quinta-feira, 3 de abril de 2008

O primeiro amor... e o último (?)

Esta madrugada estava a ver uma série... num canal qualquer, enquanto tentava adormecer... e o protagonista (ou um deles)... disse algo que me fez pensar que os argumentistas sabem o que dizem (às vezes)...
Ele estava a falar com uma rapariga, que namorava com o filho, e perguntou se ela se lembrava do seu primeiro amor.
Quando ela disse que sim (como é óbvio), ele perguntou se ela se lembrava da dor que tinha sentido quando acabou...
E quando ela confirmou, ambos concordaram que é uma dor que fica sempre presente, por mais que se tenham outros amores, por mais que se seja feliz com outra pessoa... a dor do primeiro amor segue connosco toda a vida!
Uma grande verdade!
Por mais amores que tenha tido (não foram assim tantos, ao contrário do que pensam algumas pessoas)... nunca nenhum terá o significado que teve para mim o meu primeiro amor.
O meu primeiro amor acabou há muitos anos.... teve momentos maus (senão não tinha acabado...), mas o que fica são os bons. São a paixão e o amor que se sentiu por aquela pessoa. O que se aprendeu, partilhou, conheceu, aprendeu em conjunto.
Racionalmente sei que foi a decisão certa, que foi o melhor para mim e para ele (objectivos de vida diferentes, opostos que não se completavam mas que chocavam... etc)... mas a dor vai ficar sempre presente.
Sei reconhecer e admitir (só às vezes, que isto de dar o braço a torcer não é para todos) que me anulei como pessoa em função dele, que abdiquei de muita coisa... mas foi e será sempre o meu primeiro amor... e é uma dor diferente de qualquer outra.
Aquele sentimento quando o vejo (felizmente cada vez mais raramente)... aquela pontada no coração... por muito feliz que seja com alguém na altura... estará sempre presente.
E essa dor... é algo que está latente.. escondida... e quando me cruzo com ele (sempre naqueles piores momentos em que estou no meu pior)... ela aparece do nada, lembrando-me... este foi o teu primeiro amor!

E estava eu a pensar nisto quando... no final dessa série... o mesmo protagonista, já com a sua idade (um quarentão jeitoso), reflecte a situação do meu último "amor" (pelo menos até à data)...
Ele está apaixonado por uma mulher mais nova , solteira, que vivia longe... ele teve a coragem de ir falar com ela e assumir as suas dúvidas, a sua insegurança em relação aos sentimentos, à doença dela, ao que os filhos poderiam dizer (ele tem 2 filhos), às alterações na vida dele... etc.
Fez-me pensar no meu ex... com a pequena diferença que ... na televisão este actor fala cara a cara e discute os problemas... e ele decide que só tem uma vida e quer ver no que dá. E propõe arriscarem e viverem o que sentem.
Na vida real... os homens (ou pelo menos o meu) foge... e evita falar ou arriscar...
Ou melhor... decide viver, arriscar... e um dia acorda e, de surpresa, as dúvidas e inseguranças ganham!
Mas isto fez-me pensar que, por muito profunda que tenha sido a dor (e quem está mais perto de mim sabe como foi profunda)... não se compara à dor que senti pelo meu primeiro amor!
E isso faz perceber que... ou estou a crescer (será?!), ou a minha nuvem está a descer (deve ser o mais provável) e as quedas já não demoram tanto tempo a curar... ou efectivamente a dor se vai atenuando com a idade... relativizando.... e com o passar do tempo e dos "desgostos amorosos"... a recuperação vai sendo cada vez mais rápida.
Será que estou a ficar cínica? Insensível?
Não sei.... a dor fica sempre... acompanha-nos ao longo da vida... especialmente quando as coisas não são resolvidas... esclarecidas...
Mas a verdade é que, efectivamente,... sofrer por algo que acabou (seja porque razão for)... e por alguém que não tem a coragem de falar cara a cara (na televisão é tudo tão fácil)... é perder tempo! Perder felicidade! Perder a oportunidade de gozar a vida.
E se já sofremos pelo nosso primeiro amor... porque passar a vida a sofrer pelos outros?
Sofre-se a primeira vez.... e depois esperamos que nos apareça o último - aquele que nunca nos fará sofrer, pois será o que vai ficar!

E sim... aqui na nuvem ainda acreditamos nos príncipes encantados que chegam nos seus cavalos brancos.... É uma questão de ser paciente... e de encontrar um que seja inteligente e venha num unicórnio... pois a cavalo não chega à nuvem :-)
Só que já percebi que os cavalos brancos com príncipes não chegam da Holanda (bem... de príncipe também tinha pouco)... mas o mundo é grande... e como disse uma pessoa muito especial... "para que ir para tão longe... quando tenho o mundo ao pé... que o Porto é o mundo!"

1 comentário:

Anónimo disse...

independetemente do que escreves... gosto da tua forma de escrever.... relas a tua emoçao.... sentimentos... e sabes msm o que é bom???? o facto de serem verdadeiras as tuas palavras.... e mais.... por o serem... faz-nos sentir o msm q tu.... n sei pk nem por k nao... ;) mas gosto....

beijoca grande *** Soraia

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