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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Porque já não me consigo calar?

Por vezes gostava de ser muda, ou de ter uma moderação de comentários a agir antes de abrir a boca, para não magoar as pessoas que amo.

Tantas vezes que ouvi (e senti) que antigamente eu não era assim...
E a verdade é que sempre preferia ser eu a sofrer e não dizer o que realmente pensava e sentia, desde que os outros não fossem magoados ou sofressem com as minhas palavras.

Mas com o passar dos anos, parece que passei para o extremo oposto...
Não consigo calar o que penso ou o que sinto.

De uma pessoa dócil e cordata (que modéstia) passei para uma pessoa com mau-feitio e refilona, que está sempre a dizer o que pensa, sem se preocupar com o que os outros possam sentir...
Ok... eu preocupo-me com os sentimentos deles (especialmente família e amor), mas parece que tenho uma outra pessoa a viver dentro de mim que sai para fora nos piores momentos (palavras do S.)...
E, honestamente, custa-me ser assim, pois nunca o fui (pelo menos na maior parte da minha vida)...

A minha mãe diz que sou assim desde os meus 2 últimos empregos, que foram altamente stressantes, com muito trabalho e pouco reconhecimento e contrapartidas e que me desgastaram emocional e fisicamente a níveis nunca vistos.
Eu acho que é da idade, associada ao cansaço de me preocupar sempre com os sentimentos dos outros e não com os meus... aliado a uma dose de cansaço que me impede de me auto-moderar.

Mas... é mais forte que eu... o humor negro, o estar sempre a picar (na brincadeira) e dizer logo o que sinto quando me magoam (ou quando me sinto magoada) e sendo má com essa(s) pessoa(s) parecem estar a fazer parte da minha personalidade - e não sei se gosto de ser assim, pelo menos não com os que me são próximos.
Como disse há uns tempos a alguém ... eu só sou assim com as pessoas de quem gosto...
Mas eles também podem pensar o que eu pensei quando me disseram isso de um familiar meu que é ainda pior que eu... - podias gostar um pouco menos de mim, não?

Será que a solução é a mudez total?
O S. acha que não é a solução, pois quando não falo escrevo e ele diz que os meus dedos são muito mais "duros" nas palavras que quando as digo...
Será que se consegue criar um sistema interno de moderação de comentários? (mas antes de pensar já as palavras me saíram pela boca...)

Aiaiai...
Será mesmo a PDI a atacar e eliminar as barreiras de uma pessoa que toda a vida se preocupou em não magoar os outros e agora... não pensa antes de falar o que sente?

Eu prometo sempre mudar... mas não está a resultar muito e depois ainda fico pior, pois na realidade não digo as coisas para magoar ninguém, ou para ofender!!!
Apenas tenho (com o avançar da idade) desenvolvido um sentido de humor inoportuno e muito negro, bem como um apurado sentido de crítica (dos outros claro, que eu tenho sempre razão e sou perfeita...) que se destaca, muitas vezes, pela negativa.

Será que aos 40 passa?

Espero que sim, mas de qualquer forma aqui deixo à minha família (directa e ao meu amor) as minhas sinceras desculpas por este feitio/sentido de humor/sensibilidade que é mais forte que eu... mas é só porque os amo (a sério)!

E vou treinar para ser novamente muda...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Convites

Já alguma vez receberam algum daqueles convites... "Quando quiseres aparece, a casa é tua"?

Como se sentem perante estes convites?
É que eu, sinceramente, devo ser especial, diferente... não sei... mas convites assim não me dizem nada (para não dizer que odeio, que é uma palavra muito forte e muitas vezes estes convites são-me perfeitamente indiferentes).

Cada vez que recebo um convite destes, especialmente de pessoas que até conheço bem, há duas coisas que me saltam logo à mente, só na frase:
"Quando quiseres".... - isto quer dizer o quê? Hoje? Amanhã? Não tens planos que eu vá interromper?
"a casa é tua"... - ai é minha? Se é minha porque não tenho chaves? Se é minha porque é que não tenho nada meu lá (que não leve eu)?

Sei que se diz isso com carinho e atenção, e muitas vezes até com vontade de ser agradável e ter a companhia da pessoa "convidada" mas a mim estas frases soam-me a falso, a cordial, a educado.
Se as pessoas nos querem convidar mesmo, porque não dizer "queres ir passar estes dias lá a casa"?

Ainda há a opção.... "O que fazes este fim de semana?"... seguido de alguns momentos de conversa para depois se saírem com "aquela" frase estudada do... "se quiseres aparece" - o que, honestamente, ainda é mais decepcionante/irritante (mais uma vez, para mim, que sou assim... diferente).

Meus amigos, sejamos honestos... provavelmente sou eu que sou tímida demais (mesmo com amigos e familiares), ou tenho uma educação à moda antiga... não sei... ou sou mesmo só esquisita!

Mas para mim, quando se faz um convite deste tipo, para partilharmos algo que é nosso e não é das outras pessoas, propõe-se uma data, em que a pessoa não nos vá incomodar nem aos nossos planos, definem-se "agendas", demonstra-se interesse na presença da pessoa.
"Quando quiseres" não é nada e, especialmente no meu caso, é 99% do "caminho" para nunca fazer por ir, nem aparecer.

É que quando realmente eu quero convidar alguém (mais uma vez penso por mim, que sou especial) eu digo "Queres ficar lá em casa estes dias/semanas?" ou algo no estilo, que seja adequado à situação (saída, praia, etc)...
Porque se quero que alguém esteja comigo, eu digo quando quero, não "atiro um convite para o ar" e espero que alguém apanhe, quando quiser apanhar... se quiser apanhar...

Pelo menos comigo isso não resulta.

E em vez de dizer "a casa é tua", porque para ser do meu convidado(a) tinha de lhe dar umas chaves de casa e fazer mesmo da minha casa/espaço a casa/espaço dele... prefiro dizer "as portas estarão sempre abertas para ti".
Assim não estamos a induzir em erro as pessoas, estamos a ser correctos e o português é muito mais bonito.... não acham?

Será que sou assim tão diferente?
Será que analiso demais as coisas?
Será que penso no que está por trás dos convites em vez de ser uma "descarada" e realmente aparecer como e quando quiser, sem me incomodar com a vida da pessoa que vou "invadir"?

Não sei....
mas a verdade é que estes "convites" me irritam sinceramente, porque me parecem tão pouco sinceros....
enfim... devo ser eu, como sempre!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A história de um letreiro

Este filme é uma curta metragem que este ano foi premiado no Festival de Cannes.
Mostra a força que tem o dizer a mesma coisa com palavras diferentes. E parece tão simples!

É um pequeno filme (5 minutos) que vale a pena ver.

Obrigada mana por mo teres enviado - e assumo que não resisti a verter uma lagrimazita no fim!!!

Sinto Vergonha de Mim

Um poema que muitos deviam ouvir diariamente...
Declama Rolando Boldrin um texto que foi atribuído a Ruy Barbosa, mas que é de Cleide Canton.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sinto, logo escrevo

Já vos aconteceu terem milhares de palavras a gritar na cabeça e não as conseguirem dizer?
A mim acontece sempre, principalmente se é para falar do que sinto.
Os meus amigos criticam e brincam com isso, dizendo que nunca viram uma RP ou responsável de eventos que tanto fala dizer que não consegue falar!!!
Mas é verdade, quando se trata de falar de sentimentos, de emoções, as palavras amontoam-se na cabeça, gritam o que querem dizer, mas da boca não sai nada!
Não sei se é para não magoar as pessoas que me rodeiam, se é porque quando saem são sempre mal interpretadas, se é porque não quero que soem como criticas... não sei, mas não consigo que saiam, e por isso comecei a escrever.
São palavras confusas as que saem para o papel, mas pelo menos dá uma certa coerência à confusão que elas criam quando se revoltam na cabeça por não as conseguir traduzir em sons.
E não é um facto recente, só que a idade, os mal-entendidos, as desilusões, os desgostos só serviram para agravar esta situação.
A maior parte das pessoas prefere falar.
Dizem-me muitas vezes "porque não falas?" ou "agarra no telefone e liga", mas lembro-me que já em criança detestava telefonar e muitas vezes convencia os meus irmãos a fazerem por mim os telefonemas mais simples.
Excesso de timidez?
Talvez, mas acho que é mais excesso de má-compreensão.
As palavras escritas podem por vezes magoar mais do que as faladas, mas são verdadeiras, são a expressão dos sentimentos, sejam eles claros ou confusos.
E a verdade é que desde sempre eu adorava escrever, apesar de não ter a disciplina e força de vontade de escrever regularmente, pois tenho vários diários começados (e nunca acabados) milhares de cartas trocadas com amigos e correspondentes... enfim, o costume... as coisas que me apaixonam mesmo são começadas mas sem força para as acabar.
Sei que tenho de melhorar, aprender a dar voz às palavras, mas por agora só lhes consigo dar expressão escrita... Pode ser que no futuro consiga dar-lhes voz!
Até porque penso ou escrevo o que sinto, sem reflectir, sem censura... e muitas vezes, à posteriori, ao pensar no que escrevo (sim, por norma não estou a reler) há tantas outras coisas que surgem, que gostaria de ter dito ou escrito e não consegui na altura...
Para ser escritora teria de escrever, reflectir sobre isso, parar e sempre que pensar sobre o assunto completar o meu primeiro texto... e eu sou mais impulsiva, a escrita é mais terapia... é mais pensar e deixar escapar pelos dedos (em substituição da voz) o que está no coração (mais do que na cabeça)...
Aqui ficam igualmente algumas citações sobre escrever, de que gosto muito:
  • Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido (Jules Renard)
  • Escrever é batermo-nos com tinta para nos fazermos compreender (Jean Cocteau)
  • Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros (Eugène Ionesco)
  • Escrever é por em ordem as nossas obsessões (Jean Grenier)
  • Não se pode escrever nada com indiferença (Simone de Beauvoir)
  • Viver é lutar contra os demónios do coração e do cérebro. Escrever, é pronunciar sobre si o último julgamento (Henrik Ibsen)
  • Escrever é ter a companhia do outro de nós que escreve (Vergílio Ferreira)
  • Os escritores raramente escrevem o que pensam. Limitam-se a escrever o que pensam que os outros pensam que eles pensam (Elbert Hubbard)
  • Escrever é sempre esconder algo de modo que mais tarde seja descoberto (Italo Calvino)
  • Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial (Virginia Woolf)
  • Escrever é também não falar. É calar-se. É gritar sem ruído. (Marguerite Duras)
  • É a escrever mal que se aprende a escrever bem (Samuel Johnson)
  • As mulheres escreveram o poema do amor; os homens comentaram-no, mas não o compreenderam (Arsène Houssaye)
  • Escrever é como fazer amor. Não te preocupes com o orgasmo, preocupa-te com o processo (Isabel Allende)
  • Escrever não é fácil nem difícil, antes possível ou impossível (Camilo Cela)
  • Para escrever, só é preciso ter alguma coisa para dizer (Camilo Cela)
  • O meu psicanalista é a minha máquina de escrever (Ernest Hemingway)
Não quero dizer com estes pensamentos que me considere escritora - LONGE DISSO!!!
De escritora não tenho nem quero ter nada, mas há dois pensamentos sobre escrever que me são particularmente queridos, por me identificar bastante com eles e são o de Elbert Hubbard e o de Ernest Hemingway.
O primeiro porque me faz pensar que eu vivo a vida e actuo de acordo com o que eu penso que os outros pensam que eu devo ser.
O segundo porque não há melhor terapia, melhor "alívio" do que escrever para exorcizar todos e quaisquer "fantasmas" que nos atormentem.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Vazio

Hoje pensava escrever, partilhar mais alguns sentimentos ou emoções, mas a verdade é que não consigo!
Escrever sempre foi uma terapia, uma forma de exorcizar fantasmas e pensamentos, mas quando começa a ser demasiado analisado por quem me está mais próximo, quando constantemente procuram ler nas entrelinhas, procuram agir em função do que imaginam que está escrito e não se diz... torna-se uma prisão maior do que não escrever!
Mas a verdade é que, para além de não me apetecer ser analisada, me sinto vazia!!!
Vazia de sentimentos, de emoções, de vontades, ... de tudo!
Talvez seja cansaço (de não fazer nada, como dirão alguns, com razão), talvez seja tristeza de não ser correspondida, desilusão de ser sempre a última prioridade para todos, raiva de dar tudo e ficar com os restos, tristeza de esperar retornos que nunca chegam, de ser demasiado idealista e/ou romântica...
Pode ser de não dormir o suficiente... ou de dormir demais!
Não sei....
Mas... sinto-me oca, vazia, fútil.
Será que cansei de estar sempre a dar e não receber?
Será que me apercebi que sou egoísta e não o quero assumir?
Não sei...
Sei que não consigo encontrar um rumo, que não consigo encontrar paz, e que não consigo sentir uma emoção correcta ou verdadeira.
Sei que me sinto sozinha, abandonada... que queria ter alguém que se preocupasse comigo, que procurasse estar comigo, que sentisse quando preciso estar com ele...
Sei que um dia vai aparecer, mas neste momento sinto-me sozinha, mais sozinha que nunca!
Talvez seja por isso que hoje me sinto tão oca, tão sem sentir, tão.... falsa nas minhas convicções e paixões.
Talvez por ter compreendido que na verdade não tenho os amigos que queria ou pensava e que os verdadeiros amigos, aqueles que não me abandonavam, estão a milhares de quilómetros.
Talvez por sentir que não sei amar ninguém, ou sentir amada...
Também não importa, porque amanhã será outro dia, a véspera de mais um fim de semana sozinha no meio da multidão!
O sol vai brilhar e os sentimentos vão mudar, a vida continuar.
Amanhã vou sentir de novo, mas hoje.... não consigo!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um dia de Domingo

Procura-se.....
a quem dedicar esta musica....

Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Pra sentar e conversar
Depois andar de encontro ao vento
Eu preciso respirar
O mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter o mesmo sol que te bronzeia
Eu preciso te tocar e outra vez te ver sorrindo
E voltar num sonho lindo
Já não dá mais pra viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir a emoção de estar contigo
Ver o sol amanhecer e ver a vida acontecer
Como um dia de domingo
Faz de conta que ainda é cedo
Tudo vai ficar por conta da emoção
Faz de conta que ainda é cedo
E deixar falar a voz do coração

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vem cá (dá-me o teu mundo outra vez)

Pois é... umas conversas aqui, outras ali... ser parva o suficiente para ignorar o que senti e tentar dar apoio... e a avalanche de sentimentos regressa... com toda a dor inerente...
Enfim... uma música que não ajuda a melhorar...
E sim... as coisas estão enterradas... afastadas... mas não esquecidas.
Mas só temos uma vida e não vale a pena perder tempo a pensar na dor do passado!!!


TT e Nuno Guerreiro

Vem cá
da-me o teu mundo outra vez
lembra-te daquilo que eu te dou
e tu não vês
quando, não estas, quando não estas

eu não consigo perceber
por favor, diz me a mim
mudaste tanto, desde o dia em que eu te conheci
parece fácil esquecer
mas só eu sei a dor
sinto falta do teu abraço
desse teu calor

custa-me muito continuar sem pedir,
um beijo de bom dia
e a vontade de sorrir
sair pra rua, e gritar que só te amo a ti
ver-te na minha cama toda nua
e sentir

falar bem baixo ao teu ouvido
sem te acordar
dizer-te que és tudo, e que nunca te vou deixar
fazer as juras de sangue, saliva ou suor
contar-te a minha vida
e entregar-te o meu amor

eu juro não, eu juro não
eu juro não te vou deixar

Refrão (2x)
Vem cá
da-me o teu mundo outra vez
lembra-te daquilo que eu te dou
e tu não vês
quando, não estas, quando não estas

será que vai ser tão difícil
ter o teu olhar
despir a tua voz
e conseguir fazer-te amar
pois o amor não tem sentido
não tem explicação
eu e tu, sempre fomos um
não entendo esta divisão

não pode ser, não posso acreditar
estiveste aqui
não sei se foste por azar
ou estava escrito assim
não sei se é normal
olhar para trás, pensar que estas
não sei se é bem mal
mas juro não te vou deixar

Refrão (4x)
Vem cá
da-me o teu mundo outra vez
lembra-te daquilo que eu te dou
e tu não vês
quando, não estas, quando não estas

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Sentimento

Acho que só hoje é que realmente me apercebi que ter um blog exige bastante responsabilidade.

Quando criei este blog foi mais para ser um escape, um diário, uma forma de dizer o que sentia e assim libertar a minha alma, aquilo que me pesava, sem ter de estar a falar dessas coisas e podendo manter a fachada de forte que tão bem me parece ficar.
Foi como uma forma de partilhar alegrias e dores sem ter de encarar as pessoas para falar delas (gosto de resolver as minhas coisas no meu cantinho, sozinha... e detesto falar de coisas más... detesto estar a trazer de novo a dor ou mágoa à superfície em público).

Não me tinha apercebido que era uma forma de as pessoas me conhecerem (sabia que era uma forma de me conhecerem... não me apercebi da importância desse facto) e que o facto de não escrever, para quem me estava mais próximo, até poderia ser um sinal preocupante (donde se pode ver que venho de uma família de pessimistas, pois em vez de assumirem que não escrevo por estar ocupada ou por estar bem... assumem que me isolei - hehehehe).

É verdade que adoro escrever (mal, com muitas reticências, com as minhas divagações, com parentesis por todo o lado...) e que adoro poder expressar o que me apetece, sem ter de responder a padrões de qualidade, sem pensar em publicar... só pelo prazer de escrever. Talvez um dia, quando finalmente assumir que vou ser "grande" me decida a estudar as regras da escrita... só para as poder subverter (sim... esta coisa de regras definidas nunca foi muito a minha área...)

Também é verdade que escrever me dá tendência para a tristeza, para recordar coisas que não quero recordar, para pensar em coisas que não quero pensar... e que por vezes me dedico a outras coisas só para me ocupar (ou ocupar a cabeça) e me esqueço de ... escrever aqui!
Pois também não vou nem quero, de forma nenhuma, fazer diste um blog de tristezas e desencantos.

Não vou ceder à tentação fácil de pensar que daqui a nada tenho 40 anos e continuo solteira, com mau feitio, sem filhos, com poucos amigos (mas bons) e que até no trabalho que é a minha paixão na vida, não consigo acertar com o local certo!

Isso seria fácil demais - e eu não gosto de coisas fáceis! Assim como detesto tristezas e vitimizações!
Aliás... se as coisas são fáceis demais ... é certo e seguro que eu vou encontrar a forma de as complicar.

Por outro lado (desculpa tio) também não vou parar de me entregar com paixão a tudo o que faço ou a quem amar. Doí quando acaba, doí quando se é incompreendida, dói quando se pensa que se dá tudo e depois levamos um pontapé... mas negar isso seria negar a minha essência, aquilo que sou.
E se há uma coisa que aprendi na vida é que mais vale sofrer porque acabou, do que sofrer por não tentar.

Além de que há muitos, MUITOS, muitos anos (para não dizer, no meu tempo...) que minha filosofia é e sempre foi... se estás mal, se está infeliz... olha à tua volta. Há de certeza alguém mais triste, mais infeliz, alguém que precisa da tua ajuda. E enquanto te concentras a ajudar os outros, a dar tudo por eles, a viver com paixão... esqueces que tens problemas... e eles perdem importância - e muitos até desaparecem.

E por falar em tristezas e mágoas, aqui deixo um pequenino texto que recebi hoje:
“ Não te deixes abalar pelo fato de um dia teres demonstrado os teus sentimentos a quem não soube valorizá-los.
O que importa é que soubeste assumi-los sem medo e essa pessoa um dia vai ver o quanto perdeu.
Às vezes construímos pequenos sonhos em cima de grandes pessoas, mas com o passar do tempo, percebemos que grande mesmo eram os sonhos, pois as pessoas eram pequenas demais para eles...”
Adorei!!!
Não por me ter feito lembrar o que sofri (ai a tentação de o enviar para o estrangeiro), mas porque reflecte o que penso... o que sou!

Mesmo que algumas vezes doa, me sinta injustiçada... há sempre outra nuvem no céu, há sempre sol... e estou viva, tenho uma família, amigos, um tecto - o que mais posso pedir?!

Por isso... se encher o blog de "palha" que me diverte ou que me faz pensar, se estiver alguns dias sem escrever, se escrever 3 ou 4 mensagens (nunca sei se é post, mensagem, nota, ...) num dia ou numa noite... significa que estou bem... que estou ocupada... que estou a preencher o meu tempo... e que estou a reaprender a ser feliz (ou como me disseram recentemente, a reaprender a "chorir"), que sou EU (com palha e profundidade, com intelectual e superficial, com paixão e tristeza, ...).

Bem ou mal, feliz ou infeliz... esta sou eu!

Uma nuvem cheia de contradições, que sonha com o impossível e que luta pelo seu ideal (mesmo que sejam só moinhos de vento).
Que diz o que pensa (o que sente é mais complicado) e que tira as palavras directamente do coração para a boca... a maior parte das vezes sem as deixar passar pelo cérebro antes de as pronunciar - e que perde muitos "amigos" por isso!
E alguém que ESCOLHEU que estava na altura de se deixar cair e estar um bocadinho no seu cantinho (a curar todas as feridas, novas e antigas, mas que precisavam de ser tratadas e de descanso)... decidiu que estava na altura de deixar passar a tempestade e ganhar forças antes de continuar a subir... mas que será sempre uma nuvem... azulinha... redondinha... T2 :-)

Um beijo a todos!!!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Adeus. A Porta está Fechada

Ao ler os "posts" de hoje, e ao falar com algumas das pessoas que os lêem regularmente, apercebi-me de duas coisas importantes: escrevo "melhor" quando estou profundamente triste ou algo me magoou; quando a inspiração vem de leituras exteriores... não "sinto" tanto o que estou a escrever.

Por isso decidi escrever o que sinto. Aquilo que tive durante muito tempo vontade de fazer e nunca fiz (nem farei, pois acima de tudo tenho o meu orgulho e a minha dignidade) - uma carta de despedida ao homem (sim... já é homem, adulto, com idade para saber agir) que me magoou, que me atirou fora como se atira um pedaço de lixo sem valor.
Não vou enganar ninguém... quando ele me "despachou" eu escrevi-lhe... um mail e uma longa carta... em que tentava perceber o porquê da decisão tomada tão repentinamente e sem aviso (claro que sem resposta... ou melhor.. ainda com alguns insultos pelo meio).

Mas hoje... passadas várias semanas... tenho de tirar do coração as coisas que estão presas, aquilo que não me deram oportunidade de dizer, ou de perceber (eu sou assim... quando não percebo as coisas ou quando não me explicam... ficam atravessadas) - e só assim poderei fechar definitivamente esta porta e deixar de chorar por coisas sem importância (enterrar definitivamente este cadáver).

"Paul

Há muito tempo que queria escrever esta carta... mas só agora penso que tenho o distanciamento para o fazer... e só agora consegui ver tudo o que me disseste e escreveste durante o nosso "namoro" e analisar o que se passou ou terá passado (namoro entra aspas, pois se para mim era um namoro, apercebo-me que para ti era mais uma questão de ego, de mostrares uma "namorada" estrangeira e mais nova que os outros não conquistaram e tu conseguiste.

Quando te conheci... e durante muito tempo... pensei para comigo - é simpático, mas nada o meu estilo. "Velho", a ficar careca, feio como tudo... mas tem a sua piada e é divertido.
Depois começaste a tua caça... telefonemas diários, mensagens, sms. Aquela atenção que eu, na altura fragilizada da saída da outra relação, precisava (ou achava precisar).
Mas conseguiste começar a conquistar o meu coração quando te meteste no carro e saíste da Holanda e foste ter comigo a França para jantar comigo. De surpresa... nem vestido para o frio estavas - apareceste de fatinho e estavam -3º. E quando, apesar de teres terror das alturas, foste comigo andar na roda gigante, passear a tremer de frio.... Mas acima de tudo... quando não tentaste ir mais longe e me foste levar ao hotel e voltaste para a Holanda para trabalhares no dia seguinte.
Admito que nesse dia fiquei conquistada... e as conversas diárias de horas ajudaram a isso. O apoio a superar a perda anterior... os problemas no trabalho...
E depois foi o encontro na Holanda... eu a chegar à estação... tu à minha espera (eu a olhar e pensar "gosto deste homem.. mas é tão feio... nada a ver comigo). Fomos à piscina e quando cheguei a casa tinhas comprado flores, um DVD com imagens de lareira (para substituir a que não tinhas), um tapete felpudo... o ideal do romantismo. Falamos, passeamos... perfeito.
E todas as hesitações que eu tinha iam ficando mais enterradas. E continuaram as conversas diárias de horas, os mails, as mensagens.
A seguir, querias vir conhecer os meus pais - para eles verem com quem a filha namorava. Que era uma pessoa séria, etc... Achei querido... e quando me apareceste de surpresa em Lisboa, para passares 3 dias comigo e me apoiares num momento difícil, conseguiste convencer-me que eras a pessoa que eu queria. A pessoa que me ouvia, que passava a vida a dizer que me queria apoiar, que estava perto quando eu precisava.
Quando não estávamos juntos, as conversas de horas e as inúmeras mensagens e mails mantinham acesa a chama e aumentavam a saudade. Foi quando começamos a falar de eu ir para a Holanda... mas para mim, por muito que gostasse de ti e sentisse a tua falta, parecia um passo demasiado rápido. E ao mesmo tempo parecia certo... se gostavamos um do outro, se eu queria mudar de país e tu não o podias fazer por causa dos teus filhos... porque não ir para a Holanda?
Lembro-me perfeitamente do medo que tinhas de eu acabar contigo no dia de ano novo, como já tinha feito anteriormente (pois dizias que eu podia me aperceber que eras mais velho e que eu devia estar com alguem mais novo e mais proximo). De rires quando eu te disse que me tinham lido na palma da mão que o meu futuro não era com um homem divorciado com filhos, e que dia 13 de Março eu ia conhecer o amor da minha vida e a minha vida ia mudar (a ironia... não conheci o amor da minha vida... mas ela mudou mesmo... destruiram o meu coração de uma forma cobarde e sem sentimentos)...

Chegaram os meus anos e as duas semanas planeadas. Fui ter contigo antes de seguir para os USA (a fatídica viagem que não devia ter feito, mas que era um compromisso feito há muito tempo e detesto falhar a compromissos). Estavas novamente à minha espera com uma rosa lindíssima (ou não fosse a Holanda o país das flores), vermelha paixão e amor, como dizias. Em casa mais flores... o banho com as velas perfumadas...
Dei-te as tuas prendas de anos (os chocolates chegaram depois)... escolhidas com amor com base no que tinha aprendido sobre ti do tempo que passamos juntos e das conversas que tivemos.
No dia seguinte fui para os USA. Não vou falar muito sobre isso, sabes o que se passou. Mas como eu queria que me tivesses dito para não ir e ficar contigo... E o que me ajudaram os teus telefonemas diários e constantes (sem falar do rombo que foi na minha conta bancária).

Estava desejosa de chegar a "casa" (sim... aquela que dizias que querias vender para comprares a nossa casa... a que dizias que querias apagar por ter recordações da tua ex e queria começar um futuro novo comigo)... e fiquei triste (eu sei que estavas a trabalhar) por ter tido tantos atrasos... e não te ter visto - chegar, apanhar comboio, táxi... e ir para casa. E sem dormir há quase 48h... quando chegaste ainda fomos ao jogo e ainda fomos para os copos (é giro... mas se calhar preferia ter ficado a descansar).
Aí começaram os sinais... não sei se era de eu estar muito cansada (quase não dormi na outra semana, jet-lag, etc), se era de uma parte de mim achar que estava tudo certo, e a outra achar que era muito cedo para viver com alguém)... mas eu preferia ignorar, achar que era eu que estava a procurar sinais para me afastar...

Os meus anos foram a gota de água... em vez de me levares dizes para ficar em casa a dormir e ir de comboio (?!)... depois de meses a dizer que detesto que me digam que a prenda é do dia dos anos e dos namorados... de ter estado dias a procurar a tua prenda e um postal (e sabias disso), de te ter dado de manhã as tuas prendas (pensava mais nelas do que nas recordações a trazer à família)... de noite quando me fui deitar já desiludida ao máximo... trazes-me um Swatch?! O homem que dizia conhecer-me traz-me um Swatch?! (ainda por cima repetido... já o tinha). Fiquei tão desiludida!!! Não pelo materialismo da coisa (disseram-me muito mais os pequenos gestos... as flores, o dvd da lareira (que compreendo agora serem técnicas de sedução) do que um relógio... que qualquer pessoa que não me conheça minimamente sabe que estará sempre bem, pois adoro). Nem um postal, um bilhete, uma rosa pelo dias dos namorados... nada! Um Swatch?! Por favor... por falar em pessoas que não sabem ouvir as outras... ou não conhecem as outras!
Nesse dia, se bem te recordas (dizes que eu é que não recordo as coisas ou não dizia... mas eu guardei tudo... e sei o que disse e mais importante... escrevi) recebeste um mail, em que te dizia que era a última vez que iria falar destes assuntos, e que devias perceber de uma vez por todas o que eu queria e como era:
1 - Eu sou adulta e tomo as minhas decisões. Se fosse para a Holanda era porque queria e não para que alguém se sentisse ou fosse responsável por mim!;
2 - estava farta de ouvir toda a gente dizer que eu era louca por mudar de país tão "cedo" na relação (eu é que decidia aceitar ou não a proposta, arranjava emprego (como já tinha pelo menos uma proposta) e eu é que queria mudar de país... a Holanda era apenas um destino possível. E se não era o que querias, que parasses de me dizer que era louca, qanto dizias que me devia mudar amanhã, que já nem devia regressar;
3 - e mais importante de todos... eu não queria mudar para a Holanda para viver contigo. Queria mudar quando tivesse um trabalho que me permitisse ter a minha casa, sustentar-me, ser independente... e que desse para desta forma namorarmos sem pressões de viver juntos. E namorarmos enquanto tu quisesses que durasse.
Encontrei esse mail hoje ao fazer uma limpeza no disco... e por isso te escrevo... porque não percebo!!!
Quando viste esse mail e durante todo o tempo que se seguiu e até decidires que eu "te pressionava" e tinhas deixado de me amar (ou como disseste no teu último mail... se calhar nem nunca amaste) tu é que insistias e tudo fizeste para me convencer que era estupidez estarmos em duas casas... que querias era estar comigo... que eu devia ir viver contigo... que tinha de te ajudar a escolher a "nossa" casa, etc!
Mas as coisas entre nós começaram a mudar nessa semana... pela primeira vez na vida estava ansiosa de me vir embora e poder estar no meu canto e pensar sozinha o que queria e sentia.
Tu estavas com mais trabalho (dirigir uma equipa não é tão fácil como pensavas), com o stress de teres vendido a casa, as pessoas se mudarem mais cedo do que gostarias e teres de encontrar outra (aquilo que sempre foste adiando), a viagem com o teu filho... e de repente os telefonemas diários... acabaram. Passaste a estar muito cansado para me ligar à noite antes de ires dormir, como sempre tinhas dito sentir necessidade de fazer, passaste mesmo a estar alguns dias sem me ligar (é verdade que ia recebendo sms pontuais)... e chegaste mesmo a dizer... quando já estava tudo preparado para ir... que se calhar agora não te dava jeito pois não me podias apoiar e andar comigo para todo o lado, que era melhor eu ir depois do Verão ou mais para o fim do ano.

E se achas que a pressão foi eu ter perguntado porque as coisas tinham mudado, e se realmente querias que eu fosse viver contigo ou não... lamento por ti!
Sempre te disse e me pediste para ser honesta contigo - era a única forma de se conseguirem superar as dificuldades. E se achas que eu perguntar como é que anteriormente não conseguias passar um dia sem falar comigo (nem que fosse 5 minutos) e agora dizias sempre que estavas cansado e ias dormir, é pressão... lamento muito, mas temos noções diferentes de comunicar e expressar o que sentimos que não está bem.
Se o facto de eu te perguntar porque é que passavas os dias a dizer para preparar tudo e ir viver contigo (quando te tinha dito várias vezes que preferia que cada um tivesse a sua casa e o seu espaço) e de repente me dizes para ir depois do Verão, é uma forma de te pressionar numa direcção.... ainda lamento mais!!! Especialmente por eu sempre ter dito que não me importava de mudar para estarmos mais perto, mas queria mudar para o meu espaço (pois acredito que é a melhor forma de manter a chama acesa e a relação)... e tu é que insistias que não era o que querias!!!
Lamento muito ter-me deixado cair na rede, ter acreditado nas tuas palavras, ter agido de acordo com o que me indicavas serem os teus desejos.... para um dia acordar com um mail (que falta de carácter) a dizer que querias ser livre, querias poder tomar as tuas decisões sozinho (sempre as tomaste... nunca quis sequer interferir), escolher a tua casa sozinho (algum dia te dei opiniãosobre isso? Não te disse sempre que a casa era tua e a decisão devia ser tua? Apesar do teu discurso de ser a "nossa" casa... para mim era e seria sempre a tua casa - era demasiado cedo para ser a nossa) e que tinhas deixado de me amar e que estava tudo acabado.
Lamento muito ter acreditado que querias vir conhecer a família antes de me mudar... de ter reunido todos para a Páscoa para te conhecerem... para aparecer sozinha.
Lamento a forma como agiste (nunca na minha vida ninguém agiu assim... tão sem "tomates"), sem uma conversa, uma explicação... só um mail a dizer que estava acabado...

Nos poucos sms a que tive direito depois disso (pois nem o mail teve direito a resposta... até ontem - e também não foi resposta... foi reaformar que não havia resposta e que não servia de nada pensar nisso... que não sentiste nem sentias a minha falta e não me amavas- tudo o que eu já sabia anteriormente e já me tinhas repetido)... além de me insultares, conseguiste dizer que te sentias pressionado numa direcção que não era a que querias... que sentias que era eu que te estava a empurrar nessa direcção. Que eu imaginava coisas que não tinham fundamento (como ainda gostares da tua ex... pelas reacções exageradas a cada coisa que os miúdos diziam que ela tinha feito ou comprado...).

Pois bem... tenho notícias para ti (e mais importante... provas escritas). A pressão que sentiste... foste tu que a criaste e inventaste!!!
Desde o primeiro dia que te disse que era demasiado independente para estar demasiado próxima de alguém... que te disse que acreditava que as melhores e mais duradouras relações eram quando cada um tinha a sua casa e partilhavam tempo ou vida numa ou noutra casa, mas tinham sempre um espaço para onde ir arrefecer a cabeça quando as coisas estivesse piores... fui eu que te escrevi que queria ter tempo para preparar a ida, preparar as coisas para ser independente... fui eu que sempre te disse que estavas a meter minhoquices na cabeça por achares que tu e que tinhas de tratar de todas as minhas coisas e ser responsável por mim!!!
Sempre te disse que não precisava que fosses meu "pai" e que sempre tratei de mim e das minhas coisas. Que estava a aprender holandês e percebia o bastante para me "desenrascar"... e que se tinha estado muitas vezes sozinha em países onde não falava a língua nem falavam inglês (como a Hungria)... não ia ser na Holanda que ia ter problemas em me conseguir orientar).
Por isso se te sentiste "pressionado" e dizes ter sido uma das razões para "teres deixado de me amar" (a única que apresentas... pois achas que não vale a pena falar sobre o passado...)... pára de me culpar por isso. Porque sempre tentei explicar o que EU gostaria de fazer e sempre me disseste como querias as coisas... e sempre segui aquilo que dizias querer (percebo agora que para ti comunicar é dizer aquilo que achas que o outro quer ouvir!).
Assumo a culpa disso! Depois de tantas vezes dizer o que eu queria e gostaria, acabei por cair na teia de fazer aquilo que me dizias ser o que querias. Como sempre tinha achado que se havia alguma coisa a debater falávamos nela... nem me passou pela cabeça eu dizias o que achavas que eu queria ouvir.
Percebo que fui parva... que acreditei em quem não devia... que achava que honestidade era uma coisa recíproca e afinal era só eu... que achava que gostavas realmente de mim e fui só um troféu... algo que um "velho" pode mostrar aos amigos e dizer que é a namorada. Que apresenta à família, ao pai... com orgulho de dizer que "uma pessoa como eu conseguiu cativar uma pessoa assim".

Lembro-me de os teus amigos me dizerem, logo no principio da relação, que estavas muito magoado e para não te fazer sofrer... esqueceram-se foi de me avisar do tipo de pessoa que és e do quanto podes magoar os outros.
Quando me dizias o que a tua ex te disse sobre ti... eu achei que era mentira. Percebo agora o que ela sentiu... e porque foi procurar a felicidade noutro local.
Nunca conseguirás ser honesto com a pessoa com quem estiveres... pois não és honesto contigo. Tu colocas a pressão toda sobre ti... não dizes o que pensas ou sentes... fazes o que achas que as pessoas querem sem as consultares... e gostas de estar com alguém quando tens tempo livre nas actividades ou rotinas do dia a dia.

Durante muito tempo pensei que a culpa era realmente minha... que te teria pressionado para fazer algo que não querias... mas a leitura da "nossa" correspondência e mails... pois não tenho registo das conversas... mostra efectivamente que te quiseste colocar nessa posição.
Quem sabe para ser mais fácil poderes dizer que "deixaste de amar"... quem sabe porque uma coisa é o que sonhas e achas que queres... e outra é a realidade... não sei!

Mas sabes que mais... também não quero saber!

Como te disse... as coisas que me enviaste (acho eu... pois há 3 semanas que dizes que seguiram... e pontualmente lá vem outro contacto teu)... são só coisas. São minhas, certo.. pois não fazem parte do lote das inúmeras coisas que te dei... mas são coisas! Não valem nada, nem nunca vão substituir a dor de me sentir usada, traída, enganada. A dor de ter preparado tudo para abandonar a minha vida, país, amigos, projectos... a pedido de uma pessoa... que depois acorda sem me amar e nem tem tomates (sim... gosto da palavra) para falar comigo cara a cara (se tinhas o bilhete pago e comprado... porque não vieste ver-me? Porque dizes que vens e depois acobardaste e foges? Porque não foste capaz de pegar num telefone e pelo menos falar?

Por isso... Este será o último contacto que terás meu.
Já te pedi anteriormente para me esqueceres e apagares os meus contactos.
Se no início eu esperava que fosse uma fase, que passado o período de crise pela compra da casa, pelo excesso de trabalho, etc., reconsiderasses e falasses comigo, percebesses que afinal até gostavas de mim... hoje quero é distância!
Só provaste seres uma pessoa desonesta, sem princípios e sem coragem... e não é esse o tipo de pessoa com quem eu me quero dar e muito menos partilhar a minha vida ou o meu coração.
Agradeço que a partir deste momento deixes de me contactar. Não tenho nenhum interesse em permanecer tua amiga, em ter notícias tuas (directamente ou por terceiros, como tens feito) ou em que tenhas notícias minhas.

Posso ser uma criança... um bebé... ter atitudes que não percebes... mas sempre fui honesta sobre a minha maneira de ser, os meus sentimentos e sempre comuniquei tudo o que sentia (bom ou mau)... pois acredito ser a única forma de manter uma relação - sinceridade e não pensar pelo outro! E nunca, nunca teria a coragem (ou falta de respeito) de fazer com alguém aquilo que fizeste comigo!

A minha porta fechou hoje! Por favor não a tentes abrir ou forçar a entrada... espero que ao menos nisto sejas homem e consigas respeitar-me.

Queria dizer sinceramente que gostava que ficasses bem e que fosses feliz (e acredita que por muito que ainda me doa a forma como as coisas acabaram, estou muito feliz por não ser eu a estar ao teu lado para o resto da tua vida)... mas não sei se estou a ser muito sincera... pois tenho receio que outra pessoa passe pelo que eu passei (e se pensar bem... já o tinhas feito à namorada anterior... mas eu achei que a "culpa" seria dela).
Mas mais importante que tudo o resto é que, por favor, deixa-me viver a minha vida bem longe da pessoa que és!

P"

É... longa... enorme... e nem assim consegui transmitir metade das coisas que gostaria de transmitir... mas é com esta carta que encerro a porta!

Nunca a vou enviar... ele não merece... e eu tenho ainda uma réstia de orgulho e amor próprio... mas pelo menos serviu para limpar a alma... despejar algumas coisas, sentimentos (certos? errados? nunca ninguém está certo ou errado quando acaba uma relação, seja de que forma for...).
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