado ! Terminou ! Morreu tudo entre nós ! Quero o divórcio! Não te quero ver mais! Esquece que existo! Já não gosto mais de ti! Preciso de espaço! Etc…..
Tudo isto são expressões para dizer que a nossa relação com alguém acabou (amigos, família, namorados ou esposos, …).

E qual é a reacção dos que nos são próximos (ou afastados) e que se preocupam connosco?
Ainda bem… Estás melhor assim… Não te merecia… Esquece…. A vida continua e só tem é de olhar para a frente…etc. etc.
Tudo é feito ou dito para nos confortar… Mas… será que se analisam bem as coisas?

Primeiro que tudo…porque terminou uma relação?
Com excepção da morte de alguém, que não se pode evitar (e sobre a qual falarei um dia), tudo o resto não pode nem deve ser atribuído a uma só pessoa.
Por muito solidários que queiramos ser com a pessoa que nos é querida… este tipo de expressões só pode ajudar quem se quiser colocar no papel de vítima!

Esquece?!
Como se pode esquecer num dia, ou numa semana, ou no tempo que for preciso… uma relação que se tinha com alguém?
Como se apagam todas as recordações que partilhámos com esse alguém?
Os projectos feitos em conjunto? As alegrias, as dificuldades?

Hoje em dia parece que se vive num mundo sem sentimentos, em que tudo é imediato e não se deve nem se pode sofrer uma perda… tem de se seguir em frente… o futuro é que interessa.
Concordo que deixar passar a vida a olhar para o passado e para o que acabou é um erro, mas acima de tudo é necessário saber porque se chegou a esse estado de perda.
E… pela minha experiência pessoal… só perdemos alguém na vida por… falta de comunicação!
Numa relação (seja de amizade, seja de amor, seja de que tipo for…) existem sempre 2 pessoas. É alimentada por 2 pessoas.
Há alturas em que uma delas contribui mais, outras em que recebe mais do que dá, outras em que se calhar só recebe… mas está sempre presente.
E se as coisas começam a ser difíceis (alguém conhece uma relação, de qualquer tipo, que não tenha tido altos e baixos?), é com base na comunicação que se resolvem.
A verdade é que hoje em dia as pessoas só comunicam no início da relação… e por norma, a partir daí, idealizam o resto ou sonham com o que gostavam que a outra fosse, sem verdadeiramente olhar para ela, ouvir, compreender ou aceitar…. E acima de tudo sem falar!
É cada vez mais complicado encontrar amigos que comuniquem regularmente e da mesma forma que comunicavam ao início, casais que partilhem o que sentem como partilhavam no início, etc….
O tempo, a vida rotineira, a correria do dia a dia fazem com que as pessoas deixem de dar valor à comunicação. Espera-se que o outro perceba, conheça os sinais… adivinhe… mas… falar, comunicar, dizer o que se passa e sente… isso é mais complicado. Não há tempo! Não é preciso!
Por isso é que se chega a um ponto de ruptura? Não por culpa de um ou de outro… mas porque se deixam acumular as coisas sem se falar delas, sem se tentar perceber, resolver.
E não é a forma como se apresenta a ruptura que deve contar e ser valorizada… mas sim o facto de se ter chegado a esse ponto.
Muitas vezes há sinais… que são visíveis. Outras vezes não há sinais (ou não se querem ver). Mas a ruptura chega porque uma das partes desiste (ou nunca o fez) de falar. De comunicar, de partilhar.
Num casamento, numa amizade, numa relação de qualquer tipo… não pode ser só um lado a dar e outro a receber. Não deve haver um lado que aguenta tudo e outro que recebe. Um lado que é forte e outro fraco. Um lado que quer fazer o outro feliz e o outro que só quer receber felicidade.
Tem de ser uma partilha… de bom, de mau, de felicidade, de infelicidade, mas acima de tudo… de muita comunicação.
Nos casamentos diz-se que é para o bem e para o mal… e a verdade é que, muitas vezes, as pessoas se afastam no mal…
Há muitas pessoas que tem bastante dificuldade em exprimir sentimentos (e os homens em particular, muitas vezes pela forma negativa como foram educados ou a sociedade encara esse tipo de comunicação vinda de um homem). Ou que acham que aguentam tudo… mas a verdade é que… se não se conseguirem abrir, se não conseguirem partilhar o que querem, o que gostam, o que estão a sentir… nunca vão ser completas… nem felizes…e não vão aguentar!
Não se pode pedir abertura a outra pessoa, sem se estar preparado para dar e receber essa mesma abertura.
Qualquer relação é feita de reciprocidade… e sem ela… nada existe ou pode ser construído.

Por isso, da próxima vez que alguém perto de vocês termine uma relação… não digam para esquecer, para andar para a frente, etc…. De certeza que eles já sabem tudo isso.
Perguntem antes se comunicavam? Se quando estavam felizes ou tristes falavam sobre isso? Procuravam soluções? Se quando estavam juntos partilhavam os sentimentos e opiniões ou só as coisas boas e guardavam as más?
Ou se apenas se limitavam a andar juntos, de “olhos fechados”, fingindo que estava tudo bem… e só quando uma das partes decidiu que não estava bem e queria sair… é que se aperceberam que as coisas nunca foram ditas ou faladas…

A felicidade numa relação vem de dentro, da partilha – e de aceitar que se podem partilhar as coisas más e os maus sentimentos.
E se terminou… mais do que pensar em esquecer…se valeu a pena….no sofrimento que se sente… na forma como terminou….
Pensem se fizeram tudo ou disseram e ouviram tudo o que deviam?
Se conseguiram aceitar as diferenças de opinião, gostos, personalidade do outro lado?
Se conseguiram aceitar as semelhanças de feitios e caracteres de cada um?
Se falaram sobre os diferentes horários de cada um, de prioridades, de espaços, …?
Se tentaram perceber se estava tudo a ser dito ou se, como eu, estavam a viver numa nuvem… negra?
Se lutaram para ter uma relação ou esperaram que fosse tudo um mar de rosas e ignoraram os espinhos?

Se fizeram sempre tudo isto…. Tenho muitas dúvidas que verdadeiramente consigam terminar a relação…
E se, apesar de tudo isto, terminou… então é porque efectivamente não eram feitos para estar numa relação… e com tudo isto sempre feito… não fica mágoa, não há dor, não há sofrimento… pois é uma decisão consensual – são demasiado diferentes para estar numa relação de qualquer tipo.

TERMINOU com dor, mágoa, sofrimento (de um ou ambos os lados)... Não é a forma como acabou que é importante ou doi mais(apesar de contar para a dor)…. Mas o facto de se ter falhado…de ter acabado…e de na maior parte dos casos ser por se ter esquecido uma coisa tão simples e básica como… COMUNICAR!

Pensem nisto da próxima vez que disserem a alguém para esquecer e seguir em frente, pois se as pessoas não tiverem presente o que falhou e o que podem e devem mudar… não serve de nada atribuir a culpa à outra parte…porque nunca se vai esquecer!
Mais do que esquecer… percebam!
E percebam que esquecer… leva o seu tempo. E cada pessoa é diferente da outra e precisa de espaço e tempo para si antes de esquecer (uns esquecem na hora, outros em 24h, outros num ano, outros … nunca esquecem).

quinta-feira, 20 de março de 2008

O sol brilha

Finalmente parou de chover e voltou o sol.
Ainda não voltou a brilhar a 100% no meu coração (há que ser honesta) e ainda não me tirou o frio e o gelo que se me entranham nos ossos há demasiado tempo, mas voltou a fazer sorrir, a trazer esperança e acima de tudo a dar beleza às coisas que nos rodeiam.
As nuvens vão-se afastando (o não fazerem perguntas nem me "obrigarem" a falar sobre o que se passou também ajuda) e os primeiros raios de sol começam a entrar no coração, e na vida.
E hoje estive na praia!!!
É uma coisa que sempre me ajudou em todos os momentos da vida e que já não me lembrava como pode acalmar a alma.
Mesmo não podendo ainda surfar (sim, sim... para além de algumas outras razões, ainda estou a aprender e continuo agarrada ao meu bodyboard), dá uma paz e tranquilidade à alma que nenhum outro sítio consegue dar.
E junto ao mar, vendo as ondas e as nuvens no céu, o sol a brilhar... tudo parece tão relativo, tão pequeno, tão sem importância.
Lembrei-me da paixão que sempre tive, desde criança, pela praia.
Dos dias de Verão que passava na praia com o grupo de amigos, das escapadelas da escola para ir até à praia (até ser apanhada e ter levado uma tareia enorme por mentir), de agarrar na mota ou no carro e ir namorar para a praia, ou simplesmente passear à beira-mar quando estava mais triste ou algo corria mal, de ir ler para a frente da Praia Grande, só para estar a ver o mar...
Lembrei-me do meu primeiro desgosto amoroso (quem nunca esquece o primeiro amor)... e como os meus amigos me ensinaram a fazer bodyboard (que para mim foi uma forma de vencer o meu medo das ondas maiores) e isso me ajudou a superar a dor. O gozo que era irmos para a água e tentar apanhar ondas. Cheguei ao ponto de passar noites no parque de campismo da Praia Grande com uma amiga (quando tinha casa perto), só para estarmos mais perto da praia e estarmos na água logo ao amanhecer. As quedas, os "enrolanços", as pranchas partidas... coisa de "loira" mesmo... ou de "cota" a querer ser nova (sim, foi também a altura da minha primeira mota... a minha linda XT que vendi quando saí dé Portugal).
Com o passar dos anos, a ida para o sul de França (onde não há ondas e o mar é lindo, mas estático) e as cargas de trabalho (sim... sou uma daquelas "workaholics" da pior espécie, que se acha insubstituivel e a melhor do mundo...), o mar e a praia foram sendo, aos poucos, relegados para segundo plano.
Também devo admitir que folgava aos fins de semana e sempre detestei ir para a praia nessas alturas, com os milhares de pessoas à procura de um raio de sol e as romarias das famílias... e sempre me senti "envergonhada" de querer aprender a surfar com a minha idade (sim... coisas de "cota"), apesar de conseguir levantar-me às sete da manhã (coisa que sempre me custou quando era para trabalhar ou mesmo para ir para os centros de treino) e estar lá ao nascer do sol, entrar na água e relaxar (muitas vezes nem era para apanhar ondas... só para estar em cima da prancha a aproveitar aqueles momentos de tranquilidade). E quando chegavam os grupos... era a minha hora de partir.
Mas até isso fui deixando de lado... outras coisas e "valores" se sobrepunham. E depois o grupo de amigos actual não gostava de surf, praia era para "torrar"... fui esquecendo osignificado que a praia e o mar sempre tiveram para mim.
De tal forma, que ia trocar o meu belo país por outro, sem as nossas praias, sem o nosso sol (estava a tentar convencer-me que conseguiria algum dia viver longe do mar)...
Mas hoje... ao ver o mar, ao ver a praia quase deserta, ao conseguir ler o meu livro sossegada... recordei tudo.
O prazer de estar à beira-mar a ver o por do sol, o prazer de estar na praia à noite... a ouvir o barulho do mar, ao nascer do sol... numa praia deserta no inverno, ...
E acima de tudo... recordei o prazer que me dá estar na água com a minha prancha... a relaxar... e o quanto isso me ajuda a esquecer tudo o resto na vida que, se pensarmos bem, não terá importância nenhuma daqui a algum tempo.
Tudo na vida passa... mas uma coisa fica - o MAR.
Sempre diferente, sempre em mutação, sempre belo, sempre com os seus perigos escondidos, sempre respeitado, mas sempre... sinónimo de paz de espírito.
Da próxima vez que algo vos "atormentar" o espírito, não vos deixar estar em paz ou simplesmente precisarem de relaxar e pensar... experimentem ir até ao mar, uma praia que gostem... e ficar só a ver mutações do oceano, ouvir o som da água, das ondas.... vão ver que saem de lá com outra disposição.
Eu sei que saio sempre!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Hoje recebi imensos comentários sobre este blog estar a ficar muito "negro"... que nem parecia eu... que me estava a deixar abater por algo que não valia a pena, etc, etc...
Para além de ter recebido as dezenas de mails com frases de motivação, mensagens alegres, filmes cómicos, etc.
E é verdade que as coisas tem de mudar!
Eu não sou, por natureza uma pessoa negativa... e por mais estilhaçado que o coração tenha ficado... não é razão para parar de viver e de aproveitar os momentos com quem está á minha volta.
Afinal... sempre fiquei na minha casa, com as minhas coisas, perto da minha família e amigos, com bom tempo, com mar para surfar, pólo aquático, ... que mais posso querer?
Ia eu trocar isto por um país onde chove sempre e uma pessoa egoísta?!
A imagem que tem aqui acima... é a que melhor me define :-)
E a verdade é que não adianta chorar pelo passado, tentar analisar, perceber o que se passou.... é passado - ACABOU!!!
Há é que aproveitar o dia e viver o presente. Amanhã logo me preocupo com o futuro (e escusam de vir com as "bocas" que já não tenho idade para isso... da mesma forma que me ia casar aos 80 anos... serei assim até essa altura... onde finalmente posso pensar em assentar).
Termino com uma frase de um livro de pensamentos de motivação que também recebi hoje (coincidências... só coincidências) e que vinha sublinhada por um grande amigo (que me diz que é assim que eu sempre vivi, no trabalho e no amor):
Um vencedor diz: "Pode ser difícil, mas é possível". Um perdedor diz: "Pode ser possível, mas é demasiado difícil".
E acrescentou - porque choras por um perdedor, quando sempre foste uma vencedora?!
Tens razão... chega de lágrimas!!!
Amanhã o sol brilha de novo e há ondas para surfar.
Um novo dia e uma nova vida começam :-)

Estás bem?

Sempre que acontece algo na vida de alguém, os mais próximos (família, amigos, conhecidos) têm sempre aquela tendência de perguntar "Estás bem?"...
Deixem-me contar um pequeno segredo...
Se foi alguma coisa "má", dolorosa, difícil... não precisam de perguntar "Estás bem?"! É óbvio que a pessoa não está bem... mas estas simples palavras, ditas como uma forma de solidariedade... trazem toda a dor da situação experimentada ao de cima... renovam a dor.
É como nos funerais, em que se dão as condolências, se renova o pesar na morte, etc...
Já se sofre que chegue (morreu alguém que nos era querido)... não é preciso "levar" com a simpatia e compaixão dos outros - por mais bem intencionada que seja.
Nos momentos de dor, nada paga o silêncio das pessoas que nos acompanham no dia a dia. Ou melhor ainda... a sua tagarelice sobre as coisas mundanas... diárias...
A vida continua... e se as pessoas quiserem falar do que lhes pesa no coração... falam.
Quando estiverem prontas. Quando tiverem lidado com a sua dor.
Mas há uma coisa que não necessita de palavras, não necessita de expressões de sentimento e diz tudo o que os outros podem fazer por nós - Um abraço!
Um abraço significa... estou aqui! Sinto a tua dor! Quando quiseres falar... estarei aqui! Podes contar comigo!
E então quando temos alguém na vossa vida que, sem dizer nada, sem querer saber de detalhes, do qu se passou... simplesmente sabe que não estamos bem... e se desloca 200 km para vos vir dar um abraço... sabem que tem alguém em quem confiar, que sempre estará lá.
Por isso... sempre que alguém perto de cada um de vocês estiver a sofrer... não perguntem se está bem, não falem de conforto, apoio, etc. Limitem-se a um abraço!
E sigam com a vida normalmente, não insistam para que as pessoas falem da dor.
Se as virem chorar... basta um abraço! Em silêncio. Sem questões.
Um dia as pessoas vão falar sobre o que as magoa... mas primeiro há que lidar com a própria dor...
E não... nunca se está bem quando se tem algum tipo de desilusão! Por isso não é preciso perguntar!

Broken heart

Não sei se é da chuva, que nos faz ficar mais melancólicos, se é de ver as caixas à minha volta, se de ter um novo mail.... mas como se cura um coração partido em bocadinhos, de surpresa?
Sei que falo sempre no dia de amanhã, nos sorrisos, nos arco-íris... e acredito nisso.
Mas às vezes é difícil...
Como se cura o coração partido por uma pessoa que nos pede para mudar de vida, por quem deixamos a vida que criamos, a família que amamos, a nossa casa, amigos, país... e no momento da partida nos envia um email (sim...email) a dizer que mudou de ideias e quer acabar tudo e ficar sozinho?
As relações e as desilusões amorosas fazem parte da vida. Como dizem os mais próximos, ainda bem que foi agora.
Mas será que não percebem que o problema não é o fim de uma relação?
É a forma como foi feito?
Nunca na minha vida teria a coragem de acabar com alguém por mail. Especialmente se fosse alguém a quem pedi para mudar de vida por mim.
Se calhar sou eu... se calhar é mais fácil assim e eu prefiro escolher os caminhos dificeis... mas para mim um email a acabar uma relação é um acto de uma cobardia que nunca esperei... não vi chegar... e até costumo estar atenta a estes sinais.
Acabar uma relação implica sempre um coração partido de uma das partes (algumas vezes das duas, outras de nenhuma)... mas implica ser feito olhos nos olhos. Explicar as coisas.
Não implica na véspera ouvir falar de uma vida a dois, mudanças, planos e de manhã acordar com um email com a decisão de acabar.
Isso torna a cura um pouco mais demorada... o coração um pouco mais frio.
Cria um gelo que se entranha nos ossos e nos faz ter frio todo o dia, por mais camisolas que se vistam.
E com a parte ironica de durante todo este tempo as pessoas me avisarem a mim para não lhe partir o coração e ele!!! Ironias da vida :-)
Mas faltam poucos dias para a Primavera. E aí de certeza que o sol volta a brilhar. Espero sinceramente por isso.
Os objectos saem das caixas, arranja-se novo trabalho, novas actividades... e o coração voltará a aquecer e o frio sai do coração.
Agora confiar de novo?
Cada pessoa é uma pessoa... mas há cicatrizes que nos fazem no coração, que vão ficar a vida toda... e esta é uma delas. E que num futuro próximo vai certamente condicionar muita coisa.
Mas enfim... melhor agora que mais tarde, certo? Pelo menos é nisso que é preciso acreditar.
E que as pessoas que verdadeiramente me amam estão aqui...

terça-feira, 18 de março de 2008

Sorriso no coração

Muitas vezes pensamos que tudo nos corre mal na vida, que estamos sempre sob um céu de tempestade, nuvens negras, um longo e duro Inverno para sempre no nosso coração, na alma, e que nos gela os ossos.
E então temos tendência para "deprimir", para entrarmos numa espiral negativa (meus Deus... como odeio este termo), ficarmos tristes e amargurados.


Ansiamos pela Primavera, pelo sol a brilhar, pelo verde dos campos, pelas flores a desabrochar.
Ansiamos por ter o coração cheio de alegria... deixarmos de pensar que vamos viver sempre debaixo daquele céu negro e pesado e vamos passar a ter a possibilidade de viver debaixo do sol, com o coração feliz e um sorriso nos lábios.


E é tão fácil fazer com que as nuvens desapareçam e o sol passe a brilhar no nosso coração.
É tão simples ter um sorriso nos lábios e o coração cheio de alegria, prazer de viver...
Basta...

Ver o sorriso na cara de um criança quando nos vê e corre para os nossos braços.
Abraçar uma criança que procura o nosso colo e os nossos mimos.
Ter uma criança a chamar por nós, a sentir a nossa falta, a querer a nossa companhia...


Pode ser vossa filha, afilhada, prima, sobrinha, amiga, aluna, ....
Mas é uma criança... sem maldade... inocente... e que vos ama incondicionalmente!
É uma criança que ri quando vos olha, que os olhos brilham quando chegam...

Se isso não vos trouxer um sorriso ao coração, não vos fizer esquecer as nuvens negras e o céu de tempestade e voltarem a acreditar no sol e na Primavera... meus amigos... nada mais o fará!

Tese de Guerdjef

Nestes últimos meses (para não falar em 24h) a minha vida tem dado tantas reviravoltas que nem sei por onde começar.
Mas mais importante que isso, decidi dar ordem à minha vida, à minha casa e, como tal, ao meu computador e aos milhares de ficheiros que recebemos diariamente dos nossos amigos, conhecidos, etc.
Se alguns são repetidos até à eternidade e nos fazem sorrir, há os outros, as correntes... que nos fazem "tremer". Mas há igualmente alguns que até tem mensagens interessantes, máximas de vida que todos conhecemos mas que temos tendência a esquecer... e que vamos recebendo ciclicamente.

Como sou uma pessoa que guardava quase compulsivamente aquilo que recebia (seja mails, prendas, ofertas de torneios, etc...) podem imaginar o trabalho.
Especialmente porque ia guardando esses ficheiros nos sucessivos computadores por onde passava e estavam espalhados por vários discos rígidos (do computador fixo, no disco externo, no portátil, no outro disco, etc...).
Enfim... depois de 2 dias de algum trabalho, consegui eliminar (acho eu) as dezenas de ficheiros repetidos, apagar aqueles que nos fazem sorrir mas nada mais) e guardar aqueles que nos fazem pensar, bem como as imagens que me diziam algo (tal como no blog... não percebo nada de fotografia, mas sou uma apaixonada).
E apesar de serem os famosos "clichés", de serem coisas que todos sabemos... há alguns que gostaria de partilhar ciclicamente convosco.
Pela mensagem que contêm, mas acima de tudo porque tem um objectivo - sermos felizes!
E são coisas tão fáceis, mas que neste corre-corre do dia a dia... nos esquecemos de fazer.

Espero que gostem.

O arco-irís

Já pensaram no significado do arco-irís?

Além das fábulas da nossa infância sobre o pote de ouro no fim do arco-irís, o que se deve ressaltar é que ele só aparece... depois da chuva.
Depois da chuva e quando volta a brilhar o sol, se olharmos bem, encontramos sempre um arco-irís no céu.

E é isso que se deve aplicar à nossa vida do dia-a-dia.
Todos temos dias de chuva, em que tudo corre mal, temos discussões no trabalho, problemas amorosos, com a família, com os amigos, batemos com o carro, ... sei lá... tanta coisa.
Mas em vez e se ficar a olhar para a chuva e a pensar "porquê eu?", "porque tinha de chover logo hoje?", "que azar que tenho...", "sempre que está tudo bem, começa a chover", etc., etc... devemos é pensar que não chove todos os dias. Que mais cedo ou mais tarde... um arco-iris vai aparecer no céu e vamos perceber que o sol vai chegar.
E aí o coração enche-se de alegria, e os problemas deixam de fazer sentido. Imaginamos os dias de sol que vão aparecer, como as coisas ficam mais bonitas depois de uma chivada, tudo brilha ao sol.
A beleza do arco-irís e a possibilidade de ver o sol brilhar de novo são o que nos deve conduzir em frente nos dias de chuva - a nossa força para continuar.
Sabemos que vamos ser "recompensados" por não nos deixarmos abater pela chuva. E que as coisas serão ainda mais belas depois.
Da minha nuvem já avisto o meu arco-irís a chegar.
E vocês?

segunda-feira, 17 de março de 2008

Coragem de viver

Decididamente, vivo numa nuvem (um dia terei de me conformar com isso)
Uns dias azul, outros rosa e em alguns dias negra... mas sempre a minha nuvem.

Mas sempre me irá surpreender a falta de coragem das pessoas, especialmente em arriscarem!
Sei que parece fácil dizer isto, especialmente hoje de coração partido, mas a verdade é que hoje em dia as pessoas não tem a coragem de investir em si.

A maioria pensa demasiado num futuro que pode nem acontecer e com base nisso tomam decisões de vida e deixam de apostar no mais importante - serem felizes e viverem o momento.
Vejo pessoas anos a fio num trabalho (nem vou chamar emprego) em que não são felizes. Mas não mudam, não procuram algo que as deixe realizadas... porque ali já sabem com o que contam.
Vejo pessoas em casamentos infelizes... mas mais vale casadas e acompanhadas que sós.
Vejo pessoas que por terem sofrido uma desilusão (pessoal, profissional, ...) deixam de arriscar, deixam de viver! Porque se podem "magoar" mais tarde.

Não será esta falta de coragem uma forma de ir morrendo aos poucos?
Porque se recusam as pessoas a viver a felicidade hoje, por pensarem que amanhã se podem magoar e não arriscam?
Porque se recusam a procurar os seus sonhos, por medo de falhar?
Mais grave... porque boicotam a sua felicidade, por medo de não corresponderem ao que acham ser as expectativas dos outros?
Porque não dizem o que pensam, por medo de falhar ou de magoar as pessoas, quando as magoam mais por não dizer ou pela falsidade decorrente de se dizer uma coisa e fazer outra?

A vida são dois dias... e o Carnaval 3!
Algumas frases que, sendo clichés (será que agora é assim que se escreve) dizem muito da forma como aproveito a vida (na maior parte das vezes, ou nos dias de nuvem azul):
Nascemos sem pedir e morremos sem querer - há que aproveitar o intervalo!
A vida não é medida pelo número de respirações que damos, mas sim pelos momentos que nos fazem prender a respiração!
E a minha preferida de sempre:
Não faças da tua vida um rascunho....
pois podes não ter tempo de a passar a limpo!
Sendo que esta última, para mim... é a definição de coragem de viver => apostar no dia de hoje, no presente, pois podemos não ter tempo de corrigir tudo no futuro!

Esta postura já me custou muitas "amizades", algumas relações e alguns trabalhos... mas sou teimosa e acredito que se deve aproveitar o dia de hoje e pensar nos problemas amanhã (e isto de uma forma diária... vão ver que vai afastando os problemas).
Conheço demasiadas pessoas que escolhem não arriscar, pois podem sofrer e fazer sofrer os outros. Ou porque estão na sua zona de conforto. Meus amigos... vão sofrer toda a vida por antecipação em vez de aproveitarem a felicidade do presente.
Mais vale ser feliz um minuto, uma hora... do que toda a vida infeliz com medo de vir a ser... infeliz!
Relendo o que escrevi, nem parece um texto de uma optimista que vive numa nuvem só sua... mas deve ser da chuva... ou das últimas quedas que tem sido um pouco frequentes (sim, que isto de envelhecer não ajuda ninguém). Mas prometo subir de novo para a minha nuvem (sempre o fiz e nem a idade vai mudar isso), talvez verde desta vez (cor da esperança) e continuar a enviar raios de sol ao meu redor muito em breve (me aguarde...)
E para ti (que sabes quem és), está organizado, mas foi assim que saiu...

Imagem Vs Palavras


"Broken Hearts image used by permission of the artist, (c) 2003 Catherine Jo Morgan, All Rights Reserved."



Dizem que uma imagem vale mais de mil palavras.
Para mim, hoje, estas imagens não precisam de palavras.
Se clicarem nas imagens vão ter às página das artistas.

domingo, 16 de março de 2008

AMOR - SAWABONA

Uma das coisas que sempre me fez pensar é, porque o Amor (com letra grande entre duas pessoas é tão difícil)?

Porque é que cada vez mais as pessoas se separam, divorciam, seguem caminhos separados, sem muitas vezes lutarem pelo seu amor.

Quantas vezes elas dizem "eu tentei"... mas na realidade fizeram um esforço para se desculpabilizarem e depois poderem seguir a sua vida, de forma independente, sem os "remorsos" de "não terem tentado".

Quando olho à minha volta vejo pessoas separadas, divorciadas, casadas por comodismo (mas com amantes), casadas pelos filhos (esta então é divinal, pois não se apercebem que as crianças sentem tudo e preferem pais separados a estarem juntos por "obrigação" - o que leva a que a criança muitas vezes se sinta culpada pela infelicidade que "causa" aos pais), porque a religião não aceita divórcios, porque foram educadas a que um casamento é para a vida toda, porque são subjugadas pelo cônjuge, etc., etc., etc..

Ao pensar no porque de as relações falharem cada vez mais, encontrei um texto delicioso, que muitos conhecem, pois circula regularmente pela Internet... mas que dá um pouco de luz ao que se passa nos relacionamentos do século XXI - em que as pessoas querem tudo... ontem.

Basta carregarem na imagem para terem acesso ao ficheiro. Depois é só irem fazendo "enter".

Espero que gostem tanto como eu gostei.

sábado, 15 de março de 2008

Ler a palma da mão

É uma coisa em que nunca tinha pensado, acreditado ou levado a sério... Mas os últimos acontecimentos na minha vida levam-me a crer que até pode ser uma ciência (ou arte) em que existam pessoas com um dom especial.
Passo a explicar:
Em Dezembro, estava eu tranquila a passear em Milão, quando ouço uma voz a "meter-se" comigo sobre um grupo de música que estava a ouvir.
Conversa puxa conversa e venho a saber que se trata de uma pessoa que diz ter capacidades parapsicológicas e conseguia ver as auras das pessoas, ler na mão o futuro e uma série de outras coisas.
Como nunca acreditei muito nestas coisas... até achei graça e ia falando com a personagem (com um ar extremamente respeitável, de verdadeiro homem de negócios italiano... mas baixinho).
De repente ele pede-me para ler a minha mão.
Como estava à espera que fosse dizer algo assim, avisei logo que não acreditava nem tinha dinheiro para pagar. Mas ele insistiu, dizendo que não queria que pagasse e que o fazia porque tinha gostado muito de falar comigo e de me conhecer - além, claro, da minha aura que era divina.
Como estava sozinha, numa terra desconhecida, sem nada de melhor para fazer, pensei "que diabo, porque não" e lá fomos sentar-nos nas escadas da ópera para ele me ler a mão.
Nas escadarias estava muita confusão de gente a passar e ele não se sentia bem, por isso convidou-me para um chá e fomos sentar-nos num pequeno bar.
Começou a leitura, Devo dizer que o meu cepticismo estava no seu auge (e a ironia com que encarava aquilo e o que ia ouvir também)... mas a verdade é que as primeiras coisas que ele me disse eram coisas extremamente pessoais, algumas que ninguém na minha vida sabia, outras que seria impossível ele saber por serem tão... pessoais, nacionais, específicas. E tudo isto sem aquele sistema de ir fazendo perguntas ou "afirmações" que a pessoa confirmava ou desmentia, dando o mote para a "leitura" a seguir.
Claro que se enganou em algumas coisas (ou pelo menos eu acho que se enganou, pois falou da minha maneira de ser... e não era de todo a que eu penso ter), mas fiquei surpreendida com o que ele disse da minha vida amorosa. E mais... com a precisão de datas que ele deu!
Hoje em dia, não sendo ainda uma crente ou seguidora - não duvido mais que seja possível.
Sem que eu respondesse a nada que lhe pudesse dar alguma indicação do caminho a seguir, ele anunciou-me que as duas pessoas que estavam mais próximas de mim não eram o meu futuro, preveniu-me em relação à pessoa por quem estava apaixonada e... inclusive deu uma data para eu conhecer aquele que viria a ser o grande amor da minha vida...
Bem... ele tinha razão em relação às pessoas que estavam perto de mim em relação aos cuidados que me aconselhou a ter. A data que me deu para conhecer o amor da minha vida, que inicialmente era ontem (dia 13)... no fim da tarde já era entre dia 13 e o fim do mês de Março.
De qualquer forma... quero deixar aqui publicado o meu agradecimento ao Sérgio/Ashley, por me ter feito deixar de lado algumas das muitas reservas que tinha em relação a este tipo de "leituras".
Mas, mais do que qualquer outra coisa, quero agradecer a precisão das suas previsões, a exactidão do que me disse.... e estou ansiosa para ver se o restante se vai concretizar.
Não quero dizer com isto que passei a acreditar ou que vou andar a ler a mão em toda a gente - mas foi uma experiência na minha vida, caída do céu e totalmente inesperada, grátis (quem já ouviu falar de se pedir para ler a mão de graça), que me permitiu conhecer uma pessoa fascinante e um outro lado da vida.
E, como dizia o anúncio, aprendi a não renegar uma ciência que se desconhece.
Ou, de outra forma, eu não acredito em bruxas, mas que as há... isso há!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Cartas

Ontem decidi continuar a arrumar os meus papeis, dar-lhes alguma ordem, deitar fora o excesso de papelada que sempre tive tendência para guardar.

E o que fui arrumar?
Toda a correspondência dos meus 38 anos, que estava espalhada por quase uma dezena de pequenas caixas.

E que boas recordações me trouxeram todas aquelas cartas, postais, pequenas mensagens!

Recordei o quanto a minha família me amava e sentia a minha falta quando estava ausente, o quanto signifiquei para as pessoas com quem trabalhei, a quem treinei, para colegas de equipa, pessoas que cruzaram o meu caminho de uma forma ou de outra, "pen pals" (será que hoje em dia alguém sabe o que isso é?) e, acima de tudo, o amor que os meus namorados e apaixonados sentiram por mim.

Hoje em dia já não se escrevem cartas... envia-se um sms, telefona-se... no melhor dos casos um e-mail!

Mas... vamos ser sinceros... 20 anos depois quem se vai emocionar a pensar num telefonema? Quem vai ter os sms para ler? Mesmo os e-mails... quem os vai reler?
Um e-mail faz com que a pessoa que o recebe diga... já leio. Ou leia em diagonal.
Nada substitui o toque do papel (de carta normal, com imagens, fino, grosso, uma folha de um caderno, um guardanapo de um restaurante, um pedaço de papel rasgado de algum sítio, ...), as palavras impressas (para quem gosta de enviar cartas dactilografadas) ou mesmo a letra da pessoa (redonda, estilizada, mudando a cada página que vai escrevendo, ...), a caneta que usou, as palavras corrigidas a tinta, o cheiro na carta, ...

Já não há aquela emoção de receber um postal escrito à pressa numas férias ou numa deslocação profissional, só para dizer à outra pessoa que estávamos a pensar nela e que temos saudades.
A emoção de receber uma carta ou um pequeno recado, escrita no papel do hotel, dizendo "Tenho saudades tuas. Não é a mesma coisa sem estares aqui. Penso em ti. Amo-te muito".

Tenho a noção (no meu idealismo) que vivemos num mundo em mudança, em que tudo é feito a correr e já não se pensa nestas coisas.

Mas acreditem... vale a pena parar um pouco, agarrar num pedaço de papel (carta, guardanapo, ... qualquer coisa), num postal, ... e parar para escrever para as pessoas que são especiais para nós.

É uma alegria e um prazer enorme abrir a caixa do correio e encontrar uma carta de um amigo, apaixonado, familiar.
E uma alegria que vai durar toda a vida, pois dentro de 20 anos (como estava a fazer ontem), podemos encontrar aquela carta e reviver esses momentos com carinho e ternura, relembrar aquela pessoa, aquele tempo, o que vivemos, e pensar

FUI AMADA(O)! FUI ESPECIAL!

E só este pequeno facto, a quantidade de cartas que recebemos, de postais, de notas, recados, etc... vai fazer com que se perceba

NÃO FUI... SOU ESPECIAL!!!

Pensem nisto e, da próxima vez que pensarem em escrever um mail, enviar um sms... - peguem numa caneta e escrevam uma carta.

Vão transmitir a mesma mensagem, mas com muito mais significado para quem a vai receber. E que vai perdurar toda a vida.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Democracia VS Opiniões

Vivemos numa democracia!
É o que toda a gente diz e apregoa.

Mas será mesmo realidade?
Será que o direito à sua própria opinião é uma realidade, ou mesmo bem visto?

O que observo, daqui de cima da minha nuvem, é uma realidade em que, se não se estiver bem alto na escada do poder (político, profissional, pessoal, familiar, ....) o caso é bem diferente.
E mesmo estando bem alto nessa escada... pode-se sempre cair dela rapidamente se não se agradar a quem de direito (ou que se acha de direito).

Na vida profissional e na nossa vida diária somos confrontados diariamente com situações em que o facto de a nossa opinião ser contrária à dos chefes ou à do poder nos vai prejudicar.
Passamos de uma democracia (será que alguma vez a tivemos verdadeiramente) para uma situação de ... como chamar... "ditadura dissimulada".

Senão vejamos:
  • Numa empresa, o colaborador tem uma opinião contrária à do chefe e expõe a sua opinião (afinal... era isso o conceito de democracia, não?). O que vai acontecer? Mesmo que ele execute perfeitamente as suas tarefas, mesmo que cumpra exemplarmente o que lhe é pedido... vai estar "queimado" e nunca vai progredir, pois... deu a sua opinião e era contrária à do "poder".
  • Na nossa vida pessoal, damos a nossa opinião aos amigos, familiares, etc. Não é aquilo que eles queriam ouvir, ou nem a "solidariedade" que esperavam. O que acontece em muitos casos? deixam de se falar, perdem o contacto, afastam-se.
Ok, se os amigos ou a família se afastam por não estarmos do lado deles como pretendiam (ou achavam correcto) ou não termos a mesma opinião que eles - então não eram amigos ou pessoas com quem valesse a pena manter contacto.
Ok, se somos penalizados numa empresa (ou profissionalmente) por não concordarmos com algumas posições (independentemente de as seguirmos, por serem as do "poder") - então se calhar não estávamos no local certo e devemos procurar novos horizontes.

Mas será isto democracia?
Que explicar às crianças quando se falar de democracia?

Vamos dizer que é uma coisa muito bonita, pois as pessoas podem exprimir a sua opinião livremente... mas para terem cuidado onde e com quem o fazem, para não criarem problemas? Para não serem prejudicados?

Tenho noção que não estamos no tempo da PIDE, como alguns estarão certamente a pensar... mas será que este estado actual de "democracia" não será uma forma de PIDE (sem as torturas, as cadeias, etc - mas com a perda de liberdade de expressão)?

Ou será que a democracia é só para ser exercida dentro de portas?
Sem ser contra os chefes, patrões, "poderes" e "falsos amigos"?
Será que este estado de "estás comigo ou contra "migo" se não concordas com a minha opinião, actuação, política, etc" é normal? Se deve aceitar?

Fica o pensamento para debate.... pois não sei mais o que pensar - mas também... aqui de cima da nuvem não se percebe muito bem o que se passa no mundo real!

Introdução

Porque Viver Numa Nuvem?

Talvez porque toda a minha vida sempre me disseram "parece que vives numa nuvem", "quando sais da tua nuvem e vens para o mundo real", etc...

Assim, dando crédito a todas essas vozes que sempre me acompanharam ao longo da minha já longa vida, decidi criar este blog para colocar os meus pensamentos, opiniões, desabafos, ... e partilhar as alegrias e tristezas de uma vida feita nas nuvens... no idealismo... na utopia.

Nao tenho pretensões de saber escrever... por isso não será nunca publicado em livro, nem vai servir para as minhas memórias :-)
Se alguém se identificar com o que aqui for colocado - agradeço que partilhe a sua opinião.

Mais uma vez - serão desabafos pessoais, opiniões pessoais e que não pretendem denegrir a imagem de ninguém.

Até já
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