E ela contou com a presença do avô, que até andou a fazer pinturas com ela enquanto a mamã fotografava os outros papás e bebés (como prometido às educadoras).
Foi uma mistura de emoções, mas acima de tudo tenho de ressaltar a enorme tristeza que senti em alguns (muitos) momentos.
A tristeza não foi de ela não ter lá o pai, isso já está mais do que resolvido.
O que me doeu mais...
Foi ver o carinho e o amor daqueles pais com os seus rebentos - que transparecia nas fotos que tirava...
Foi ver aqueles pais babados com os seus filhos...
Foi ver as fotos que eles enviaram para escola (que fez um filme com isso), deles com os seus rebentos e os pais babados a ver o filme com os filhos...
E pensar que a minha filha nunca teve aquele tipo de carinho (e isso sempre foi muito comentado por amigos e família mas eu nunca liguei)...
Eu não tenho fotos assim... com ela ao colo de um pai embevecido...
Não tenho essas fotos dela... nunca tive e nunca terei.
Não tenho esses momentos de pura felicidade entre um pai e uma filha, de brincadeira na relva...
Não tenho muitas fotos dela com o pai (e não é por falta de vontade de tirar... é por falta de vontade de ter de estar sempre a pedir e depois acabar por ser forçado...)
Não tenho muitas fotos dela com o pai (e não é por falta de vontade de tirar... é por falta de vontade de ter de estar sempre a pedir e depois acabar por ser forçado...)
Sei que parece estúpido dizer isto assim, que pode parecer tudo o que realmente não é... mas hoje custou ver aqueles pais babados e perceber que ela nunca teve aquilo (eu nunca tive o prazer de testemunhar aquele tipo de carinho/relação/amor, pelo menos desde que ela teve mais de um mês)...
Ela tem fotos com o pai, claro, mas não são assim... não são tão genuínas, não há aquele ar babado de quem olha para um filho que se ama mais do que tudo no mundo e queremos que fique registado para sempre...
Sei que podem pensar que sou eu que sou exigente, estou magoada, o que quiserem... mas foi a primeira vez, em muito tempo, que tive aquela sensação de tristeza...
E agora, ao ver as fotos tiradas aos papás (e mamãs) com os seus rebentos, e ao trabalhá-las para entregar no colégio... essa sensação de tristeza voltou...
Se é só impressão minha e estou a exagerar?
Talvez... não me parece, mas tudo é possível!
Se é só impressão minha e estou a exagerar?
Talvez... não me parece, mas tudo é possível!
E amanhã é um novo dia e tudo é melhor!
4 comentários:
Compreendo a tua posição e ponto de vista, mas o importante é veres a tua menina alegre e contente... e aposto que ela o é e está em qualquer uma das fotos que registaste qualquer momento com ela, com ou sem o pai! A figura paternal é, sem dúvida, importante para as crianças... especialmente nesta fase... mas a verdade é que não será por a Laia não ter o pai dela por perto como se desejaria que deixarás de captar momentos de felicidade estampada no rosto dela quando a fotografares, sozinha ou acompanhada!! Beijinho para as duas! :)
Minha querida, compreendo muito bem o que sentiste, o que sentes e... mas a tua menina está rodeada de tanto AMOR! Um dia ela questionar-se-á e questionar-te-á, sem dúvida. Mas o "oceano" de afecto que lhe é dado cada dia, cada hora e cada segundo e que transborda no sue olhar, no seu sorriso constante e na sua vivacidade, são a certeza da sua segurança interior. E vais poder fotografá-la, imensamente feliz, muitas, muitas... "infinitas" vezes. Um chi-coração
Parabéns ao avô e que os fins-de-semana sejam sempre tão "recheados" como este. Um beijo
Bloguótico e "anónimo" - eu sei que ela é e será sempre imensamente feliz, e que tudo farei para que assim seja sempre, mesmo sem um pai presente.
Mas... o sentimento de ser uma filha "de segunda" está e estará sempre presente, como sempre esteve presente desde a gravidez e desde o nascimento dela, quando eu já nessa altura invejava os casais que passeavam felizes com os seus bebés, invejava aqueles pais que babavam com os bebés ao colo, eram super atentos e delicados e não sentia nada disso com a minha filha...
são sentimentos... é uma tristeza que sempre existiu, provavelmente será só minha, mas é algo que sempre esteve e estará presente, especialmente quando vejo isso noutros casos (nesta situação nos amiguinhos da escola).
Claro que não a mostro, como nunca a mostrei nem mostrarei... é apenas um desabafo, um sentimento inexplicável, uma dor que fica sempre por ela não ter o que gostaria que tivesse - mesmo sabendo que ela é feliz!
beijinhos
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