segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

2/365 - Oceanário, peixes e birras

Último dia de férias antes do regresso às aulas (meu).
O dia perfeito para arruinar mais algumas decisões de Ano Novo!
Com bilhetes para o Oceanário e a necessidade de pijamas novos para a pequena nuvem, lá rumámos nós ao maior antro de consumo de Lisboa.
Objectivo: Entrar, comprar pijamas, entrar na loja espanhola para ver se tinha vestidos para ela e sair rapidamente.
Resultados: Entrámos, fomos ver os pijamas, comprámos uns sapatos de brilhantes (que ela disse logo que a avó ia odiar), uma chávena térmica para a mamã se habituar ao chá de noite e saímos. Fomos almoçar junk food porque "ainda me faltam 2 bonecos para acabar a colecção mamã" e só depois é que demos uma passagem rápida em duas (sim, não foi só na loja prevista) lojas para ver se encontrávamos algum vestido ou sweat para ela.
Quando finalmente fomos para o Oceanário já passava das 15h. De notar que a vontade dela não era muita, mas achei que fosse cansaço, afinal o espaço é muito giro!
Entrámos e ela sempre a furar pelo meio de toda a gente ia vendo o que a apaixonava - 15 minutos no aquário gigante logo na entrada, uma breve passagem pelos papagaios e quando chegámos aos pinguins foi a loucura! Estava na hora de serem alimentados e estivemos lá uns bons 20 minutos a ver tudo.
Mas a paixão acabou aqui. Depois tudo teve um ritmo muito mais rápido, especialmente porque encontrou um mapa e o que queria era ir riscando o que estava feito e faltava ver.
Descemos ao piso inferior e ficou fascinada com uma das monitoras, que lhe mostrou pele e dentes de tubarão, explicando de quais eram, como os tinha obtido e  como eles comiam. Aproveitou para ficar um pouco a ver a vida marinha. Mas a pausa foi sol de pouca dura. Já estava farta e só queria "picar ponto" e ir embora, passava o tempo a puxa-me e a dizer para irmos. Parámos ainda um pouco nos peixes chatos de areia, de onde afinal já não queria sair e ainda noutra zona do aquário central, mas depois foi rápida a sair.
Já no exterior perguntei se tinha gostado. Disse que.... sim.... mas aqueles sim de "frete" ...para agradar! Como a resposta fora muito evasiva perguntei se não gostava do Oceanário e, perante a resposta dela, não pude evitar uma gargalhada interior - estará a passar demasiado tempo com a avó?
" Mamã, são peixes!!! O que há para ver? Vemos e acabou! Já quando venho com a escola estou sempre a perguntar à professora quando vamos embora. É giro, mas não para estar aqui parada a olhar para os peixes sem fazer nada!"
Seguiu-se um erro crasso, digno de uma mãe "principiante". Fomos a outro lado ver se tinham o pijama que queria e se podia andar na pista de gelo que lá tinham, mas... ela adormeceu no carro!
Claro que quando acordou estava INSUPORTÁVEL com birras de sono (a genética é mesmo uma coisa tramada)... foi terrível, especialmente quando lhe disseram que não podia andar logo na pista e tinha de esperar e eu disse que era muito tarde e se voltava noutro dia!  Parecia que uma criança possuída na minha frente e não a pequena e adorável nuvenzinha. Houve birras, gritos, bater.. um pouco de tudo o que me leva a paciência aos limites.
Consequência: Explicação que esse tipo de comportamento não era admissível, especialmente quando repetido à exaustão e que tinha como consequência perder regalias, como ver TV. Na continuação e como continuava a ser casmurra (ok, ok, continuamos nos genes) devolvi-lhe a minha metade do colar do coração, explicando que não queria ser a melhor amiga de uma pessoa com aquele tipo de comportamento! E ela sempre impassível e sem dar a mínima parte de fraca e ainda a dra resposta de quem se faz de forte e parece estar a "gozar com a nossa cara" - para não se perceber o quanto está a sofrer!
Só já em casa da avó, onde vai passar o resto da semana, lhe caiu a ficha, quando eu me ia embora. Ela nem ia dar beijos de despedida, mas quando a avó disse para vir soçobrou em lágrimas... que eu não queria ser mais amiga, que ela tinha sido má....
Lá tivemos a conversa mãe e filha, os abraços apertados para consolar os soluços que lhe saiam descontroladamente do peito e voltei a colocar o colar, com grande alegria dela.
Confesso: Este início do ano e estas birras estão a colocar à prova toda e qualquer resolução e qualquer vontade de disciplina positiva (especialmente com o cansaço), mas está na hora de mudar atitudes e comportamentos e ou é agora ou pode ser tarde de mais. E um dos valores que para mim é fundamental é o respeito à família, especialmente aos pais e avós!
Momento fofo do dia: Quando questionada sobre quais tinham sido os desejos para o Ano Novo, a resposta foi "Queria muito ter um gato! Ou podia até ser um cão! Mas de verdade. Ahhhh, e que a minha mamã encontrasse um trabalho!"
Dá-me cabo da paciência, mas é o meu amor maior!

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