terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL

Apesar do pouco tempo que tenho tido para aqui passar, não queria deixar passar esta oportunidade de vos desejar...

postal natal 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

Maus chefes provocam ataques de coração

Parece que ela me conhecia há um ano e que graças a isso escreveu este texto.
Sempre que me considerei apaixonada pelo meu trabalho, mesmo assumindo que sou exageradamente perfeccionista e exigente, comigo, com o meu trabalho e com a forma de fazer o melhor possível.
Mas realmente tenho de assumir que era uma workhaolic compulsiva.
Vivia o meu trabalho com paixão e tudo o resto era secundário e quase irrelevante.
O importante era que o trabalho estivesse feito, bem feito, a tempo e que nada falhasse.
Quantas festas de anos perdidas por causa do trabalho?
Fins de semana a trabalhar para que tudo estivesse feito e nada falhasse?
Namoros acabados por falta de atenção e disponibilidade, ou falta de comunicação?
E acima de tudo, a saúde perdida quando tudo se desmoronou graças a ... chefes?
Sinceramente, a todos os que pensam que não são workaholics (eu sei que sempre pensei que não era uma "dessas"), leiam atentamente o texto que se segue e não sigam o meu exemplo.
Eu perdi a minha saúde graças às questões abordadas neste texto (e isto depois de 20 anos a trabalhar sem adoecer), espero que consigam tomar medidas antes de perderem a vossa!

Faz muito bem em ir ao ginásio, seguir uma dieta regrada, em evitar tabaco, álcool e por aí adiante. O seu coração agradece. Mas se quer mesmo garantir a sua sobrevivência, e apesar da dificuldade em encontrar novos empregos, fuja a sete pés dos chefes incompetentes, irascíveis e injustos, porque o efeito desta gente sobre a sua saúde pode revelar-se mortal. Pelo menos é o que diz o estudo de uma equipa sueca que acompanhou mais de 3 mil trabalhadores homens, com idades entre os 18 e os 70 anos.
A primeira tarefa pedida às cobaias foi a de que avaliassem a competência e o carácter de quem geria o seu trabalho. Depois, durante uma década, a sua saúde foi sendo avaliada, registando-se neste período 74 casos de empregados vítimas de problemas cardíacos graves, nalguns casos até fatais. Do estudo à lupa de todo este trabalho, foi possível perceber que existe, de facto, uma relação directa entre a doença e os maus chefes.
Era esse o factor de risco que todos tinham em comum, e que assumia mais peso do que factores de risco como o tabaco, ou a falta de exercício. Perceberam também que os efeitos secundários dos chefes maus era independente do tipo de trabalho desempenhado, da classe social a que pertenciam, das habilitações que possuíam e inclusivamente do dinheiro que tinham na sua conta bancária.
Descobriram, ainda, que o efeito que um incompetente a mandar provoca é cumulativo, ou seja, se trabalhar para um idiota aumenta em 25% a probabilidade de um enfarte, essa probabilidade crescia para 64% se o trabalhador se mantivesse naquela situação por mais de quatro anos.
A explicação é relativamente simples: quando alguém se sente desvalorizado, sem apoio, injustiçado e traído, entra em stress agudo que leva à hipertensão e a outros distúrbios que deterioram a saúde do trabalhador. Daí a importância do apelo que estes especialistas fazem de que as estruturas estejam atentas e «abatam» rapidamente os chefes que não merecem sê-lo.
ISABEL STILWELL | EDITORIAL@DESTAK.PT
Imagem: www.destak.pt

Diário de um aluno do futuro

Sei que por vezes exagero com os textos sobre e de professores, mas esta pérola que a seguir reproduzo está boa demais para não partilhar com todos, por isso... lá terá de ser.

Devido a um estranho alinhamento de planetas, apareceu-me na mesa, a seguir ao jantar, por magia, um diário vindo do futuro que, dentro de umas décadas, terá pertencido a um aluno que hoje deve ter à volta de 11 anos e está a viver as reformas do nosso sistema de ensino. Passo a transcrever alguns excertos:

29 de Junho de 2009
paçei o 5º anuh. A p*ta da stora de mat, k é a nossa dt, n m kria deixar paçar pk eu tnh nega a td menus a ginástica, pk jogo bem há bola, e o crl... mas a gaija f*deu-se puke a ministra da idukaxão mandou dizer ao ppl k penxam q mandam aí nas xkolas masé pabaixarem os kornos k tds os socios com menos de 12 anus teiem de paçar... axu bem.

29 de Junho de 2010
passei o 6º anuh. ainda bem q ainda n fiz 13 anus, q ódpx podia n passar, qesta cena de passar com buéda negas é só até aos 12... f*da-se, fiquei buéda f*dido na m*rda deste ano, e ó c*ralho, o pan*leiro do stor d educassão física deu-me a m*rda do 2... assim tive nega a tudo...
ainda bem q a ministra da iduqaxão é porreira, ela é q é uma sócia sbem:
a xqola n serve pa nada, é uma seca. tive q aprender que os K's se escrevem Q, qomo em "xqola" e não "xkola", e que "passar" não é qom Ç...
a xqola é porreira só pa qurtir qas damas qd gente se balda...

29 de Junho de 2011
Passei o 7º ano. Exte anuh ia chumbando pq tive nega a qase td menos a área de projetuh, mas aqela cena tb é facil, n se fax nd... Exte anuh a dt disse-me q eu passava pq tinha aprendido qas fraxex qomexam qom letra maiúscula e pq m abituei a exqrever qom Q em vez de K, tipuh agora ja xei xqrever "eu qomo qogumelos qom quentruhs" em vez de "eu komo kogumelos kom kuentruhs". É fixolas, pode xer qum dia venha a ser um gamela famôzo...

29 de Junho de 2013
Passei o 9º ano. Foi buéda fácil, pqu a prof paxou-me logo. Fui ao quadro xqurever uma sena em qu dezia tipuh "aquela janela", e eu exqurevi "aqela janela", pqu dixeram-me qu n se xkqureve "akela", é quom Q e não quom K. Mas a profs desatinou quomiguh e dixe qu eu tnh qu pôr o U à frente do Q... Pur ixu exte anuh aprendi qu o Q leva U à frente. No próximuh anuh é o 10º, vou pá sequndária...

29 de Junho de 2014
Aquabei o 10º ano. Não foi muituh difícil só tive que aprendermos a não exqureverem quom aberviaturas purque nem todas as palavras xe puderam aberviar mas ixtu foi uma bequa para o quompliquado purque quom esta sena do QU em vex de K e das aberviaturas exqueceram-me de quomo é que se faxião os verbuhs nos tempuhs e nas pexoas, ou lá o que é... Mas a prof disse tass bem que no prócimo anuh a gente vê ixu.

29 de Junho de 2015
Passou o 11º ano. Foi mais fácil que o 10º. Aprendi que as frases devem ser mais qurtax. E aprendi também que "ano" não esqureve "anuh". Axo que no prócimo ano vai ser mais difícil. Purque a xeguir é a faquldade.

29 de Junho de 2016
Acabou o 12º. Fiquei buéda confuso porque tive de aprender a diferenxa entre usar o QU e o C, tipo "esCrever" e não "esQUrever". Quando eu usava o K era buéda mais fácil... A prof de português é buéda religiosa e anda a ouvir vozes de deus, porque dixe-me que eu não merexia passar, mas "xão ordens lá de xima"...

29 de Junho de 2017
Já fiz o primeiro ano da faculdade. Estou em ingenharia cevil na universidade lusófona. Tive um stor buéda mal iducado que me disse que eu era um ignorante porque às vezes escrevia com X em vez de CH, S ou C.
Mas o meu pai veio cá com uma moca de rio maior e chegou-lhe a rôpa ao pelo. E depois fomos fazer queixa do gajo e a ministra despediu-o porque o gajo, não sei quê, parece que quis vir estragar aqui um muro nosso.
Mas não sei essas senas. O meu pai é que me explicou uma cena qualquer de "danos murais"... O que é bom é que a ministra da iducação continua a mandar aqui nestes sócios da faculdade para eles não levantarem a garimpa contra nós.

29 de Junho de 2019
Acabei a minha licenciatura porque a ministra da iducação disse que tinhamos que passar sempre mesmo que não tivessemos notas, para não ficarmos astigmatizados. Acho que é uma cena que dá nos olhos quando se estuda muito. Agora vou fazer um mestrado e disseram-me que, quando acabar, vou ficar mestre. Eu quero ser de Kung-Fu.

29 de Junho de 2021
Já sou mestre. Afinal não sou de Kung Fu, sou de engenharia cevil. Os meus profs disseram que eu não devia estar em mestrado porque ainda não estava preparado, mas eu disse que o meu pai tinha uma moca de rio maior e que era amigo da ministra e já tinha mandado um bacano da laia deles para a rua e eles calaram-se. Agora vou fazer um doutoramento, porque a ministra da iducação diz que se não deixarem um aluno fazer o doutoramento só por causa das notas, ele fica com a auto-estima em baixo e isso perjudica a aprendizajem.

29 de Junho de 2023
Sou doutor. O meu orientador da tese ficou muito satisfeito porque eu já não dou erros ortográficos: ao longo destes dois anos, aprendi a escrever "engenharia civil" em vez de "ingenharia cevil" e também porque aprendi que a ministra é da "educação" e não da "iducação", mas lê-se assim. Entretantos casei. A minha dama chama-se Sónia e os pais dela ficaram muito felizes por ela ir casar com um doutor em engenharia civil. Ela não sabe ler nem escrever: só fez até ao 2º ano da licenciatura e depois foi trabalhar para o Minipreço. Já tá grávida.

29 de Outubro de 2023
Nasceu o meu filho! Chamei-lhe Júnior porque ele é mais novo que eu.

29 de Agosto de 2029
O Júnior vai fazer 6 anos daqui a 2 meses. Devia entrar para a escola este ano, mas estive a pensar muito bem e não o vou pôr na escola. Ele não precisa daquilo para nada, aprende em casa. Eu ensino-lhe a ler, que sou doutor, e a mãe ensina-lhe a fazer contas, que é caixa no Minipreço.
A escola não vale nada. Acho que o sistema de ensino hoje em dia é uma m*rda. No meu tempo é que era bom.
Imagem: Gettyimages

História de Portugal (ultra-condensada)

Tudo começou com um tal Henriques que não se dava bem com a mãe e acabou por se vingar na pandilha de mauritanos que vivia do outro lado do Tejo. Para piorar ainda mais as coisas, decidiu casar com uma espanhola qualquer e não teve muito tempo para lhe desfrutar do salero porque a tipa apanhou uma camada de peste negra e morreu. Pouco tempo depois, o fulano, que por acaso era rei, bateu também as botas e foi desta para melhor. Para a coisa não ficar completamente entregue à bicharada, apareceu um tal João que, ajudado por um amigo de longa data que era afoito para a porrada, conseguiu pôr os espanhóis a enformar pão e ainda arranjou uns trocos para comprar uns barcos ao filho que era dado aos desportos náuticos. De tal maneira que decidiu pôr os barcos a render e inaugurou o primeiro cruzeiro marítimo entre Lisboa e o Japão com escalas no Funchal, Salvador, Luanda, Maputo, Ormuz, Calecute, Malaca, Timor e Macau. Quando a coisa deu para o torto, ficou nas lonas só com um pacote de pimenta para recordação e resolveu ir afogar as mágoas, provocando a malta de Alcácer-Quibir para uma cena de estalo. Felizmente, tinha um primo, o Filipe, que não se importou de tomar conta do estaminé até chegar outro João que enriqueceu com o pilim que uma tia lhe mandava do Brasil e acabou por gastar tudo em conventos e aquedutos. Com conventos a mais e dinheiro menos, as coisas lá se iam aguentando até começar tudo a abanar numa manhã de Novembro. Muita coisa se partiu. Mas sem gravidade porque, passado pouco tempo, já estava tudo arranjado outra vez, graças a um mânfio chamado Sebastião que tinha jeito para o bricolage e não era mau tipo apesar das perucas um bocado amaricadas. Foi por essa altura que o Napoleão bateu à porta a perguntar se o Pedro podia vir brincar e o irmão mais novo, o Miguel, teve uma crise de ciúmes e tratou de armar confusão que só acabou quando levou um valente puxão de orelhas do mano que já ia a caminho do Brasil para tratar de uns negócios. A malta começou a votar mas as coisas não melhoraram grande coisa e foi por isso que um Carlos anafado levou um tiro nos coiratos quando passeava de carroça pelo Terreiro do Paço. O pessoal assustou-se com o barulho e escondeu-se num buraco na Flandres onde continuaram a ouvir tiros mas apontados a eles e disparados por alemães. Ao intervalo, já perdiam por muitos mas o desafio não chegou ao fim porque uma tipa vestida de branco apareceu a flutuar por cima de uma azinheira e três pastores deram primeiro em doidos, depois em mortos e mais tarde em beatos.
Se não fosse por um velhote das Beiras, a confusão tinha continuado mas, felizmente, não continuou e Angola continuava a ser nossa mesmo que andassem para aí a espalhar boatos. Comunistas dum camandro! Tanto insistiram que o velhote se mandou do cadeirão abaixo e houve rebaldaria tamanha que foi preciso pôr um chaimite e um molho cravos em cima do assunto. Depois parece que houve um Mário qualquer que assinou um papel que nos pôs na Europa e ainda teve tempo para transformar uma lixeira numa exposição mundial e mamar duas secas da Grécia na final.

FIM
Imagem: www.mapas-portugal.com

sábado, 13 de dezembro de 2008

Momentos

Há algum tempo que que estes "pensamentos" me correm para a ponta dos dedos, pedindo para ser partilhados.

A vida é feita de pequenos momentos, que importa valorizar e apreciar pelo que são, na sua medida certa e com o grau de importância que lhes quisermos dedicar.

Momentos de alegria
Momentos de dor
Momentos de paixão
Momentos familiares
Momentos com os amigos
Momentos de reflexão
Momentos de pausa
Momentos de descanso
Momentos de emoção
Momentos de tristeza
Momentos desportivos
Momentos de impaciência
Momentos de raiva
Momentos de saudade
Momentos de convívio
Momentos de festa
Momentos de descontracção
Momentos de estudo
Momentos de celebração
Momentos de partilha
Momentos de egoísmo
Momentos de felicidade
Momentos românticos
Momentos poéticos
Momentos inspirados
Momentos de doença
Momentos de adrenalina
Momentos de aventura
Momentos de inconsciência
Momentos de ignorância
Momentos de esquecimento
Momentos de força
Momentos de solidariedade
Momentos de recordações
Momentos de solidão
Momentos de coragem
Momentos de cobardia
Momentos de rebelião
Momentos de servidão
Momentos de humilhação
Momentos de exaltação
Momentos de angústia
Momentos de depressão
Momentos de isolamento
Momentos de optimismo
Momentos de esperança
Momentos de ilusão
Momentos...
Momentos ... só e apenas momentos!!!

E são todos estes momentos, a forma como os vivemos, como os sentimos, como reagimos a eles e a importância que lhes damos que fazem de nós as pessoas que somos.
Não sei que pessoa sou, mas sei que quero viver cada momento da minha vida com o máximo de intensidade, os bons para os recordar com saudade, os maus para celebrar o facto de terem passado e de os ter superado.

Porque eu sou... um momento!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Para onde vai o tempo?

Hoje recebi o telefonema de uma querida amiga que há muito tempo não vejo.
É verdade que fui eu que me afastei, mas a verdade é que o contacto pontual que mantemos me parece sempre pouco e sinto falta dos tempos em que passeávamos e falávamos de tudo e de nada.
Estivemos bastante tempo a colocar a conversa "em dia" e depois estive a ler alguns dos últimos trabalhos dela.
Confesso que senti(sinto) inveja.
Não será inveja dos textos em si, mas sim do acto de escrever, desta paixão por colocar (tinha escrito "meter", mas não se mete nada no papel.... ai este "pretuguês" que está cada dia pior) no papel o que nos rodeia e o que vivemos.
Digo e repito que adoro escrever e é para mim uma enorme forma de terapia, mas sempre me faltou a disciplina para o fazer regularmente.
Desde criança que me oferecem diários, mas ao contrário dela, que há 28 anos colecciona os dela e vai registando diariamente os seus pensamentos e vivências, eu nunca consegui escrever nos meus para além de alguns dias, pontualmente semanas e muito raramente meses.
Mesmo o blog, uma tentativa de ter uma "espécie" de diário, denota esta falta de disciplina, esta inconstância que me caracteriza - um dia faço, dez dias não.
E ao ver o carinho que ela tem pelos seus diários, ao ver os seus textos, ao ver a paixão que é para ela ler e escrever, não posso deixar de sentir uma pontada de inveja, por não conseguir ter esse espírito, essa disciplina.
Invejo-a quando diz que não consegue sair de casa sem um livro para ler, o seu caderno e uma caneta onde vai escrevendo o que lhe apetece.
Invejo quando diz que ela vai escrevendo o livro da sua vida aos bocadinhos, dia a dia, e acima de tudo invejo o prazer que sente quando relê todas estas pequenas notas.
Milhares de vezes durante o dia (e a noite) as ideias e as palavras atropelam-se na minha cabeça, lutando para sair, seja oralmente seja através da escrita - mas não consigo levantar-me, parar o que estou a fazer e escrever.
Verdade seja dita, a maioria das vezes é quando estou a conduzir ou em alguma situação sozinha, em que não tenho com quem partilhar.
Mas mesmo nestas situações, em que não tenho possibilidade de escrever, penso - vou gravar!
E não consigo. As palavras não saem.
Penso em dizer tudo o que estou a sentir, a pensar, mas só o facto de pensar em abrir a boca e dizer... bloqueia-me. Fico muda, sem voz.
São palavras, mas não são para ser ditas, são para ser sentidas e passadas ao papel.
Criticam-me muitas vezes por não falar, não dizer o que penso ou sinto e em vez disso escrever - mas a verdade é que cada vez mais me apercebo que detesto falar e prefiro escrever (menos emoção e mais directo), mas sinto que não consigo escrever o que quero, como quero, quando quero.
Será que é porque me quero "obrigar" a escrever e nunca consegui fazer nada por obrigação?
Porque é que adoro escrever, mas consigo ocupar o dia, a cabeça, os dedos, a mente, com milhares de pequenas coisas sem importância e não consigo encontrar um momento para escrever?
Porque será que adorava ser como a minha madrinha, como esta minha amiga, cheias de atenções e carinhos para quem os rodeia, escrevendo os seus textos, cartões nos aniversários e épocas festivas, pequenas notas cheias de atenção e carinho... mas por mais que tente não o consigo?
Invejo a clareza dos textos dela, o sentimento e a poesia das palavras da minha madrinha, a intelectualidade dos textos do meu tio, a ciência nos da minha irmã... mas não consigo!
Não consigo pensar em sentar-me e escrever (mesmo quando quase me apetece gritar com as ideias que insistem em me "atormentar"), não consigo ser clara, sintética e resumida, não consigo ter poesia, ser rebuscada... só consigo ser incoerente, divagar, deambular de ideia em ideia sem fio condutor.
E invejo... porque quero crescer e ser assim.
Quero ser como ela(s).
Mas parece que as horas desaparecem, que há sempre algo "mais importante" para fazer, que o tempo não chega para tudo.
E de repente apercebo-me que as horas se escoaram, os dias passaram, meses... e nem consegui escrever, nem consegui estar com as pessoas que são importantes, nem consegui fazer aquilo que queria/devia/esperava.
Como se consegue fazer tudo e ainda ter tempo e paixão para escrever?
Como é que antes conseguia trabalhar em 2 e 3 sitios ao mesmo tempo e agora, que tenho tempo livre, parece que as horas e minutos se escoam e não consigo fazer nada?
Porque agarro no computador e passo o tempo a trabalhar, sem sentir que estou a produzir, sem sentir que estou a fazer algo útil, sem conseguir escrever?
Para onde vai o tempo do meu dia?
Da minha vida?
Para onde vai o tempo que me impede de estar com os amigos, escrever, e fazer aquilo de que realmente gosto e realmente me importa?
imagem: gettyimages

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Professores - diversas


Algumas das respostas inteligentes dos nossos alunos (para todos aqueles que gostam de dizer mal do nosso ensino):
Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas por 7 pessoas?
Aluno: Puré de batata, senhor professor!

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Verbos:

Professor: Se és tu a cantar, dizes: "eu canto". Se for o teu irmão que canta, como é que dizes?
Aluno: Cala a boca, Alberto.

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Castigos:

- "Stora", alguém pode ser castigado por uma coisa que não fez?
- Não.

- Fixe. É que eu não fiz os trabalhos de casa.

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Verbos:

Professor: Joaquim, diga o presente do indicativo do verbo caminhar.

Aluno: Eu caminho... ah... ...tu caminhas.... ah...ele caminha...

Professor: Mais depressa!

Aluno: Nós corremos, vós correis, eles correm!



Professor: Chovia que tempo é?

Aluno: É tempo muito mau, senhor professor.

Professor: De onde vem a electricidade?
Aluno: Do Jardim Zoológico!

Professor: Do Jardim Zoológico?
Aluno: Pois! O meu pai, quando falta a luz em casa, diz sempre: "Aqueles camelos...".
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Ciências:

Professor: Quantos corações temos nós?
Aluno: Dois, senhor professor.

Professor: Dois!?

Aluno: Sim, o meu e o seu!



Dois alunos chegam tarde à escola e justificam-se:

1º Aluno: Acordei tarde, senhor professor! Sonhei que fui à Polinésia e demorou muito a viagem.

Professor: Então e tu!
2º Aluno: E eu fui esperá-lo ao aeroporto!


Professor: Pode dizer-me o nome de cinco coisas que contenham leite?

Aluno: Fim, senhor professor: Um queijo e quatro vacas.



Um aluno de Direito a fazer um exame oral:

Professor: O que é uma fraude?

Aluno: É o que o sr. professor está a fazer.

Professor: (O professor muito indignado) Ora essa, explique-se...

Aluno: Segundo o Código Penal comete fraude todo aquele que se aproveita da ignorância do outro para o prejudicar!!

A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca

Um artigo verdadeiramente demolidor, mas que é a mais pura das verdades (quer se goste ou não).
Não pretendo estar a emitir juízos de valor ou opiniões sobre o que é descrito, nomeadamente em relação a actuações da nossa polícia, mas não posso deixar de concordar que, cada vez mais, somos um país de tão brandos costumes que somos um paraíso para os ladrões... que estão no "topo".

Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido. Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada mas mais honesta que estes bandalhos.

Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades. Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente
punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos.
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?

O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.

Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
Clara Ferreira Alves, revista Única, Crónica “A Pluma Caprichosa”
Expresso – 22/Out/007

Eu fui... agora sou!!!

Impossível não partilhar esta apresentação.
Porque é o que sinto!
Tantos anos a tentar ser o que queriam, esperavam, a viver de acordo com o que fazia os outros felizes.
Neste momento, quero ser!
Viver!
Como sou, como quero, quando quero.
Sem regras e imposições!
Com a minha maneira de ser, os meus inúmeros defeitos e as qualidades que tenho, mas SENDO!

Eu fui... Agora Sou!!!

Professor do Ano - Todos os dias

Uma grande verdade que acabaram de me enviar e que é importante partilhar (especialmente se, como eu, vivem numa família de professores).
E sei, senti na pele, o que é ser filho(a) de um professor do ano, pois vejo tudo o que aqui está descrito nas acções e na vivência da minha mãe que, ainda hoje, não desiste de ensinar pois é uma coisa que adora (apesar do enorme desgaste físico e emocional que carrega a profissão e as "adoráveis criancinhas de hoje em dia")!!!

PROFESSOR DO ANO SOMOS TODOS NÓS, TODOS OS ANOS!

Professor do ano foi aquele que, com depressão profunda, persistiu em ensinar o melhor que sabia e conseguia os seus 80 alunos.

Professor do ano foi aquela que tinha cancro e deu as suas aulas até morrer.

Professor do ano foi aquela que leccionou a 200 km de casa e só viu os filhos e o marido de 15 em 15 dias.

Professor do ano foi aquela que abandonou o marido e foi com a menina de 3 anos para um quarto alugado. Como tinha aulas à noite, a menina esperava dormindo nos sofás da sala dos professores.

Professor do ano foi aquele que comprou o material do seu bolso porque as crianças não podiam e a escola não dava.

Professor do ano foi aquele que, em cima de todo o seu trabalho, preparou acções de formação e se expôs partilhando o seu saber e os seus materiais.

Professor do ano foi aquela que teve 5 turmas e 3 níveis diferentes.

Professor do ano foi aquele que pagou para trabalhar só para que lhe contassem mais uns dias de serviço.

Professor do ano foi aquele que fez mestrado suportando todos os> custos e sacrificando todos os fins-de-semana com a família.

Professor do ano foi aquele que foi agredido e voltou no dia seguinte com a mesma esperança.

Professor do ano foi aquele que sacrificou os intervalos e as horas de refeição para tirar mais umas dúvidas.

Professor do ano foi aquele que organizou uma visita de estudo mesmo sabendo que Jorge Pedreira considerava que ele estava a faltar.

Professor do ano foi aquele que encontrou forças para motivar os alunos depois de ser indignamente tratado pelos seus superiores do ME.

Professor do ano foi aquele que se manifestou ao sábado sacrificando um direito para preservar os seus alunos.

Professor do ano foi aquele presidente de executivo que viveu o ano entre o dever absurdo, a pressão e a escola a que quer bem, os colegas que estima.

Professor do ano... tanto professor do ano.

Professores do ano, todo o ano, fomos todos nós, professores, que o continuamos a ser mesmo após uma divisão absurda.

Professor do ano... tanto professor do ano em cada escola, tanto milagre em cada aluno.

Somos mais que professores do ano. Somos professores sempre!
http://sinistraministra.blogspot.com/2008/11/professor-do-ano-somos-todos-ns-todos.html
imagem: daqui
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