quinta-feira, 10 de abril de 2008

Amor... esse desconhecido

Desde ontem que tudo o que faço, leio, comento, etc.... vai ter sempre ao mesmo tema (que ainda por cima é algo que me apaixona... e ao mesmo tempo me escapa) - O AMOR.
No diário de uma pessoa fabulosa, com uma cabeça incrível por baixo do seu ar "despistado" (sim Soraia, és tu) encontrei o seguinte (em relação á facilidade e banalidade com que hoje se utiliza a palavra AMAR):
Definição de Dicionário da palavra AMAR: v.tr. ter amor a; gostar de; desejar; estimar;apreciar;estimar;ter devoção por;preferir; intr. estar apaixonado (lat amare).ora com este grande leque de sinónimos é natural k s "vulgarize" a palavra amar.... claro que a intensidade do sentimento n esta em questão... apenas "revolta-me" cm uma palavra que invoca um sentimento seja usada com tanta banalidade..... ...... anda meio mundo a amar outro meio.... sem provavelmente conhecer o verdadeiro "sabor" do AMOR....
Definição de Dicionário da palavra AMOR: s. m. sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos; objecto da nossa afeição; paixão; afecto; inclinação; etc... etc...
Onde está o verdadeiro significado da palavra amor... ou amo-te... ou mesmo amar??? ....
(está um pouco "editado" - e acabava com estes belos versos do nosso famoso Luís Vaz de Camões)
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Adorei a dúvida sobre a banalidade com que hoje se utiliza a palavra Amor e Amo-te!
A facilidade com que qualquer pessoa diz a outra AMO-TE (seja a pessoa com quem tem uma relação, uma amizade, pessoas que só se cruzam na net (deixo as relações virtuais para outro dia), que tem 12, 13, 15 anos e não viveram nada ainda....)
E as pessoas não compreendem a profundidade do que estão a dizer.
Lembro-me perfeitamente do quanto me custou dizer a alguém que o amava pela primeira vez... pois para mim é e sempre foi uma coisa profunda, séria, que envolve muito mais que atracção, simpatia, companheirismo (como era (e ainda sou) muito Maria-rapaz e introvertida (apesar de acharem que não)... só foi aos 20 anos, quase 21 que usei esta expressão pela primeira vez).
E de quando deixei de o dizer.... e deixei de chamar amor à pessoa com quem estava... pois a resposta dele quando o chamava de amor... era... "Amor é um jogador do Barcelona" (vejam há quantos anos foi)...
Para não falar do quanto me custa sempre dizer a alguém "Amo-te" e quão raramente usei esta palavra ou expressão....
Estava eu a pensar nisto, quando outro amigo meu, uma pessoa especial, que por trás do seu ar brincalhão esconde muitos sentimentos e profundidade (sim Pedro... estou a falar de ti), me envia este texto lindíssimo (de Miguel Sousa Tavares em "Não te deixarei morrer David Crocket"):
Nunca devemos amar em silêncio...
Um amor feliz precisa do turbilhão das palavras, das frases aparentemente inúteis e sem sentido, precisa de adjectivos, de elogios, do ruído das banalidades.
O que me fez pensar que, se temos a certeza dos nossos sentimentos, do que queremos, do que vivemos com a pessoa com quem estamos... então devemos dizer!
Não devemos ter receio, pelos erros do passado, de experimentar um novo amor, de o explorar, de dizer tudo o que nos vem á cabeça e expressar os nossos sentimentos (a verdade é que, deve ser da idade... começo a perder esse receio... devagarinho).
E para culminar estas minhas deambulações (entretanto passei por alguns blogs com textos lindíssimos sobre o amor, a amizade, etc.), estive a ler Alberoni, que adoro pela sua forma simples de escrever sobre psicologia e relações sociais...
Mesmo antes de começar a escrever este texto... mais um dos guionistas das séries americanas escreve um texto para uma das actrizes de uma qualquer série policial, que me encantou:
"Sabemos que alguém gosta verdadeiramente de nós, que nos ama, quando olhamos para ela e nos vemos reflectidos nos seus olhos. E só quando vemos esse reflexo é que sabemos e sentimos que esse amor é real, e o que sentimos por essa pessoa... é recíproco"
Talvez seja eu que sou demasiado romântica aqui na minha nuvem (estamos mais afastados da realidade)... talvez sejam os desgostos recentes (acumulados a alguns mais antigos)... mas a verdade é que... todas estas reflexões me fazem pensar...
E aqui ouço a voz de um amigo meu... "Talvez?! Talvez?! Tu és demasiado romântica, vives demasiado as coisas... não te podes entregar assim.... etc, etc"...
Sim... é verdade que hoje muita gente banalizou a palavra Amor (com letra grande, pois é o mais bonito sentimento que pode existir).
Que poderiam utilizar qualquer outra expressão de carinho, que significasse que se sentiam bem com a pessoa com quem estão ou tem algum tipo de relação, mas que não tivesse a profundidade de um Amo-te (no meu caso... era mais Ik Hou Van Jou)... que não se pensa que o facto de banalizar a palavra significa que a pessoa nunca saberá o que é amar, ou diferenciar uma amizade ou atracção do amor e de tudo o que Ele implica.
Porque usarem a palavra Amo-te junto de uma pessoa como, por exemplo, eu.... é perigoso e cria falsas expectativas e ilusões...
Mas ao mesmo tempo... e talvez porque durante muito tempo receei usar a palavra, exactamente porque a considero profunda, cheia de significados.... acho que se uma pessoa está certa dos seus sentimentos... a deve usar.
Sabendo que usar esta palavra ou expressão... pode ser perigoso se não temos a certeza dos sentimentos da outra pessoa... se a usamos cedo demais.... se não estamos certos do que queremos... pois numa relação e que se use esta palavra ou expressão fora de contexto ou antes de tempo... vamos de certeza assustar o parceiro.
Romântica? Sempre. Crédula? Por mais que tente... serei sempre! Ingénua? Idem.
Mas uma coisa aprendi ao longo dos anos que me tornou, se calhar, um pouco mais "cínica" em relação ao uso da palavra Amo-te ou de expressar os meus sentimentos - esperar que a outra pessoa os expresse primeiro...
Sei que parece parvoíce de alguém romântico e que acredita em todas as baboseiras que lhe dizem... mas a verdade é que o que tem significado para um... pode não ter para outro. Por isso, prefiro esperar antes de dizer. Mais... depois de me terem estilhaçado o coração recentemente... antes de dizer e por mais que mo digam... acho que vou esperar para perceber o que significa a palavra para a outra pessoa (e lá tenho de novo a vozinha do meu amigo "Vais, vais.... dizes sempre isso... e nunca resulta!!! És assim... para que te iludes a pensar que mudas?!").
E não vale a pena forçar uma declaração, ou algo simbólico. Cada pessoa tem o seu ritmo e a sua maneira de ser. O facto de eu acreditar que cada "imbecil" que me aparece à frente pode ser o meu príncipe encantado... é problema meu! E o facto de me apaixonar sempre pelas pessoas mais erradas para mim. Mas sentir uma coisa... por mais que se esteja apaixonado, não significa que seja correspondido - ou pelo menos na mesma intensidade.
Por isso... depois desta longa divagação sobre usar ou não a expressão Amor e Amo-te... o que concluo?
Depende das pessoas! Das relações! Do peso qe dão à palavra ou expressão! E da comunicação que tiverem entre eles!
Uma coisa deve ser dita - Amor é diferente de Paixão!
Na Paixão está sempre tudo bonito. Idealiza-se a pessoa, usam-se grandes frases, estamos sempre ansiosos pela companhia da outra pessoa, o mundo é lindo porque ela está nele... é tudo cor-de-rosa (ou da cor que preferirem), etc.
A verdade é que muitas pessoas confundem paixão, atracção física... com Amor!
O Amor é muito mais do que isso.
Amar é gostar de alguém com todas as suas qualidades e principalmente com todos os seus defeitos. É gostar do interior da pessoa ignorando o exterior. É compreender a outra pessoa.
É aceitar que o mundo e as pessoas não são ideais, que há altos e baixos, e atravessar as dificuldades em conjunto... nos momentos baixos sonhar com os altos.
Uma vez disseram-me que num casal raramente se encontra a mesma intensidade de amar nos 2 elementos, ao mesmo tempo. Umas alturas é um que ama mais, noutras o outro. O segredo está em compreender e aceitar isso. E na comunicação.
E é essa a grande diferença para a paixão. Para a atracão.
Neste caso... as pessoas são idealizadas como queríamos que elas fossem. E quando surgem as diferenças... os problemas... a pessoa que não AMA... foge, opta pela solução mais fácil (muitas vezes penso que se clhar, inadvertidamente, eu já fui uma dessas pessoas... e sem me aperceber magoei alguém de uma forma tão profunda como a que me magoaram agora... não sei...).

Por isso... tal como na foto que tirei em Roma o ano passado e que aqui vos deixo... antes de dizer se AMO ou se GOSTO de alguém... acho que vou esperar para ver se encontro o meu reflexo nos olhos dele (digo eu... com ou sem o discurso do meu amigo aqui na orelha) :-)

1 comentário:

Anónimo disse...

hum... amor esse eterno desconhecido**** poucos sao os felizes k conhecem realmente o "sabor" dessa palavra.... sao mais os dissabores causados por julgarmos amar...ou ser amadas.... ;)

eu sou cm tu... ja me apaixonei... imensas vezes ja julguei amar... e que fui amada... mas... tb ja sofri em nome dessa "palavra".... mas nao a confundo***

sou feliz do meu jeito**** ;)

e a grande prova do amor... é resistir às dificuldades... com o passar do tempo... as coisas boas da paixao... ficam tenues.... e so o amor... pode resistir**** ;)

beijoca


ah.... sou aluada... por natureza... mas atenta... as coisas mais sensiveis da vida... embora n pareça... ;)

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