terça-feira, 1 de junho de 2010

Os ex-namorados


O fim de uma relação é sempre complicado, e a forma como as pessoas se comunicam/relacionam depois é diferente de caso para caso.
Pessoalmente, quando acabo uma relação com alguém, seja a bem ou a "mal", preciso sempre de um tempo de luto, de me afastar, de estar sozinha e de preferência sem contactos com o ex.
Já acabei algumas relações "a mal", acabei relações (ou acabaram por mim) com pessoas de quem pensava gostar muito (ou amar profundamente) e que me deixaram de rastos e já acabei relações por mútuo acordo, por perceber que não tinham futuro ou que o que sentia era mais amizade que amor.
E claro que, como humana que sou, no fim de uma relação que acabou "a mal" há sempre um período em que fico em baixo, em que o culpo de tudo, em que acho que é a pior pessoa do mundo, etc, etc.
Mas depois tento crescer, tento ser adulta e compreender que há coisas que não tinham de acontecer, que se as coisas não resultam a culpa não é só de uma pessoa mas dos dois, que se as coisas não estão bem foi mesmo melhor terem acabado.... sei lá... tento ver as coisas com outros olhos, e a distância (física ou temporal) ajuda muito nisso!Justificar completamente
Mas até hoje, de todas as minhas ex-relações, acho que só há uma pessoa que eu cortei definitivamente da minha lista de contactos.
E mesmo ele, se o vir, será alguém com quem falarei normalmente/cordialmente/educadamente.

Porque não compreendo que duas pessoas que tiveram uma relação deixem de se falar "para sempre" - claro que tem de se compreender o porquê, mas no fim não sobra nada?

Será que sou assim tão imbecil de não me importar de continuar "amiga" ou manter contacto com as pessoas que foram importantes para mim no passado, independentemente da mágoa que possa ter existido no fim da relação?
Isso fará de mim estúpida?
Significará uma "traição" à pessoa com quem estiver na altura?
Sinceramente não compreendo...

Muita gente poderá achar errado, poderá dizer que se me magoaram, só tenho de me afastar, de ignorar essa pessoa...
O que eu penso?
Já não tenho sentimentos amorosos/românticos pelos meus ex por isso qual o problema?
As situações, a bem ou a mal, estão mais do que resolvidas.
Mas o carinho pela pessoa, a amizade, em muitos casos, permanece (e assumo que quanto mais distante estiver geograficamente deles mais simples é pensar assim...)!
E há casos em que até me preocupo com eles, porque são pessoas que tem alguns problemas e que, no fundo, gostaria de ver bem, independentemente de não ser comigo (deve ser complexo Joana d'Arc).
Independentemente de os ter amado mais ou menos, de a ruptura ter sido mais ou menos dolorosa, de serem pessoas que respeito mais ou menos, foram pessoas que significaram algo para mim, e com quem me vou sempre preocupar ou por quem terei sempre um carinho especial/diferente!

Isso significará que ainda sinto algo por eles?
NÃO!!!
Siginificará que sou estúpida/inocente/ingénua?
TALVEZ...
Mas é a minha forma de ser!

As mágoas não servem para nada!
Só temos uma vida, e independentemente de termos períodos de luto, de termos pessoas que nos desiludiram/magoaram mais ou menos profundamente, há que assumir que somos todos... humanos!
E que temos momentos melhores e piores...
E é por isso que, depois do período de luto, depois da mágoa/desilusão/decepção (que pode durar dias, semanas, meses ou mesmo anos, dependendo de cada caso) consigo manter uma relação cordial (ou mesmo de amizade) com os meus ex....
É por isso que alguns deles vão mantendo contacto mais ou menos regular, vão partilhando a vida deles (que tal como a minha continuou) e/ou dos seus problemas (e mais uma vez, isso acontece mais com os que estão mais distantes geograficamente do que com os que estão mais perto... será que se aplica a regra de longe dos olhos, longe do coração?).
E é por isso que espero que eles consigam ser tão felizes como eu sou, ou procuro ser!
Mesmo nas alturas em que não o sou... procuro incentivar e apoiar as pessoas que foram importantes para mim, pois formam parte de quem eu sou e de como sou!

Deveria ser diferente?
Não sei... sou assim!

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