Tudo tinha começado naquele que era mais um dia normal de domingo, com os afazeres de um dia sem trabalho e sem planos, ou seja, compras do mês com a mãe.
Dirigiram-se ao hipermercado onde ela, sem vontade nenhuma de estar ali, deambulava pelos corredores enquanto a mãe fazia as suas compras.
Nisto, uma simples palavra (o seu nome) fez com que se virasse e com que o seu coração desatasse aos saltos e o pensamento ficasse completamente branco...
Era ele, a sua grande paixão de há quase 20 anos.
E se estava mais gordinho, a cara, os olhos e o sorriso não tinham mudado nada!
Trocaram algumas palavras de circunstância sobre o que tinham feito naqueles anos, mas ela nem conseguia pensar bem, censurando-se por estar com a roupa habitual de um fim de semana em casa, demasiado desportiva e demasiado grande para ela!
Só se lembra das suas últimas palavras:
- Temos de combinar um almoço ou um café. - diz-lhe ele, sem deixar de a olhar nos olhos.
- Claro, liga-me ou aparece um dia. Por norma estou livre à hora de almoço. - foi única coisa que conseguiu dizer, enquanto se despediam e afastavam.
Ao reencontrar a mãe e ao rever mentalmente aquele encontro, não conseguia deixar de se criticar por ter bloqueado de forma tão infantil.
E foi nesse momento que se lembrou que não tinham trocado números de telefone!!!
Tinham falado dos respectivos locais de emprego, combinado um encontro, mas como iria isso acontecer se não tinham o contacto um do outro!
Como pudera ser tão imbecil!!! Se bem que ele também não tinha dito nada!!!
Ainda correu novamente o hipermercado, a ver se o encontrava para lhe pedir o telefone, mas já não o encontrou.
Chegada a casa procura o contacto de uma amiga de infancia, que sabia que se mantinha em contacto com o grupo com o qual ele se costumava dar.
Sem querer dar parte dos seus verdadeiros intentos, convida a amiga para um café nessa tarde, ao que a amiga rapidamente acedeu, pois a realidade é que há muito tempo que não se encontravam.
O coração palpitava enquanto se senta à mesa do café, analisando o que poderia ou não dizer para obter as informações desejadas.
Falaram de tudo e de todos, como velhas amigas que eram e não se viam há anos.
Pelo meio ela lá conseguiu lançar que "o" tinha visto no supermercado, de passagem e consegue obter mais algumas informações.
Soube então que ele se tinha separado há algum tempo, que tinha uma filha pequena e que tinha voltado a morar na zona (por sinal bem perto de casa dela).
Sempre com o coração aos pulos, receando que os seus verdadeiros motivos fossem descobertos, lá consegue lançar, com o ar mais casual do mundo...
- Por acaso não tens o contacto dele? Gostava de falar com ele e ainda por cima agora até somos vizinhos, pelo que me contas...
Mas... a amiga não tinha o contacto dele. Ainda se propôs arranjá-lo, mas ela, com a sensação de já ter revelado demasiado o seu interesse pessoal, declina dizendo que não era assim tão importante.
Nessa tarde, ao regressar a casa, sente-se triste por ter ficado tão constrangida por pedir o telefone à amiga e por ter ficando em branco quando falara com ele.
A sua incrível timidez, junto das pessoas de quem gostava ou por quem estava interessada, tinha novamente levado a melhor.
E ela que pensava que já tinha vencido essa fase... enfim!
Dois dias passaram e ela não consegue deixar de pensar naquele encontro e de se recriminar por não ter ficado com o contacto dele.
Nisto recebe o telefonema de um dos melhores amigos, a convidar para almoçarem, pois vai estar na sua zona e assim juntava o útil ao agradável e estava com ela.
Fica logo mais animada, pois ele era uma pessoa excepcional e raramente se conseguiam encontrar. Nem hesitou para aceitar.
Mal pousa o telefone recebe uma chamada da recepcionista, indicando que está uma pessoa à espera para lhe falar. Para variar não sabia o nome nem o assunto (era a sua batalha diária com aquela recepção).
Com um suspiro levanta-se, arranja o fato e sai do escritório para ver quem a esperava.
Cai-lhe o coração aos pés!
É ele!!!
Está ali sentado, olhando em volta e analisando o espaço, enquanto espera por ela.
Quando os seus olhos se cruzaram ele sorri e veio ao encontro dela.
- Espero que não te importes de eu aparecer assim sem avisar, mas como ficamos com um almoço pendente, vim convidar-te para almoçar!
Com grande esforço, ela lá consegue controlar-se e sentar-se ao lado dele, enquanto lhe responde.
- Desculpa, mas precisamente agora acabei de combinar um almoço com um amigo que vem de longe!
- Como tinhas dito que por norma não tens planos de almoço pensei que ia ter sorte. Mas está visto que hoje é um dia fora da norma. - diz ele, mal conseguindo esconder a desilusão.
Ainda pensa ligar ao amigo para não vir, mas seria incorrecto, pois ele vinha de tão longe.
- Como não me deste o telefone, decidi aparecer e correr esse risco. - continua ele, com um meio sorriso.
Ela não o podia deixar escapar de novo, por isso responde-lhe com uma contra-proposta.
- Almoçar, infelizmente, já não posso, mas se for possível para ti, podíamos jantar. Até era melhor pois podíamos estar há vontade sem a preocupação das horas e do regresso ao trabalho.
Sentia-se uma "oferecida" ao pronunciar aquelas palavras, mas a verdade é que morria de vontade de estar com ele e não queria deixar desaparecer aquele momento (já bastara domingo).
O sorriso dele revela o prazer da solução apresentada.
- Para mim é muito melhor, mas não quis propor logo um jantar para não me achares muito "atiradiço". A que horas queres que te vá buscar?
- Mas sabes onde eu moro? - pergunta ela com surpresa.
Ele cora e responde:
- Como não me deste o telefone, eu liguei a uns amigos que me disseram onde moravas. Não sei o prédio exacto ou o andar, mas se me quiseres dizer terei o maior prazer em te ir buscar.
O seu coração dispara de novo, enquanto ela ouve as suas palavras com prazer.
Afinal ele também tinha procurado encontrá-la, tinha procurado informações sobre ela.
E o sentimento antigo de há 20 anos inunda de novo o seu coração.
Combinaram a hora para se encontrarem para jantar e ele despediu-se, enquanto ela ia almoçar com o amigo e procurava concentrar-se para o resto do dia de trabalho.
A tarde parecia ser interminável, mas finalmente conseguiu sair e ir para casa onde, depois de um bom banho, hesita entre diversas "toiletes", pois se por um lado queria estar linda para ele, por outro lado não queria estar demasiado produzida ou dar um aspecto de ansiedade.
Finalmente lá se decide (esta coisa de ser mulher é complicada) e foi mesmo a horas, pois ele acaba de chegar.
Levou-a a jantar a um dos seus restaurantes preferidos, onde conversaram durante horas, mas acima de tudo sem conseguirem desviar o olhar um do outro.
Ele resumira a sua vida desde que se tinham afastado e ela resumira a dela.
Nenhum dos dois queria acabar aquele momento, mas a verdade é que os empregados do restaurante já davam sinais de grande impaciência, visto que naquele momento eles são os últimos convivas.
Sem outra solução, levantam-se e enquanto ele ia pagar a conta ("fui eu que te convidei", dissera) ela dirige-se para a saída.
Caminhando lado a lado, tocando-se muito ligeiramente, morria de vontade de ser abraçada, de lhe dar a mão, o braço, mas não queria estar a assumir nada demais, e sentia-se intimidada pela sua presença e pelos sentimentos que a inundavam.
Quase ao aproximarem-se do carro ele propõe-lhe um passeio.
- Está uma noite tão bonita, é quase lua-cheia, queres ir dar uma volta pela beira-mar?
Ela acede, quiçá rapidamente demais, mas a possibilidade de estarem juntos mais algum tempo era algo que não iria desperdiçar.
Foram até à beira-rio e, estacionando o carro, ele propõe-lhe um passeio a pé.
Saíram do carro e foram caminhando, como dois adolescentes que não sabem bem o que fazer...
Passando um pouco ele abraça-a, qual filme de adolescentes...
- Está frio. Estás só com essa blusa. Chega-te para perto de mim.
A proximidade do corpo dele, o seu braço apertando-a contra ele, tudo isto a aquece de tal maneira que nem o vento frio que se fazia sentir a incomoda.
E foram passeando assim, em silêncio, abraçados, enquanto ouviam ao longe o barulho do mar e das ondas.
- Sabes que eu era apaixonado por ti? Mas nunca tive coragem de to dizer. - diz ele ao fim de uns momentos.
- Eu também era, mas também nunca to consegui dizer e a partir de determinada altura só te queria fazer ciumes. - confessa-lhe ela.
- Fomos tão imbecis os dois! Nunca te devia ter deixado ir embora assim. - diz ele, abrandando um pouco o passo e apertando-a mais contra ele.
- Pois. Mas eu não tinha a certeza de gostares de mim e acabei por me afastar. - foi só o que ela lhe conseguiu responder.
Ele pára completamente e, puxando-a para a frente dele, sem nunca a largar, olha-lhe para dentro da alma, com aqueles seus olhos verdes e diz-lhe a frase mais bonita que poderia ter dito.
- Naquela altura não tive coragem para te dizer o que sentia, mas não vou deixar passar a oportunidade duas vezes. Sou louco por ti, tanto ou mais que antigamente e quero ficar contigo, para sempre!
Sentiu-se tonta, sem forças, sem saber o que pensar.
Aquelas palavras que ela tanto ansiara ouvir chegavam-lhe finalmente aos ouvidos e ditas com o sentimento de um adulto e não com a paixão de um adolescente.
Procura dentro de si as energias para lhe responder, sem que a voz traísse a emoção das palavras.
- Eu também era e sou louca por ti.
Não conseguiu acabar...
O beijo apaixonado que ele lhe deu foi a prova de que aquele domingo de compras tinha para sempre alterado a sua vida, entrelaçando-a na dele.
Dirigiram-se ao hipermercado onde ela, sem vontade nenhuma de estar ali, deambulava pelos corredores enquanto a mãe fazia as suas compras.
Nisto, uma simples palavra (o seu nome) fez com que se virasse e com que o seu coração desatasse aos saltos e o pensamento ficasse completamente branco...
Era ele, a sua grande paixão de há quase 20 anos.
E se estava mais gordinho, a cara, os olhos e o sorriso não tinham mudado nada!
Trocaram algumas palavras de circunstância sobre o que tinham feito naqueles anos, mas ela nem conseguia pensar bem, censurando-se por estar com a roupa habitual de um fim de semana em casa, demasiado desportiva e demasiado grande para ela!
Só se lembra das suas últimas palavras:
- Temos de combinar um almoço ou um café. - diz-lhe ele, sem deixar de a olhar nos olhos.
- Claro, liga-me ou aparece um dia. Por norma estou livre à hora de almoço. - foi única coisa que conseguiu dizer, enquanto se despediam e afastavam.
Ao reencontrar a mãe e ao rever mentalmente aquele encontro, não conseguia deixar de se criticar por ter bloqueado de forma tão infantil.
E foi nesse momento que se lembrou que não tinham trocado números de telefone!!!
Tinham falado dos respectivos locais de emprego, combinado um encontro, mas como iria isso acontecer se não tinham o contacto um do outro!
Como pudera ser tão imbecil!!! Se bem que ele também não tinha dito nada!!!
Ainda correu novamente o hipermercado, a ver se o encontrava para lhe pedir o telefone, mas já não o encontrou.
Chegada a casa procura o contacto de uma amiga de infancia, que sabia que se mantinha em contacto com o grupo com o qual ele se costumava dar.
Sem querer dar parte dos seus verdadeiros intentos, convida a amiga para um café nessa tarde, ao que a amiga rapidamente acedeu, pois a realidade é que há muito tempo que não se encontravam.
O coração palpitava enquanto se senta à mesa do café, analisando o que poderia ou não dizer para obter as informações desejadas.
Falaram de tudo e de todos, como velhas amigas que eram e não se viam há anos.
Pelo meio ela lá conseguiu lançar que "o" tinha visto no supermercado, de passagem e consegue obter mais algumas informações.
Soube então que ele se tinha separado há algum tempo, que tinha uma filha pequena e que tinha voltado a morar na zona (por sinal bem perto de casa dela).
Sempre com o coração aos pulos, receando que os seus verdadeiros motivos fossem descobertos, lá consegue lançar, com o ar mais casual do mundo...
- Por acaso não tens o contacto dele? Gostava de falar com ele e ainda por cima agora até somos vizinhos, pelo que me contas...
Mas... a amiga não tinha o contacto dele. Ainda se propôs arranjá-lo, mas ela, com a sensação de já ter revelado demasiado o seu interesse pessoal, declina dizendo que não era assim tão importante.
Nessa tarde, ao regressar a casa, sente-se triste por ter ficado tão constrangida por pedir o telefone à amiga e por ter ficando em branco quando falara com ele.
A sua incrível timidez, junto das pessoas de quem gostava ou por quem estava interessada, tinha novamente levado a melhor.
E ela que pensava que já tinha vencido essa fase... enfim!
Dois dias passaram e ela não consegue deixar de pensar naquele encontro e de se recriminar por não ter ficado com o contacto dele.
Nisto recebe o telefonema de um dos melhores amigos, a convidar para almoçarem, pois vai estar na sua zona e assim juntava o útil ao agradável e estava com ela.
Fica logo mais animada, pois ele era uma pessoa excepcional e raramente se conseguiam encontrar. Nem hesitou para aceitar.
Mal pousa o telefone recebe uma chamada da recepcionista, indicando que está uma pessoa à espera para lhe falar. Para variar não sabia o nome nem o assunto (era a sua batalha diária com aquela recepção).
Com um suspiro levanta-se, arranja o fato e sai do escritório para ver quem a esperava.
Cai-lhe o coração aos pés!
É ele!!!
Está ali sentado, olhando em volta e analisando o espaço, enquanto espera por ela.
Quando os seus olhos se cruzaram ele sorri e veio ao encontro dela.
- Espero que não te importes de eu aparecer assim sem avisar, mas como ficamos com um almoço pendente, vim convidar-te para almoçar!
Com grande esforço, ela lá consegue controlar-se e sentar-se ao lado dele, enquanto lhe responde.
- Desculpa, mas precisamente agora acabei de combinar um almoço com um amigo que vem de longe!
- Como tinhas dito que por norma não tens planos de almoço pensei que ia ter sorte. Mas está visto que hoje é um dia fora da norma. - diz ele, mal conseguindo esconder a desilusão.
Ainda pensa ligar ao amigo para não vir, mas seria incorrecto, pois ele vinha de tão longe.
- Como não me deste o telefone, decidi aparecer e correr esse risco. - continua ele, com um meio sorriso.
Ela não o podia deixar escapar de novo, por isso responde-lhe com uma contra-proposta.
- Almoçar, infelizmente, já não posso, mas se for possível para ti, podíamos jantar. Até era melhor pois podíamos estar há vontade sem a preocupação das horas e do regresso ao trabalho.
Sentia-se uma "oferecida" ao pronunciar aquelas palavras, mas a verdade é que morria de vontade de estar com ele e não queria deixar desaparecer aquele momento (já bastara domingo).
O sorriso dele revela o prazer da solução apresentada.
- Para mim é muito melhor, mas não quis propor logo um jantar para não me achares muito "atiradiço". A que horas queres que te vá buscar?
- Mas sabes onde eu moro? - pergunta ela com surpresa.
Ele cora e responde:
- Como não me deste o telefone, eu liguei a uns amigos que me disseram onde moravas. Não sei o prédio exacto ou o andar, mas se me quiseres dizer terei o maior prazer em te ir buscar.
O seu coração dispara de novo, enquanto ela ouve as suas palavras com prazer.
Afinal ele também tinha procurado encontrá-la, tinha procurado informações sobre ela.
E o sentimento antigo de há 20 anos inunda de novo o seu coração.
Combinaram a hora para se encontrarem para jantar e ele despediu-se, enquanto ela ia almoçar com o amigo e procurava concentrar-se para o resto do dia de trabalho.
A tarde parecia ser interminável, mas finalmente conseguiu sair e ir para casa onde, depois de um bom banho, hesita entre diversas "toiletes", pois se por um lado queria estar linda para ele, por outro lado não queria estar demasiado produzida ou dar um aspecto de ansiedade.
Finalmente lá se decide (esta coisa de ser mulher é complicada) e foi mesmo a horas, pois ele acaba de chegar.
Levou-a a jantar a um dos seus restaurantes preferidos, onde conversaram durante horas, mas acima de tudo sem conseguirem desviar o olhar um do outro.
Ele resumira a sua vida desde que se tinham afastado e ela resumira a dela.
Nenhum dos dois queria acabar aquele momento, mas a verdade é que os empregados do restaurante já davam sinais de grande impaciência, visto que naquele momento eles são os últimos convivas.
Sem outra solução, levantam-se e enquanto ele ia pagar a conta ("fui eu que te convidei", dissera) ela dirige-se para a saída.
Caminhando lado a lado, tocando-se muito ligeiramente, morria de vontade de ser abraçada, de lhe dar a mão, o braço, mas não queria estar a assumir nada demais, e sentia-se intimidada pela sua presença e pelos sentimentos que a inundavam.
Quase ao aproximarem-se do carro ele propõe-lhe um passeio.
- Está uma noite tão bonita, é quase lua-cheia, queres ir dar uma volta pela beira-mar?
Ela acede, quiçá rapidamente demais, mas a possibilidade de estarem juntos mais algum tempo era algo que não iria desperdiçar.
Foram até à beira-rio e, estacionando o carro, ele propõe-lhe um passeio a pé.
Saíram do carro e foram caminhando, como dois adolescentes que não sabem bem o que fazer...
Passando um pouco ele abraça-a, qual filme de adolescentes...
- Está frio. Estás só com essa blusa. Chega-te para perto de mim.
A proximidade do corpo dele, o seu braço apertando-a contra ele, tudo isto a aquece de tal maneira que nem o vento frio que se fazia sentir a incomoda.
E foram passeando assim, em silêncio, abraçados, enquanto ouviam ao longe o barulho do mar e das ondas.
- Sabes que eu era apaixonado por ti? Mas nunca tive coragem de to dizer. - diz ele ao fim de uns momentos.
- Eu também era, mas também nunca to consegui dizer e a partir de determinada altura só te queria fazer ciumes. - confessa-lhe ela.
- Fomos tão imbecis os dois! Nunca te devia ter deixado ir embora assim. - diz ele, abrandando um pouco o passo e apertando-a mais contra ele.
- Pois. Mas eu não tinha a certeza de gostares de mim e acabei por me afastar. - foi só o que ela lhe conseguiu responder.
Ele pára completamente e, puxando-a para a frente dele, sem nunca a largar, olha-lhe para dentro da alma, com aqueles seus olhos verdes e diz-lhe a frase mais bonita que poderia ter dito.
- Naquela altura não tive coragem para te dizer o que sentia, mas não vou deixar passar a oportunidade duas vezes. Sou louco por ti, tanto ou mais que antigamente e quero ficar contigo, para sempre!
Sentiu-se tonta, sem forças, sem saber o que pensar.
Aquelas palavras que ela tanto ansiara ouvir chegavam-lhe finalmente aos ouvidos e ditas com o sentimento de um adulto e não com a paixão de um adolescente.
Procura dentro de si as energias para lhe responder, sem que a voz traísse a emoção das palavras.
- Eu também era e sou louca por ti.
Não conseguiu acabar...
O beijo apaixonado que ele lhe deu foi a prova de que aquele domingo de compras tinha para sempre alterado a sua vida, entrelaçando-a na dele.
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