segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

9/365 - As mães são bipolares, não são?

Já muita gente falou neste tema, é algo em que penso recorrentemente e só posso concluir que a verdade é que, como mães, só podemos ser esquizofrénicas ou bipolares. Senão, usando apenas um "suponhamos" e ignorando o óbvio, que somos as melhores mães do mundo, que só usamos disciplina positiva e parentalidade positiva, nunca gritamos e acima de tudo nunca damos uma palmada no rabo, mesmo a sério, claro.... vejamos alguns exemplos:
Num momento estamos a gritar " Ou arrumas já tudo ou vai direitinho pela janela fora!!!". No momento seguinte estamos a abraçar e a dar beijinhos e a ajudar a arrumar porque ficaram a fazer beicinho ou a chorar por estarmos zangadas ou tristes!
Num momento estamos a dizer, com a nossa cara de bruxa má "Vais já para a cama e nem quero ouvir mais um pio!" e logo a seguir estamos a ajudar a deitar, a dar beijinhos, a ler uma historia e a dizer "amo-te muito, sonhos cor-de-rosa!" com a voz mais melosa do mundo!
Num momento estamos em profundo stress e completamente descabeladas, para sair de casa de manhã com mil e um sacos e mochilas, aos gritos que estamos atrasados (como sempre). A seguir estamos a sentar com cuidado no carro, a dar um beijo e vamos a cantar todo o caminho até à escola!
Num momento fugimo para a casa de banho, porque precisamos de respirar e de um tempo para nós, no momento seguinte depois da porta se abrir e entrarem "para não estarmos sozinhas", estamos a contar-lhes histórias enquanto a nossa privacidade foi, literalmente, pelo cano.
Num momento estamos a dizer que não podem comer chocolates, gomas ou bolachas porque está na hora de comer, mas nós estamos escondidas na cozinha a "preparar" a comida e a enfardar pão com manteiga, batatas fritas ou bolachas às escondidas!
Num momento só queremos um dia de descanso, um fim de semana de paz e sossego, mas na mesma tarde em que o conseguimos já estamos mortas de saudades e ansiosas por um telefonema!
Num momento ansiamos pelo tempo em que eram bebés e dependiam de nós, no seguinte pelo momento em que serão crescidos para programas a dois.
Num momento não os deixamos levar aquela roupa porque é simplesmente horrível, no seguinte estamos a comprar-lhes os sapatos de brilhantes mais pirosos do mundo só porque... são tão giros e ela adora!
Num momento estamos irritadíssimas porque fazem caretas com a comida e não querem comer, demoram horas ou, sem provar, olham e dizem que não gostam. No momento seguinte estamos a tentar controlar o riso (por os genes serem tão fortes), já que quando lhes dizemos que tem de comer tudo, "pois há muitas crianças que não tem nada para comer e deviam agradecer por ter comida", eles respondem o mesmo que nós respondíamos na sua idade "Mamã, mas se tem fome podes dar a minha comida que eu não quero!" 
Como estes há tantos, mas tantos mais exemplos a dar... que podíamos estar aqui a noite toda.
O top dos tops é acabar de gritar/zangar/castigar/aborrecer com algo e logo a seguir dar abraços, carinhos, beijinhos, miminhos e dizer palavras de amor para os deixar a descansar tranquilos, sabendo que por mais asneiras que façam vamos sempre amá-los mais que à vida!
Quem é que também acha que é bipolar em relação aos filhos?


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