Ontem quando andava a passear na neta, à procura de fotos de pólo aquático, encontrei um site fabuloso, recheado de fotos do tempo em que comecei a jogar pólo aquático.
E as saudades vieram todas, junto com as memórias.
E as saudades vieram todas, junto com as memórias.
É que parecendo que não... o tempo não pára e já lá vão mais de 20 anos!
A minha primeira recordação é de estar cansada da natação de competição e o Brandão, na altura a treinar os rapazes do C.N.O. me convidar para treinar com eles. Era complicado, pois eu tinha 16 anos na altura e os treinos eram à noite - e só rapazes. E os meus pais não gostavam muito, pois ia e vinha a pé da piscina. Mas eu adorava aquilo. Desporto colectivo, treinar e tentar superar os rapazes - era tão maria-rapaz nessa altura (ainda sou... mas nessa altura exagerava).
E rapidamente me tornei a "mascote" da equipa. Acompanhava-os para todo o lado e para todos os torneios. Os meus preferidos eram o da Amadora (ainda com a sua piscina descoberta) e o do Aminata em Évora, na sua lindíssima piscina descoberta.
E uma das principais razões que me levavam a gostar particularmente destes torneios era... A equipa do Sevilha, que podem ver aqui nesta foto.
Desde os primeiros torneios que vieram jogar a Portugal que me encontrava ou cruzava com eles, e mantenho ainda com alguns uma amizade (à distância) de mais de 20 anos.
Nesta foto podemos ver o Alfredo, com quem namorei durante 2 anos (sim... mais por carta - que encontrei quando andava a arrumar a casa para a mudança para a Holanda - agora sem efeito). Não era o mais bonito ou engraçado deles (as meninas andavam sempre atrás de outros... mas era o mais calado, o mais inteligente... um doce de pessoa). Como não recordar o JuanLu, que era lindíssimo quando não estava com os seus óculos enormes (agora arquitecto), tão tímido no início, em casa de quem passei algumas férias, nomeadamente no Europeu de 1997. E que é uma pessoa verdadeiramente única e especial. Com o Ruper, escondido ao fundo, o Tano, enorme mas simplesmente espectacular, o José (arquitecto com o JuanLu), que casou com uma Paula e tem uma filha Paulita, o Carlos que fez a locução dos Europeus comigo... e tantos, tantos outros de quem não recordo os nomes, mas recordo vivamente as caras.
Eram uma equipa espectacular, e eu adorava quando os encontrava nos torneios. estavam sempre bem dispostos, sempre a brincar... e mesmo assim ganhavam facilmente qualquer torneio. E para virem cá jogar, não hesitavam em se meter num carro e vir às suas custas. Nesta foto já encontram a equipa um pouco mais velhinha... Já adultos. Afinal... já estávamos em 1995, o Peter Cutino já jogava com eles e estava a 1 ano de se tornar treinador deles, o JuanLu já estava sem óculos, o Ruper tinha "crescido" e o Tano já estava mais baixinho que os outros, mas sempre enorme, o Escalante sempre branquinho como se fosse da Europa do Norte a comparar com o Novato... sempre bronzeado.
Quando os conheci estávamos em 1986... quando começaram a vir jogar a Portugal.
Primeiro num torneio no Algés, depois na Amadora (onde jogava um Barradas muito novinho, um Souto que hoje treina o Arsenal, o José Augusto, o Tobé... só para dizer alguns) e no mesmo ano em Évora. Como eram todos juntos e eu estava sempre com a equipa masculina do Oeiras (na altura havia poucas equipas e o Oeiras, apesar da sua piscina com pé, tinha uma excelente equipa), acabamos por nos encontrar e ir mantendo contacto.
Além de ter sido em Évora que eu fiz o meu primeiro jogo "oficial" de pólo aquático com uma equipa feminina, jogando pela equipa que o Aminata tinha, contra a equipa do Algés (já com a Lena, a Patrícia e todo o seu núcleo "duro")
1 ano depois formávamos uma equipa feminina no Oeiras, que no seu início contava de 8 ou 9 jogadoras, mas básicamente jogava eu e outra rapariga (da qual não recordo agora o nome... ai a PDI) e o nosso jogo consistia em... uma era central e a outra pivot. Ganhávamos sempre facilmente a bola e depois era passar para a outra, que tinha saído em contra-ataque. Eu tinha saído do Andebol e da Natação de Competição e ela da Natação... por isso era só passar e rematar.
Lembro-me que jogávamos quase sempre contra a Amadora... e ganhávamos sempre!!! O que era um orgulho, pois só treinávamos uma vez por semana aos sábados (como "equipa").
No decorrer dos anos a amizade manteve-se, mais com o Ruper (com quem ainda falo para os Torneios em Dos Hermanas ou convites para cá virem) e com o JuanLu, que agora faz parte da direcção do Sevilla.
Também não vou esquecer o convite que me fizeram quando vieram cá em 1997, ano em que fazia a locução do Torneio de Loulé (outra das coisas a que nunca faltava), e me convidaram para fazer a locução no Europeu de Sevilha, pois tinham adorado a locução em Loulé!
Fiquei encantada... e ao mesmo tempo aterrorizada, pois (como já disse) sou terrivelmente tímida e na altura custava-me muito mais que agora estar a fazer locução - ainda por cima de um Europeu, onde teria de fazer em Castelhano e Inglês.
Fiquei em casa do JuanLu (ele viveu quase sempre em casa dos pais, uma ENORME vivenda no exterior de Sevilha), no quarto da irmã e ia fazer a locução de todos os jogos masculinos, conjuntamente com o Carlos.
Como as coisas estavam a correr bem e o sotaque castelhano estava a aparecer rapidamente, acabaram por me convidar para fazer também a locução de alguns jogos femininos.
E o maior elogio que recebi nesses campeonatos foi de um jornalista português, que publicou no seu jornal que a locutora portuguesa não teve hipóteses de falar, pois a selecção nacional não marcou (estava a fazer a locução de um dos jogos da nossa selecção). O que ele não sabia era que nesse jogo... só estava eu a fazer a locução... em Castelhano e Inglês. :-)
A foto que está acima, onde eu apareço perto do Chiqui, com o Ruper, Juanlu e tantos outros... foi a do jogo que fizemos entre os Voluntários que estavam no Europeu. Mais uma vez... eu e uma ex-jogadora da selecção espanhola numa equipa só de rapazes. Mas foi muito divertido.
O acolhimento deles é fabuloso, fazem com que estejamos sempre bem e estão sempre preocupados que nos falte algo.
E nunca vou esquecer a dança que me fizeram... ao som de uma das minhas músicas preferidas (Ese Toro enamorado de la Luna). Lindo! Fabuloso! É realmente único quando uma pessoa dança para nós. E... os sevilhanos sabem dançar. Pelo menos o Chiqui sabia (apesar de ter tantos parafusos no corpo que nos aeroportos tinha de ir com declaração - consequência da maluquice de querer passar de uma varanda para outra... num 14º andar... ter caído... e sobrevivido).
São realmente tempos que me deixam alguma nostalgia (e me fazem perceber que os anos passaram)... não só pelos torneios a que ia (pensar que eu ia aos primeiros Torneios do Aminata e já não no XXI ou XXII...e as pessoas que lá estão agora... muitas não eram nem nascidas!), as pessoas que conheci e que me marcaram e permaneceram na minha vida, os contactos e amizades que fiz... a despreocupação de jogar pelo prazer de jogar... jogar com os rapazes sem haver malícia ou segundas intenções... não ter de pensar que tinha de ir trabalhar, ou estudar, ou sair a correr para algum sitio.
Foram tempos excelentes... e que vão ficar para sempre no meu coração, como muitas das pessoas nestas fotos... que me trouxeram tantas recordações ao deparar com elas!!!
Já tinha tido muitas recordações ao encontrar as cartas do Alfredo, e de mais alguns que fui conhecendo ou com quem convivi ao longo dos anos (como ia esquecer as cartas do Roberto? do Óscar?)... mas realmente ver as caras... ver as pessoas... é outra coisa!
Belos tempos!!! Deixaram boas recordações e muitas saudades!!!
E além de ser um clube que eu adoro... é uma das minhas cidades preferidas no mundo!
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii..... SAUDADES!!!
1 comentário:
Primero pedir disculpas por no poderme expresar en vuestra lengua.
Y decir q estoy totalmente de acuerdo contigo. No hay nada mejor q "...de jogar pelo prazer de jogar... jogar com os rapazes sem haver malícia ou segundas intenções... não ter de pensar que tinha de ir trabalhar, ou estudar, ou sair a correr para algum sitio.
Y es q no hay nada mejor q volver a ser un niño
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