terça-feira, 15 de março de 2016

Birras a não esquecer !1

Bem... agora parece um blog de birras... mas é para lembrar e melhorar
Ontem foi dia de Mega Birra à noite quando chegou da escola - acho que o facto de a mamã estar doente e em casa a começa a afectar.
Se há o lado bom de poder jantar e passar o fim de tarde com ela, também há o lado de agora ser a mamã a mandar fazer os trabalhos e treinar, e isso ela ODEIA
Ontem a "guerra" começou com o praticar trompete... não queria, queria ver TV.
Disse que se não queria praticar, o melhor era desistir da banda, pois não podia só praticar 1 ou 2 vezes por semana quando ia aos ensaios. Como não queria desistir e com muita brincadeira, lá veio praticar.
Mas estava completamente desconcentrada e sem vontade. 1º desligámos os desenhos da TV, mas mesmo assim não queria tocar de pé "porque o maestro não tinha dito nada disso à vovó e a vovó não sabe de nada". Tocava sentada mas desafinava todas as notas, agachou-se para tocar e ainda pior e aí percebi que não valia a pena insistir. Levantei-me para ir acabar o jantar e começou a TEMPESTADE.
Como disse "Se não queres treinar não treines, tu é que sabes. A mamã vai fazer o jantar" foi o clique para começar a sessão de gritos, bater, dar murros, cabeçadas na barriga, tudo o que lhe passava na cabeça.
Que não queria, que queria que estivesse ao pé dela, que queria ver desenhos, que .... nem sei bem o quê. mas eram gritos que deviam ser ouvidos na rua e no telhado.... NÃO, NÃO, NÃO,....
Uma das coisas que me orgulho foi de ter conseguido sempre manter a calma, não gritar nem bater.... mas ainda falta trabalhar muito nas respostas e argumentação.
Pedi para me deixar sozinha na cozinha, que ela estava a gritar muito e eu precisava de um espaço sozinha. Para ir para a sala. Claro que os NÃO continuavam e começa a puxar a manga da camisola até rasgar um pouco.
Continuava a missa - NÃO, NÃO.... vem comigo... NÃO QUERO que estejas triste... NÃO, NÃO
Expliquei que estava triste com o comportamento dela e com o estar a bater na mamã e que queria que ela fosse para a sala ou para o quarto, para longe da mamã, para a mamã não lhe bater com a colher de pau por ela estar a fazer tamanho berreiro e especialmente por estar a bater.
Não serviu de nada, continuou o berreiro.
Expliquei que se continuasse a berrar tinha de chamar a vovó para ir para casa dela, porque havia bebés e não podiam estar a ouvir aqueles berros. Ainda pior. Aumentaram os NÃOS, NÃO VOU... NÃO, NÃO, NÃO....
Finalmente consegui que fosse para a sala e respirei fundo na cozinha enquanto terminava o jantar. Fui ter com ela à sala e estava descontraída a ver TV. Expliquei que não ia ver TV, primeiro porque era hora de jantar e depois por causa das birras e do comportamento.... Nova sessão de gritos e de NÃO, QUERO TV, etc...
Começa a perguntar quando é que a avó vem e eu ligo à minha mãe. Ela começa a falar com a avó, entre muitos soluços e lágrimas,  a contar a birra... e a dizer que eu não a deixava aproximar de mim para me dar beijinhos e abraços (nunca disse que não podia).
Muitos soluços e lágrimas e começa a gritar com a avó que quer ver TV, que é "uma secaaaa!!!" estar sem TV, que quer brincar e não estar sentada no sofá sem TV (mais uma vez, não fui eu que lhe disse para estar sentada sem fazer nada, foi ela que assumiu). Mas o "dramatismo" na voz quando dizia que queria Brincar, que era tudo uma seca, era tão grande que só me dava vontade de rir.
Resumindo, quando ela conseguiu desabafar veio dar beijinhos e abraços (sem nunca pedir desculpa.... mas será que é o mais importante?) e fomos jantar. Durante o jantar ela queria TV, mas não há TV durante a semana (nova regra, brincar é sem TV) e ia explicando porque se tinha portado mal, porque adorava a mamã e que "nunca mais ia fazer birras ou dizer NÃO"...
Eu expliquei que quando ela fazia birras assim era melhor afastar-se da mamã, e assim cada uma respirava e voltava a ficar calma, e ela diz-me que não fazia mal se lhe desse uma palmada!!!
Expliquei que a mamã não gosta de dar palmadas nem de bater e por isso precisava de me afastar dos gritos. A resposta dela foi que "uma palmada de vez em quando não faz mal nenhum. Até a vovó diz isso...". Lá lhe expliquei que por mais que isso pudesse ser verdade, a mamã preferia não bater e falar para resolver as coisas - mas falar sem gritos!
Acabámos, como sempre, com beijinhos e abraços, mas esta demorou a passar, ela teve mais consequências e espero que comece a perceber que as coisas não podem ser sempre como ela quer...
Foi complicado?
Sim... porque os meus níveis de paciência andam muito em baixo
Respondi da melhor maneira?
Nem sempre. Algumas vezes não lhe consegui explicar as coisas, não consegui que cada uma tivesse o seu espaço para acalmar (ela até rasgou a minha camisola para não me afastar)
Houve pontos positivos?
Consegui não lhe bater (e houve momentos em que ela estava a bater-me e foi complicado controlar), nem gritar. Consegui explicar tudo o que sentia quando acalmou e deixar que explicasse.
Estamos no caminho para melhorar?
Acho que sim.... espero que sim...

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