domingo, 31 de maio de 2009

89 ANOS

Hoje a minha avó faz 89 anos.
E digo faz porque já passa da meia-noite e, por isso, mesmo que receba um telefonema indicando que o pior aconteceu... já ninguém lhe tira o mérito de ter chegado aos 89 anos.
Há menos de uma semana ninguém acreditaria que ela chegaria ao dia de hoje.
Ainda há poucos dias nos chamaram para informar que não devia passar desse dia.
Mas a minha avó é uma lutadora.
Uma pessoa que nunca revelou as dores e tristezas que lhe iam na alma.
E que, como boa casmurra que é, não vai desistir desta batalha pela vida sem dar luta!
Todas as horas são uma batalha vencida, todos os dias um milagre que acontece.
Mas, até que me provem o contrário, continuo a acreditar em milagres, e continuarei a dar força para que ela não desista, para que ela consiga vencer a morte e ficar junto de nós mais um pouco.
Ainda não me viu ser mãe, ainda não viu tanta coisa... não pode partir ainda!!!
Mas uma coisa é certa... por muito que ela lute, por muito que acredite que pode vencer... não quero que sofra!
Espero encontrá-la hoje, dia do seu aniversário, num dos seus dias "bons", em que não sente tantas dores, em que reconhece as pessoas e até brinca com elas.
Desejo sinceramente que, pelos seus 89 anos, possa ter um dia assim... e não um daqueles dias em que nos dizem... "não sabemos se passa de hoje"... "está a piorar a cada hora que passa".... ou em que nem consegue falar com as dores que tem.
Acima de tudo, espero que esteja/fique bem e que não esteja a sofrer.
E nada nem ninguém nunca vai conseguir diminuir o orgulho que tenho de ser sua neta e de, apesar do mau feitio (que está nos genes) e da casmurrice, a minha avó ser a mulher com mais fibra que eu conheço... e que transmitiu essa força, garra, coragem e fibra às mulheres da família (a minha mãe e madrinha são exemplos vivos disso).
PARABÉNS AVÓ - CONSEGUISTE CHEGAR AOS 89 ANOS... JÁ SÓ FALTAM 29 PARA CUMPRIRES O QUE O DR JOÃO DISSE - NÃO DESISTAS SEM DAR LUTA!!!
Aqui fica um pequeno apanhado de fotos da minha avó nos últimos anos (com algumas mais antigas)... uma pequena homenagem para uma GRANDE MULHER, que espero consiga vencer mais esta batalha!!!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Teste alunos 1º ciclo

Estas verdadeiras "pérolas de sabedoria" estão tão boas que não resisti a partilhar.
Quanto mais não seja... porque precisamos todos de dar uma boa gargalhada para afastar as tristezas e preocupações...

Testes de alunos do 1º. Ciclo. (Está de mais !)

- O Papa vive no Vácuo (!?)
- Antigamente na França os criminosos eram executados com a Gelatina (pelo menos assim não doía tanto)
- Em Portugal os homens e as Mulheres podem casar. A isto chama-se monotonia. (é frustrante que até na 2ª Classe já pensem assim...)
- Em nossa casa cada um tem o seu quarto. Só o papá é que tem de dormir sempre com a mamã. (Um destino terrível...)
- Os homens não podem casar com homens porque então ninguém podia usar o vestido de noiva. (a ver vamos )
- Os meus pais só compram papel higiénico cinzento, porque já foi utilizado e é bom para o ambiente. (Que bom!)
- Adoptar uma criança é melhor! Assim os pais podem escolher os filhos e não têm de ficar com os que lhe saem. (Pois é, com os animais de estimação também funciona assim!)
- Adão e Eva viviam em Paris. (Sim, sim lá também é Paradisíaco)
- O hemisfério Norte gira no sentido contrário do hemisfério Sul. (Viver ao longo do Equador deve ser muito divertido)
- As vacas não podem correr para não verterem o leite. (Que bom saber isso)
- Um pêssego é como uma maçã só que com um tapete por cima. (Nunca tinha pensado nisto!)
- Os douradinhos já estão mortos há muito tempo. Já não conseguem nadar! (Conseguem sim! No óleo da frigideira)
- Eu não sou baptizado, mas estou vacinado. (Esta tenho que ensinar aos meus filhos!)
- Depois do homem deixar de ser macaco passou a ser Egípcio. (Mmm... isto ainda não sabia!)
- A Primavera é a primeira estação do ano. É na primavera que as galinhas põem os ovos e os agricultores põem as batatas. (Nunca mais como batatas)
- O meu tio levou o porco para a casota e lá foi morto juntamente com o meu avô. (Bem, se o avô já lá estava...)
- Quando o nosso cão ladrou de noite a minha mãe foi lá fora amamenta-lo. Se não os vizinhos ficavam chateados. (E assim como terão ficado?)
- A minha tia tem tantas dores nos braços que mal consegue erguê-los por cima da cabeça e com as pernas é a mesma coisa. (Acho que a mim aconteceria o mesmo às pernas)
- Um círculo é um quadrado redondo. (Esta é absolutamente fantástica!)
- A terra gira 365 dias todos os anos, mas a cada 4 anos precisa de mais um dia e é sempre em Fevereiro. Não sei porquê. Talvez por estar muito frio. (Um génio!)
- A minha irmã está muito doente. Todos os dias toma uma pílula, mas as escondidas para os meus pais não ficarem preocupados. (Sem comentários)

Torna-te uma pessoa melhor

Desta vez é um texto de Fernando Pessoa, de quem já sabem que gosto muitíssimo, e que me tocou...

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem connosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu génio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceites, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

Isto é economia

Para os que não percebem o que é economia, aqui vos deixo uma explicação simples e realista que demonstra o poder do dinheiro na economia.

Numa pequena vila e estância na costa sul da França, chove, e nada de especial acontece.

A crise sente-se.

Toda a gente deve a toda a gente, carregada de dividas.

Subitamente, um rico turista russo, chega ao foyer do pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de E100 sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se lhe não agradar.

O dono do hotel pega na nota de 100€ e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100€, o talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100€ que devia há algum tempo, este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este por sua vez corre a entregar os 100€ a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100€ e corre ao hotel a quem devia 100€ pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes.

Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100€. Recebe o dinheiro e sai.

Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido.

Contudo, todos liquidaram as suas dividas e este elementos da pequena vila costeira encaram agora optimisticamente o futuro.

Dá que pensar....

Diz-me onde moras

Mais um texto que gostei e me fez sorrir:

Diz-me onde moras

Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada.

Por exemplo. Há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide.
Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide.
Nunca mais ninguém o viu.
Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia!

Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e
Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide.
Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas
águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço.

Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos.
O tamanho e a arquitectura da casa não interessam.
Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada,
Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja...
ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola.

Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (...)
Ao ler os nomes de alguns sítios - Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas,
compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na Europa.

De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém),
como é que a Europa nos vai querer integrar?
Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses.
Imagine-se o impacto de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar.
Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?",
e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata" (Espinho).
E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?",
Só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz).

É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto,
para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro?
Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda.
Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga),
mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso?
Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas?
É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da "terra".
Ninguém é do Porto ou de Lisboa.

Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa
terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir.
Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do Bairro).

É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros ("I am from the Fountain of Drink and Go Away...").

Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa.

Verá que não é bem atendido. (...) Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima !!!

Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros.
Há que dar-lhes nomes civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes
dos restaurantes giraços, tipo : Não Sei, A Mousse é Caseira, Vai Mais um Rissol. (...)

Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um percurso que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água (Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do "Bogadouro"¹, (Amarante), depois de ter parado para fazer um chichi em Alçaperna (Lousã).

¹ - Bogadouro é o Mogadouro quando se está constipado!!! "

(Miguel Esteves Cardoso)

Chocolate Quente

Vamos saborear o chocolate quente em chávena de vidro transparente?CHOCOLATE QUENTE

Um grupo de jovens licenciados, todos bem sucedidos nas carreiras, decidiu fazer uma visita a um velho professor, agora reformado.
Durante a visita, a conversa dos jovens alongou-se em lamentos sobre o imenso stress que tinha tomado conta das suas vidas e do seu trabalho. O professor não fez qualquer comentário sobre isso e perguntou se gostariam de tomar uma chávena de chocolate quente. Todos se mostraram interessados e o professor dirigiu-se à cozinha, de onde regressou vários minutos depois com uma grande chaleira e uma grande quantidade de chávenas, todas diferentes – de fina porcelana e de rústico barro, de simples vidro e de cristal, umas com aspecto vulgar e outras caríssimas. Apenas disse aos jovens para se servirem à vontade. Quando já todos tinham uma chávena de chocolate quente na mão, disse-lhes:
– Reparem como todos procuraram escolher as chávenas mais bonitas e dispendiosas, deixando ficar as mais vulgares e baratas... Embora seja normal que cada um pretenda para si o melhor, é isso a origem dos vossos problemas e stress. A chávena por onde estais a beber não acrescenta nada à qualidade do chocolate quente. Na maioria dos casos é apenas uma chávena mais requintada e algumas nem deixam ver o que estais a beber. O que vós realmente queríeis era o chocolate quente, não a chávena; mas fostes conscientemente para as chávenas melhores...
Enquanto todos confirmavam, mais ou menos embaraçados, a observação do professor, este continuou:
– Considerai agora o seguinte: a vida é o chocolate quente; o dinheiro e a posição social são as chávenas. Estas são apenas meios de conter e servir a vida. A chávena que cada um possui não define nem altera a qualidade da vossa vida. Por vezes, ao concentrarmo-nos apenas na chávena acabamos por nem apreciar o chocolate quente que Deus nos ofereceu. As pessoas mais felizes nem sempre têm o melhor de tudo, apenas sabem aproveitar ao máximo tudo o que têm. Vivei com simplicidade. Amai generosamente. Ajudai-vos uns aos outros com empenho. Falai com gentileza…
e apreciai o vosso chocolate quente.

sábado, 23 de maio de 2009

Querido, mudei a sala

Pois é, há algum tempo que aqui não vinha, mas pelas melhores razões...
nos últimos tempos, sempre que não estou a trabalhar tenho estado a trabalhar numa remodelação de uma casa antiga que me é muito especial (bem como o seu dono), tentando fazer com que fique mais confortável e acolhedora.
Como não sei dar prioridades ás coisas que me apaixonam, estava a tentar fazer tudo ao mesmo tempo, mas lá consegui ir colocando ordem na "coisa" e parece que as coisas estão bem encaminhadas.
Hoje decidi partilhar convosco a primeira remodelação, que está quase completa (só falta tirar a tinta das janelas, envernizar e reparar as janelas, colocar os objectos de decoração e fotos, alguns quadros... mas o principal está feito e a sala está muito acolhedora e convidativa!!!
Quando lá cheguei, eis o que encontrei:A casa era uma casa que tinha estado desabitada durante muito tempo, que fora construída por baixo de outra... e tinha o mínimo para sobreviver... uma cama e uma mesa que servia de secretária de trabalho... caixas e caixotes estavam empilhados à volta, criando um aspecto desolador e ... nada convidativo.
Atendendo aos limitadíssimos recursos financeiros de que dispúnhamos, parecia ser uma tarefa gigantesca transformar aquele espaço em algo acolhedor, agradável....
As janelas estavam pintadas num castanho terrível, com tinta nos vidros... mal pintadas, mal acabadas...
Uns cortinados sintéticos presos a "algo" como um varão, mas dobrado, arqueado... (que desapareceram logo, guardados no fundo de uma caixa - pois eram coisas da mãe dele).
Caixas e caixinhas, com aparelhagens, malas, sacos... tudo se misturava no chão... e não havia nenhum local para uma pessoa se sentar a não ser na "cama".
Nesta altura a minha avó, que infelizmente se vira "forçada" a ingressar num lar (por motivos de saúde e de melhor acompanhamento) decidiu desfazer-se da casa e ofereceu-me os seus sofás e cadeirões (onde eu dormira tantas e tantas vezes, e onde sempre me recordava de ver o meu avô fazer as suas paciências, ou a minha avó a ver as suas missas na TV)... e as coisas começaram a compor-se.
As campanhas de empresas como Moviflor e Conforama ajudaram a conseguir um mínimo de material (secretária e móvel TV) a uns preços muito reduzidos e com vantagem de pagamento em reduzídissimas prestações sem juros (mais tarde farei um post sobre a minha "fantástica" experiência como cliente Moviflor e publicidade enganosa) e as coisas começavam a ganhar forma:O problema nesta altura era ver como se podia organizar a sala, pois o sofá era muito grande (e confortável), bem como os cadeirões, e a secretária escolhida não era propriamente pequena... e com uma sala minúscula, como compor tudo sem criar grandes desiquilibrios e com conforto?
E como retirar dali todo aquele "lixo" que ensombrava tudo?
Nesta altura recebi a notícia que toda a família tinha levado da casa da minha avó tudo o que queriam/precisavam e que podia lá voltar e ver se havia algo que quisesse.
Com grande alegria minha verifiquei que podia levar o móvel de canto da minha avó (onde estava a sua colecção de pratos de Natal da Vista Alegre, que apesar de serem herança, tinham ficado para trás), assim como a mesinha de centro (que me recebia com flores e recordações das minhas viagens, que a avó sempre adorou, cada vez que entrava em casa da minha avó), bem como uma mesinha de vidro que a minha avó tinha no seu quarto, onde tinha as fotos da sua família (dos filhos às bisnetas) e os seus santos.
Com estes simples complementos, já consegui ver a nossa salinha a tomar forma.
Um novo problema surgia... que tipo de cortinados colocar, o que colocar nas paredes?
Mas as coisas, que pareciam simples e compostas, estavam longe de ter terminado.
Quando colocamos o móvel de canto onde tínhamos planeado... vimos que havia uma tomada enorme que o impedia de estar perto da parede (é uma casa com mais de 30 anos, e apesar de ter tido remodelações há cerca de 9/10 anos, manteve as características antigas, com os fios eléctricos por fora das paredes e com grandes tomadas exteriores. Tínhamos de mudar aquela tomada de sítio...
Uma visita a algumas lojas de decoração e de bricolage (IKEA e Leroy Merlon) ajudaram a ter as ideias para a fase final da sala - umas prateleiras para colocar na parede, uma tapete e uma forma diferente de decorar as janelas.
Finalmente chegava o dia....
No dia 21/05, cheios de coragem, decidimos que íamos fazer a sala.
Depois de um início mais atribulado (mudar a tomada de local provou ser muito mais complicado que previsto), fomos colocar as prateleiras.
Para variar, decidimos fazer de cima para baixo (em vez do contrário), para podermos colocar na altura certa a prateleira superior, sem estar em cima dos fios eléctricos que estavam na parte superior da parede... e apesar das prateleiras terem ficado lindas, o material com que as paredes foram feitas não seria o ideal e os buracos para as fixar acabaram por ficar mais inclinados que o previsto, obrigando a retirar os elementos laterais que uniam as prateleiras, por não estarem alinhados como desejável (mas, honestamente, até gosto mais das prateleiras como estão).
Depois das prateleiras passámos aos estores (a forma encontrada para decorar a janela complementando o estilo da sala), em madeira, que compráramos baratíssimos no IKEA.
Colocámos presos no tecto, criando assim uma falsa ideia de uma janela maior do que é.
No móvel de canto (que finalmente ficara bem colocado, sem nenhuma tomada a interferir), colocaram-se os troféus...
Chegara o momento de limpar a sala, tirar o resto de "lixo", arrumar tudo... para se colocar o último elemento, o tapete.
E quando colocámos o tapete, alguns livros na estante.... e olhámos para a sala... só me apetecia sorrir!!!
Ainda falta muita coisa - algun(s) candeeiro, mudar o candeeiro de tecto, objectos de decoração, plantas.... mas o aspecto da sala ficou tão diferente e acolhedor... nem dá vontade de sair de lá!!!
Aqui vos deixo a sala "quase completa" para verem se não é caso de dizer - querido, mudei a sala!E, mais importante, os móveis que a minha avó nos deu (alguns deles rejeitados pelas pessoas a quem os queria dar) ganharam nova vida e permitem manter sempre presente os meus avós e os seus objectos.
São recordações de uma vida que ajudam no recomeço de outra!
E não me canso de sorrir - só de ver como está bonita e confortável agora aquela sala!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dicionário de loira

Como me estão sempre a chamar "loira" e como ultimamente o meu cérebro realmente parece funcionar a carvão... aqui fica um útil dicionário que recebi do C. (até porque rir faz sempre bem)!

Testículo - Texto pequeno.
Abismado - Pessoa que caiu de um abismo
Pressupor - Pôr preço em alguma coisa.
Biscoito - Fazer sexo duas vezes.
Padrão - Padre muito alto.
Democracia - Sistema de governo do inferno.
Barracão - Algo que proíbe a entrada de caninos.
Homossexual - Detergente para lavar as partes íntimas.
Ministério - Aparelho de som de dimensões muito reduzidas.
Detergente - Acto de prender seres humanos.
Eficiência - Estudo das propriedades da letra F.
Conversão - Conversa prolongada.
Halogéneo - Cumprimento a pessoas muito inteligentes.
Expedidor - Mendigo que mudou de classe social.
Luz solar - Sapato que emite luz por baixo.
Cleptomaníaco - Mania por Eric Clapton.
Contribuir - Ir para algum sítio com uma tribo de índios.
Aspirado - Carta de baralho completamente maluca.
Coitado - Pessoa vítima de coito.
Regime Militar - Dieta e exercícios feitos pelo Exército.
Caçador - Indivíduo que procura ter dor.
Assaltante - Um A que salta.
Determine - Prender a namorada de Mickey Mouse.
Coordenada - Que não tem cor.
Presidiário -Aquele que é preso diariamente.
Ratificar - Tornar-se um rato.
Violentamente - Viu com lentidão.

Turismo Rural

Eu sempre sonhei ter o meu próprio Turismo Rural, mas depois de ler o texto que se segue... acho que vou pensar mais um pouco...
Até para não falar em todas as condicionantes de passar de menina da cidade a menina do campo...

*Turismo Rural*

Trata-se de um desporto nacional que antes se chamava "ir à terra". A diferença é que se fores à tua terra, vais de borla, e se fizeres turismo rural vais a uma terra que não é a tua e pagas uma pipa de massa.

Para fazer turismo rural não serve qualquer terra. Tem de ser uma Terra "com encanto".

E o que é uma terra "com encanto"?

Obviamente, é uma terra que está num guia de terras "com encanto".
Está-se mesmo a ver. A estas terras chega-se normalmente por uma estrada municipal "com encanto", que é uma estrada com tantos buracos e tantas curvas que quando chegas à terra estás mortinho para sair do carro.

E quando entras no café tentas integrar-te com os vizinhos.

- Bom dia, compadres! O que é que é típico daqui?

E o gajo do café pensa: "Aqui o típico é que venham os artolas da cidade ao fim-de-semana gastar duzentos contos".

A seguir, ficas instalado numa casa rural ou "casa com encanto", que é uma casa decorada com muitos vasinhos e réstias de alhos penduradas do tecto, que não tem televisão, nem rádio, nem microondas. Em contrapartida, tem uns
cabrões de uns mosquitos que à noite fazem mais barulho que uma Famel Zundapp.

Depois apercebes-te que os da terra vivem numas casas que não têm Encanto nenhum, mas têm jacuzzi, parabólica, Internet e video-porteiro. A tua casa não tem video-porteiro, mas tem uma chave que pesa meio quilo.

Outra vantagem de fazer turismo rural é que podes escolher entre uma Casa vazia ou ir viver com os donos da casa. Fantástico!!! Vais de férias e, além da tua, ainda tens de aguentar uma família postiça.
Que à noite queres ver o filme, eles os documentários e tu perguntas-te:

"Quem é que manda mais? Eu, que paguei 600 euros ou este senhor que vive aqui?" Ganha ele, que tem um cacete.

Ainda por cima, dizem-te que tens "a possibilidade de te integrares Nos trabalhos do campo". O que quer dizer que te acordam às cinco da manhã para ordenhar uma vaca. Não te lixa?

É como ires à bomba da gasolina e teres de pôr tu a gasolina, ou como ires ao McDonalds e teres de arrumar o tabuleiro. Ou seja, o normal.

Então, levantas-te às cinco para ordenhar as vacas. E digo eu:

Porque raio é que é preciso ordenhar as vacas tão cedo? O leite está lá! Não se podem ordenhar depois do pequeno-almoço? Eu acho que isto é só para chatear, porque a vaca deve ficar muita contente por a acordarem às cinco da manhã para um estranho lhe vir mexer nas mamas.
A vaca olha para ti como se dissesse:

"Ouve lá, pá! Se queres leite vai ao frigorífico e abre um pacote!"

É que é mesmo só para chatear!!!

Mas o "encanto" definitivo são "as actividades ao ar livre". Como quando te põem a fazer caminhada, que é aquilo a que normalmente se chama andar, e consiste, exactamente, em por um pé em frente ao outro até não poderes mais, enquanto os da terra vão num jipe com ar condicionado. Mas tu, feliz da vida, vais pelo campo atordoado, tornas-te bucólico e tudo te parece
impressionante:

Vês uma vaca e dizes:

"Ummmmm, que cheirinho a campo". A campo não, a bosta!!! Mas, isso sim, é a bosta "com encanto". E tudo, seja o que for, te sabe maravilhosamente: na mesa pespegam-te Dois ovos estrelados com chouriço e tu na cidade não comes estes ovos, nem estes chouriços. E perguntas ao empregado:

- Este chouriço é da matança?

- Quase, porque o gajo do camião da Izidoro ia morrendo ali na curva.

De repente, ouves umas badaladas e dizes:

- Ah! Que paz! Não há nada como o som de um sino!...

E o gajo do café diz-te:

- É gravado. Não vê o altifalante no campanário?

Nesse momento, perguntas-te se os ruídos das galinhas e dos grilos não estarão num CD: "RuralMix2009", "Os 101 Maiores Êxitos Campestres". A única coisa de que tens a certeza é que os cabrões dos mosquitos são verdadeiros.
Pareces um Ferrero Rocher com varicela!!!

Eu acho que, de segunda a sexta, as pessoas destas terras vivem como toda a gente, mas ao fim-de-semana espalham pela estrada uns tipos mascarados de pastores e quando vêem que se aproxima um carro, avisam os da terra pelo telemóvel: "Hey, vêm aí os do turismo rural!" E mudam o cartaz de "Videoclube" pelo de "Tasca", soltam uns cães pelas ruas e sentam à entrada na terra dois avôzinhos a fazer sapatos, que depois tu compras uns e saem-te mais caros que uns Nike.

Enfim, acho que uma montagem tão grande como esta não pode ser obra de pessoas isoladas. Tenho a certeza de estão implicadas as autoridades.

Imagino o Presidente da Câmara:

- "Queridos conterrâneos: este Verão, para aumentar o turismo, vamos importar mais mosquitos do Amazonas, que no ano passado tiveram imenso êxito. E quero ver toda a gente com boina, nada de bonés de pala da Marlboro. E façam o favor de pintar o espaço entre as sobrancelhas, que assim não parecem da província! E as avós: nada de topless na ribeira, que espantam os mosquitos! E só mais uma coisa: este ano não é preciso ninguém fazer de maluquinho da terra, que com os que vêm de fora já chega!

A história de um letreiro

Este filme é uma curta metragem que este ano foi premiado no Festival de Cannes.
Mostra a força que tem o dizer a mesma coisa com palavras diferentes. E parece tão simples!

É um pequeno filme (5 minutos) que vale a pena ver.

Obrigada mana por mo teres enviado - e assumo que não resisti a verter uma lagrimazita no fim!!!

Redaxão

Com o novo acordo ortográfico, aqui fica uma "redaxão" para lerem e ... chorarem!!!

Sem comentários!!!

A poiséeee!!!

Se não entenderem à 1ª tentem uma 2ª vez que está de mais!!!!!!!!

Lindo futuro escolar.......
Geração Phonix e Zonix + vodafnix + Uzix + Tmnix

(Texto verídico retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha (para ler, estarrecer e reflectir...!!!))

REDAXÃO

'O PIPOL E A ESCOLA'

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente
motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.

Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?

E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os Lesiades''s, q é u m livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.

Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???

O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar

Tradições Antigas

Este anúncio foi censurado aqui no nosso "cantinho".
Vá-se lá saber porquê????
Para mim está FABULOSO!

Opinião de um homem sobre o corpo feminino

Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.

Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas.. mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, embalados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesarianas e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos..

Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.

Paulo Coelho

O Ponto

O que fazer para mudar a nossa vida e tomar iniciativas?
Começar ... pelo ponto!

É um vídeo motivacional, mas muito interessante e que merece divulgação e um pouco de reflexão!

Sinto Vergonha de Mim

Um poema que muitos deviam ouvir diariamente...
Declama Rolando Boldrin um texto que foi atribuído a Ruy Barbosa, mas que é de Cleide Canton.

Frango tipo leitão

Pois é... depois de ver circular pela Internet várias fotos alusivas a este produto (normalmente integradas nos mails com piadas sobre "Portugal no seu melhor"), foi a minha vez de me encontrar com tal petisco.
E foi em Cinfães que tive oportunidade de ver (e saborear) esta maravilha da tecnologia culinária:Depois de uma primeira tentativa de provar esta especialidade, mas em que nos faltou a coragem de perguntar o que era (sim, eu sei, é ridículo, visto estar anunciado nas janelas... mas é assim), parecia que a oportunidade de ir provar esta iguaria nunca mais se apresentava.
por um motivo ou por outro nunca conseguíamos ir lá comer, mas finalmente, esta 3ª-feira conseguimos ir almoçar um verdadeiro "frango tipo leitão".
Devo confessar que estava com alguma apreensão, pois não sou grande fã de leitão. Mas a curiosidade foi mais forte do que o receio de não gostar.
E depois de termos tido a explicação de que esta especialidade consistia em frango de churrasco, temperado com o molho que se usa para assar os porcos no espeto... não consegui resistir mais ao apelo de provar tal inovação culinária, só possível mesmo aqui em Cinfães.
E quando me sentei, ainda consegui ficar mais tranquilizada, pois estava afixado na parede do estabelecimento um certificado do Guia de Restaurantes que reconhecia o Frango Tipo Leitão como uma especialidade culinária daquele restaurante (carreguem na imagem para aceder ao site, pois estava demasiada gente para conseguir tirar a foto ao diploma afixado na parede - e a vergonha ganhou):Pedimos o tão ansiado prato e, quando chegou, todas as minhas ilusões se confirmaram....
Devo assumir que sou céptica e quando a senhora do restaurante me tinha explicado que o Frango Tipo Leitão era frango temperado com o molho do leitão e assado no espeto.. fiquei a suspeitar que de leitão seria mesmo só o nome... nem o sabor... mas enfim... viver e aprender...
Veio a travessa e, depois de nos servirmos de um pedaço do frango.... lá demos a primeira dentada.
Ufffaaaaa!!!!
Continuava a saber a frango de churrasco!!!
Ao menos não ia ficar sem comer por não gostar de leitão!!!
Mais umas dentadas confirmaram o que já esperava (secretamente)... eventualmente a pele teria algum tipo de sabor parecido com o leitão, mas a carninha continuava branca, com um delicioso sabor a frango!
Se uma parte de mim ficou desiludida por a experiência culinária não ter sido a ideal (um frango com sabor diferente), outra parte adorou comer frango de churrasco (algo que é sempre delicioso) e a verdade é que tanto o frango como as batatas no forno que o acompanhavam estavam deliciosos.
No final, uma boa mousse de coco (não tão boa como da primeira vez que lá estivera) e uma deliciosa mousse de ananás vieram coroar esta experiência.
Se algum dia passarem por Cinfães, não deixem de provar esta especialidade local e noticiada na internet, e depois digam se eu é que não tenho paladar ou se realmente este "leitão" sabe a frango!

Moçambique no seu melhor

Esta imagem merecia ser partilhada...

sábado, 2 de maio de 2009

Amor e Tempo

Sem comentários!
Como Se Escreve

Avós, aniversários e Dia da Mãe


Este ano será um dia da mãe especial, diferente, nostálgico, mesmo triste - diferente....
Tudo isto porque a minha avó, elemento fundamental e sempre presente nas celebrações do dia da mãe (desde que me lembro), este ano está bastante doente, fragiliazada e.... num lar!!!
E já para não falar que este ano, o dia da mãe calhou exactamente no mesmo dia em que o meu avô, se fosse vivo, faria 96 anos (morreu em 1997)!!!!
É uma coisa que me custa muito, e que custa muito à minha madrinha e mãe... e imagino que custe aos restantes elementos da família.
Sempre foi uma pessoa lutadora, que encarou e venceu inúmeros desafios na vida... mas que desde Janeiro abateu, perdeu a vontade de combater, a energia de viver...
Em Janeiro teve uma micro-fractura numa vértebra e ficou impossibilitada de viver na casa onde viveu nos últimos anos da sua vida (30 anos), onde o meu avô morreu, a casa que mobilaram e arranjaram ao gosto deles e onde ela se sentia bem, rodeada das suas recordações e lembranças.
Mas com o seu agravamento de saúde em Janeiro tornou-se impossível viver sozinha na sua casa - impossível subir os 3 andares (sem elevador), impossível estar sem assistência ou sem apoio especializado (com risco de fracturar a coluna), impossível pensar em fazer as lides da casa sem assistência.
Foi para casa da minha madrinha, onde esteve durante dois meses a ser assistida em tudo pelo genro (médico) e pela filha (que estava, nessa altura, a lutar contra uma reincidência de cancro e a meio dos tratamentos de quimioterapia), com o apoio da minha mãe e o meu (sempre que possível), por forma a que não estivesse sozinha e se sentisse bem e acompanhada!
Mas a sua situação piorava e tornava-se impossível e insustentável permanecer na casa da minha madrinha - pelo feitio dela (que é muito próprio e que a idade não ajuda a "suavizar"), pela implicância de sempre com o meu tio, pelo seu sofrimento em estar mal, em saber que precisava de assistência e sentir que estava a sobrecarregar a minha madrinha que estava muito frágil.
Foi quando chegou o momento que nunca pensei que viesse a acontecer (ou pelo menos tão cedo) - aquele em que ela, para aliviar o sofrimento da minha madrinha e permitir que ela ganhasse forças e energias para recuperar da sua doença....decidiu que tinha de ir para um lar, onde poderia ser cuidada e tratada.
E aí a minha vida, da forma como a vivi, voltou a mudar.
Sei que poderia estar mais presente, dar mais assistência, mas 350km e trabalho 7/7 são difíceis de conciliar com visitas mais frequentes - assumo isso.
Depois da decisão, comunicada aos filhos, de ingressar no lar, o processo foi relativamente simples, graças aos bons contactos do meu tio e mesmo aos dela (por ter ingressado num lar católico).
Mas não consigo deixar de estar triste, não só por a saber (e ver) num lar, como pelas condições em que está - num quarto pequenino, em que nem pode ter quadros ou prateleiras nas paredes, com um micro-roupeiro e uma cómoda como únicos espaços para ter as suas fotos e "bugigangas", uma pequena camilha e uma cadeira, com uma cama de solteiro.
A minha avó que sempre adorou as suas plantas, não pode ter plantas.
Que sempre adorou as suas pequenas bugigangas e prendas dos netos e amigos, os "milhares" de fotos da família... vê-se confinada a este espaço.
E com a sua doença (osteoporose muito avançada) não pode fazer esforços, tem medo de andar sozinha na rua (pouco antes de ter esta crise nas costas tinha caído na rua e andou quase um mês com um olho completamente negro e com bastantes mazelas, e antes tinha caído em casa e "esmagado" um aquecedor e batido com a cabeça....) e acaba por estar muito confinada ao quarto e ao espaço do lar.
Se não fosse pela presença da minha madrinha, que a vai visitar e buscar para sair, da minha mãe, que vem quase todos os fins de semana para a ver e estar com ela, ou mesmo minha (em muitos fins-de-semana)... aquela senhora independente e forte estava confinada a acordar, comer, descansar, comer, dormir, comer, dormir!!!
Ela não tem coragem de sair sozinha, quase não come no lar (está tão magra!!!)... e apesar de ter bastantes visitas das suas amigas freiras e alguns amigos de longa data... nota-se que sente a falta do seu espaço, da sua família.
Uma coisa é estar em casa, no seu espaço, e não ter a visita de todos os elementos da família e só de alguns.
Outra é estar num lar (que já por si é um espaço deprimente) e nem ter toda a família a visitar.
E com o aproximar do dia da mãe, com o aproximar do seu aniversário, do aniversário do meu avô, tudo isto me entristece e me faz viver e encarar estas datas de forma diferente!
Desde que ingressou no lar que ela se tenta convencer que foi a melhor decisão da vida dela... e que insiste em que se desfaça a casa dela, aquela onde viveu anos com o meu avô e se reparta tudo pelos filhos e netos e se dê o restante às freiras.
Compreendo a sua decisão de desfazer a casa, pois não vai nunca regressar (além de ser impossível ela subir e descer aquelas escadas, ela nunca se sentiu bem com a vizinhança) e precisa da assistência e apoio que o lar pode proporcionar.
Ao início chocava-me a velocidade com que ela se queria desfazer das coisas e dar logo tudo, mas hoje em dia consigo compreender e mesmo aceitar muito melhor tudo isso!!!
Além de ser uma pessoa muito prática (para quê manter uma casa onde não se vai regressar?), ela gostava que as suas coisas fossem entregues (levadas) pelos filhos e pelos netos e que o resto fosse entregue às freiras que sempre a apoiaram ao longo dos anos (pois sempre viveu para e em função da sua religião/religiosidade) - E assim, o dinheiro que vai poupar na renda serve para pagar os tratamentos de fisioterapia a que se deve submeter regularmente para as dores intensas que tem nas costas.
Mas nem isto conseguiu reunir a família!!!
Porque não há tempo, não querem nada, não podem ver.... há tantos argumentos para não se visitar uma pessoa de idade que está muito só, para não se cumprir um desejo de visitar a casa onde viveu e levar consigo as recordações/artigos/objectos que se lhe foram oferecendo ao longo dos anos e que ela (por motivos logísticos) já não pode guardar....
O pior é que ela, na sua boa-vontade, é incapaz de dizer às pessoas para irem buscar as coisas que ela quer /deve fechar a casa - ela pensa mais nos outros que nela e desculpa sempre tudo e todos pela falta de tempo ou disponibilidade!
Ela prefere estar a pagar renda de uma casa vazia e desocupada, onde só estão móveis e ofertas de uma vida, esperando que filhos e netos encontrem tempo e vontade para lá passar a buscar algo que os faça recordar a avó (e o avô)....do que pedir às pessoas para irem lá para ela rapidamente, para que ela possa fechar de vez a casa e poupar esse dinheiro (que faz falta a quem vive de uma reforma).
Será egoísmo não pensar nisso?
Será comodismo não se querer deslocar a visitar uma avó (mãe) que não se sabe quantos mais anos vai estar presente na nossa vida?
Não sei... nem vou sequer julgar!
Não me compete e não tenho nenhum direito a fazê-lo!!!
Pessoalmente, e na minha postura de vida, prefiro fazer os sacrifícios que forem necessários para ver a minha avó bem e feliz (o sorriso dela quando a vou buscar ao lar, quando a levo a sair, quando lhe digo que fico com aquele objecto ou artigo da casa dela que ela queria que ficasse na família.... nada o paga)!!!
Não vou tanto como gostava, mas vou sempre que possível, o que também ajuda a aliviar a minha madrinha da "carga" de ajudar sempre a minha avó e estar sempre presente, possibilitando que também ela possa ter alguns momentos de "vida", possa ganhar energias para lutar contra o seu cancro, possa ter momentos para "namorara" com o meu tio, visitar amigos e netas!
E sendo amanhã o dia da mãe e do aniversário do meu avô, mais se reflectem em mim esta mistura de emoções.
Compreendo os meu primos que avisaram que não tinham disponibilidade para ir a casa da minha avó, mas que pediram para se colocar de lado os artigos que queriam guardar, como recordações de família ou para as suas filhas.
Mas não consigo compreender que nem se diga nada, que não se visite, que não se permita fechar uma casa.... porque não há tempo, não há.... nem sei.
Porque, quer se goste ou não, o tempo faz-se!
O tempo cria-se!
Principalmente se considerarmos que, como princípio de vida, a família deveria estar sempre em primeiro lugar - especialmente no caso dos elementos mais idosos.
Amanhã vai ser um dia da mãe/avó com os elementos femininos da família (mãe, madrinha, mana, eu, avó), mas em que a minha avó vai estar fora do lar, vai sorrir por saber que as filhas e netas já escolheram o que queriam e que os filhos da minha madrinha já pediram o que queriam e já se separou, vai receber as suas prendas e lembranças, vai ficar feliz por termos levado o que nos pediu para guardarmos e acima de tudo vai ficar feliz de estar rodeada da família.
Não quero com isto descriminar a família do meu tio (que adoro), nem dos meus primos... mas... custa-me pensar na minha avó sozinha nas datas especiais (especialmente nos últimos anos de vida) como o dia da mãe ou o dia de anos.
Custa-me saber que as disputas familiares, os problemas pessoais e profissionais, a falta de tempo, a ordem de prioridades.... vários aspectos se coloquem à frente da felicidade e bem-estar da pessoa mais idosa da família.
Que haja tanta coisa mais importante do que dar algum tempo para garantir o bem-estar e alegria da avó, que não se consiga arranjar tempo para visitar uma casa e poder dizer " já pode dizer às freiras para levarem tudo, para assim se fechar a casa e poder poupar a renda", que se pense que um telefonema substitui um beijo, um passeio, uma companhia.....
E por isso... o dia da mãe será triste e nostálgico, mas com o lado MUITO bom de ver a alegria nos olhos da minha avó quando a for buscar ao lar, quando vir as filhas, netas e genro (a família possível) que querem /podem/tentam celebrar com ela o dia da mãe... quando souber que já quase toda a sua família tem uma recordação das coisas que guardava em casa - e o prazer de não passar sozinha o dia que seria o aniversário do meu avô, o homem com quem esteve casada mais de 55 anos (57?)
Só gostava... sinceramente.... que se conseguissem colocar todas as divergências de lado e se conseguisse reunir toda a família para uma MEGA FESTA de aniversário para ela!
Sei que é impossível, e quando o tentei o ano passado só consegui arranjar problemas e discussões.... mas não custa sonhar, pois não?
Tinha sonhado que ela ia regressar a casa e ficar no seu cantinho, com as suas coisas - não aconteceu e não vai acontecer, porque ela quer mesmo fechar a casa o mais depressa possível.
Tinha sonhado que num fim de semana se reunia a família e cada um levava o que queria, gostava, precisava, tinha oferecido, e ela podia dar o resto e fechar a casa... não aconteceu!
Será que algum dia um dos meus sonhos para a minha avo e o seu bem-estar e felicidade se vai realizar?
Espero que sim, pois ela merece ser acarinhada e acompanhada nos seus últimos anos, especialmente quando está... num lar!!!
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